Mnemofobia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Na psicologia, mnemofobia é a aversão ou o medo mórbido, irracional, desproporcional, persistente e repugnante das memórias e lembranças passadas.[1][2] Pessoas que sofrem desse distúrbio psicológico podem temer recordações em geral ou apenas as más recordações. Valendo-se ressaltar que o conceito de uma "recordação má" fica relativizado e distorcido na mente do mnemofóbico, já que, para ele, tudo o que ele não quer recordar é mau.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Mnemofobia é composta a partir de dois vocábulos do Grego antigo:

  • μνήμον (mnemo) - lembrança, recordação; e
  • φόβος (fóbos ou phóbos) - medo.

Sintomas[editar | editar código-fonte]

Quando as pessoas que sofrem de mnemofobia são confrontadas com as lembranças que rejeitam, elas podem apresentar ansiedade intensa, e até sentimentos de pânico.

A autora americana Carrie Jones, em um de seus livros da série Need, dedica um capítulo a este fenômeno. No volume[3] traduzido para o português, a sua personagem Zara White, a bordo de um avião, pensa consigo mesma:

Os sintomas físicos mais comuns[5] desta fobia são:

Dentre os sintomas psíquicos e comportamentais, encontra-se:[carece de fontes?]

Causas[editar | editar código-fonte]

Assim como as outras fobias, a mnemofobia pode surgir subitamente após um ou mais eventos traumáticos ou pode desenvolver-se mais lentamente com o tempo.

Um adulto que teve uma infância muito traumática, de extrema pobreza ou violência familiar, por exemplo, pode chegar a rejeitar ambientes e temáticas infantis (como jogos, brinquedos, brincadeiras e festas) ou o convívio direto com crianças, para evitar a possibilidade de ser remetido às lembranças do seu próprio passado.

Mas em muitos casos esse transtorno ainda se desenvolve lentamente, se auto-alimentando, encontrando mais e mais motivos para associar consequências negativas ao ato de recordar. Nesses casos, os psicólogos muitas vezes não conseguem definir uma razão particular para o seu aparecimento.

Tratamento[editar | editar código-fonte]

Os psicólogos tratam essa e outras fobias promovendo a reestruturação cognitiva[6] através da terapia de resposta à exposição, também conhecida como terapia de dessensibilização ou dessensibilização sistemática, em que os pacientes são estimulados gentilmente a enfrentarem os objetos de seu medo. Isso o ensina a controlar o medo e as suas reações, até que ele compreenda que as lembranças não são tão perigosas como ele poderia crer.

Doenças relacionadas[editar | editar código-fonte]

A rejeição crônica das lembranças pode, em algumas pessoas com pré-disposições genéticas, evoluir para o Alzheimer. Enquanto que indivíduos que têm apenas a tendência hereditária do Alzheimer, podem sofrer de um medo contrário, a amnesifobia, que é o medo de perder a memória ou esquecer completamente de alguns acontecimentos específicos do passado.

Referências

  1. Common Phobias - Mnemophobia Arquivado em 30 de outubro de 2016, no Wayback Machine.. Seção What is Mnemophobia?. Acessado 21 de novembro de 2016.
  2. Oxford Reference - A Dictionary of Psychology. Seção Appendix I: Phobias and phobic stimuli. Acessado 29 de novembro de 2016.
  3. Google Books - Need - by Carrie Jones Need. EUA: Bloomsbury Publishing USA. 2009  Acessado 21 de novembro de 2016.
  4. ISSUU - Instintos Cruéis - Carrie Jones Instintos Cruéis. São Paulo: Underworld LTDA. 2010  pág. 10. Acessado 21 de novembro de 2016.
  5. Guía Psicología - Mnemofobia: miedo a los recuerdos. Seção Síntomas. Acessado 21 de novembro de 2016.
  6. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas Rev. bras.ter. cogn. Rio de Janeiro: Periódicos Eletrônicos em Psicologia. 2011  Seção: Tratamento. Acessado 21 de novembro de 2016.