Mitrídates da Cólquida
Mitrídates | |
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Rei do Reino da Cólquida | |
Reinado | fl. 83 a.C. |
Mitrídates (fl. 83 a.C.) era filho do rei Mitrídates VI (r. 123–63 a.C.) e de sua irmã-esposa Laódice. Foi nomeado por seu pai como governante da Cólquida, no mar Negro, mas depois removido e condenado à morte por suspeita de deslealdade.
Nome
[editar | editar código-fonte]Mitrídates (Μιθριδάτης, Mithridátes) é uma das variações em grego (as demais são Meredates [Μερεδατης], Mitradates [Μιθραδάτης, Mithradátes] e Meerdates [Meherdates]) do antropônimo persa antigo Mitradata (*Miθra-dāta-), "dado por Mitra".[1][2] O nome foi registrado como Mirdate (Mihrdāt) em parta (𐭌𐭕𐭓𐭃𐭕), persa médio e armênio (Միհրդատ), mtrdt em aramaico[3] e persa novo como Merdade (mehrdâd).[4]
Vida
[editar | editar código-fonte]Mitrídates era o filho mais velho de Mitrídates VI, rei do Ponto, e de Laódice, a quem o rei executou por infidelidade. Mitrídates, "o mais jovem", serviu lealmente a seu pai na primeira guerra com a República Romana e sofreu derrota nas mãos do comandante romano Caio Flávio Fímbria em Ríndaco, na Ásia Menor, em 85 a.C.. O jovem Mitrídates fugiu para se juntar a seu pai em Pérgamo, mas ambos foram perseguidos por Fimbria até Pitane, de onde os dois Mitrídates conseguiram escapar por mar.[5]
Após a guerra, Mitrídates VI teve de lidar com distúrbios entre os seus súbditos remotos, incluindo os da Cólquida, um país na costa oriental do mar Negro. Para a monarquia pôntica, Cólquida era um bem-chave, que fornecia mão de obra e matérias-primas.[6] Os colcos, insatisfeitos com a administração anterior de seu país, solicitaram que o rei enviasse seu filho mais velho e herdeiro, Mitrídates, como seu governante. Quando Eupátor cedeu, os colcos voltaram à sua lealdade. A nomeação de Mitrídates, o Jovem, como governante provavelmente foi da mesma natureza que a nomeação simultânea de outro filho, Macares, como vice-rei do Bósforo.[7] Mitrídates da Cólquida pode ter emitido suas próprias moedas, como um tesouro de pelo menos 119 moedas de bronze encontradas em Vani, na Geórgia.[6]
O reinado do jovem Mitrídates foi recebido com tal demonstração de favor por parte de seus novos súditos que despertou o ciúme de seu pai. De acordo com o historiador romano Apiano, o rei do Ponto suspeitou que os acontecimentos na Cólquida foram provocados por seu filho "através de sua própria ambição de ser rei". (Ap. Mith. 9.64).[8] Eupátor chamou de volta seu filho, colocou-o em confinamento, amarrado com grilhões de ouro, e mais tarde mandou matá-lo. Um oficial de confiança de Amaseia, Moafernes, tio-avô do geógrafo Estrabão, foi enviado para administrar a Cólquida.[9]
Referências
- ↑ Hinz 1975, p. 167.
- ↑ Tavernier 2007, p. 249.
- ↑ Schmitt 1996, p. 167.
- ↑ Kia 2016, p. 350.
- ↑ Magie 2015, p. 227.
- ↑ a b Braund 1994, p. 4, 157–159.
- ↑ Gabelia 2003, p. 1245.
- ↑ Tsetskhladze 1999, p. 115.
- ↑ Mayor 2011, p. 230.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Braund, David (1994). Georgia in Antiquity: A History of Colchis and Transcaucasian Iberia, 550 BC–AD 562. Oxônia: Clarendon. ISBN 0198144733
- Hinz, Walther (1975). «*miθradāta». Altiranisches Sprachgut der Nebenüberlieferungen (Göttinger Orientforschungen, Reihe III, Iranica; 3. Viesbade: Otto Harrassowitz
- Gabelia, Alek Nikolayevitch (2003). «Dioscurias». In: Grammenos, Dēmētrios V; Petropoulos, Elias K. Ancient Greek Colonies in the Black Sea, Volume 2. Salonica: Instituto Arqueológico do Norte da Grécia. ISBN 9602142006
- Kia, Mehrdad (2016). The Persian Empire: A Historical Encyclopedia [2 volumes]. Santa Bárbara: ABC-CLIO. ISBN 978-1610693912
- Magie, David (2015). Roman Rule in Asia Minor, Volume 1. Princeton: Princeton University Press. ISBN 978-1400849796
- Mayor, Adrienne (2011). The Poison King: The Life and Legend of Mithradates, Rome's Deadliest Enemy. Princeton: Princeton University Press. ISBN 978-0691150260
- Schmitt, Rüdiger (1996). «Parthische Sprach- und Namenüberlieferung aus arsakidischer Zeit». In: Wiesehöfer, Josef. Das Partherreich und Seine Zeugnisse. Estugarda: Franz Steiner
- Tavernier, Jan (2007). «4.2.1109. *Miθradāta-». Iranica in the Achaemenid Period (ca. 550–330 B.C.): Lexicon of Old Iranian Proper Names and Loanwords, Attested in Non-Iranian Texts. Lovaina e Paris: Peeters Publishers
- Tsetskhladze, Gocha R. (1999). Pichvnari and its environs. Paris: Presses Univ. Franche-Comté. ISBN 2-913322-42-5