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Moreira Campos: diferenças entre revisões

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Alunos do Colégio Ari de Sá Cavalcante:

Ana Clara Lopes n˚1
Vitória de Oliveira n˚43
Paulo César Santiago n˚
Newton Bezerra n˚34
Victor Sousa n˚42
Turma:
2˚2T
Sede:
Washington Soares
Professora:
Ana Paula
MOREIRA CAMPOS


== Biografia ==
== Biografia ==

Revisão das 13h09min de 22 de novembro de 2013

José Maria Moreira Campos (Senador Pompeu, 6 de janeiro de 1914Fortaleza 6 de maio de 1994) foi um contista brasileiro considerado um dos mais importantes do gênero no país, com obras traduzidas para o alemão, francês, hebraico, italiano e inglês.

Biografia

Em 1924 a família, após andanças pelo interior do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, por ser o pai construtor de estradas, fixa-se em Lavras da Mangabeira. Em 1930 passando por sérias dificuldades, mudam-se para Fortaleza. Em 30 de outubro, falece em Quixadá o pai do escritor, Francisco José Gonçalves Campos, aos 47 anos. Em abril de 1932, falece Adélia Moreira Campos, mãe do escritor, aos 47 anos.

Em 14 de dezembro de 1937, casa-se com Maria José Alcides Campos. Deste casamento, nascem três filhos: Natércia, Marisa e Cid. Em 1943 dá-se a fundação do Grupo Clã. Em 1946 é bacharelado em Direito pela Universidade Federal do Ceará. Publica em 1949 Vidas Marginais'.

No ano de 1957 sai Portas Fechadas. Em 1958 recebe o Prêmio Artur de Azevedo, do Instituto Nacional do livro. No ano de 1962 ingressa na Academia Cearense de Letras. No ano seguinte, lança As Vozes do Morto. Em 1965 torna-se catedrático de Literatura Portuguesa do curso de Letras Vernáculas da Universidade Federal do Ceará.

Em 1969 é publicado O Puxador de Terço. Nos anos de 1970-1971 é chefe do Departamento de Letras Vernáculas, membro do Conselho Departamental da mesma unidade. Decano do Centro de Humanidades da UFC. Em 1971 publica Contos Escolhidos, nos anos de 1973-1979 é escolhido Pró-reitor de Graduação da UFC. Em 1976 publica Momentos.

Ingressa na Academia Cearense da Língua Portuguesa no ano de 1977 e recebe no mesmo ano a Comenda Senador Fernandes Távora da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará. No ano de 1978 publica Os 12 Parafusos. No ano de 1981, sai os 10 Contos Escolhidos.

Em 1985 lança A Grande mosca no copo de leite. Em 1987, Dizem que os cães vêem coisas. Em dois de dezembro de 1992, recebe o título de professor emérito da Universidade Federal do Ceará.

No ano de 1993, no dia cinco de novembro, é agraciado com a Medalha da Abolição, a maior comenda concedida pelo governo do Estado do Ceará e recebe a placa de Honra ao Mérito da prefeitura Municipal de Fortaleza.

Falece aos 80 anos. Em agosto, é instituída a Comenda “Moreira Campos” em Senador Pompeu, sua terra natal a ser entregue anualmente a três pessoas de destaque no município. os Encontros Literários do Departamento de Letras da UFC passam a se denominar “Moreira Campos”. É descerrada uma placa com o seu nome na sala dos professores do curso de Letras. Em novembro, é inaugurada a Sala Literária “Moreira Campos” no Palácio da Cultura.

Obras

  • 1949 Vidas Marginais, contos;
  • 1957 Portas Fechadas, contos;
  • 1963 As Vozes do Morto, contos;
  • 1969 O Puxador de Terço, contos;
  • 1971 Contos Escolhidos, contos;
  • 1976 Momentos, contos;
  • 1978 Os 12 Parafusos, contos;
  • 1981 10 Contos Escolhidos, contos;
  • 1985 A Grande mosca no copo de leite, contos;
  • 1987 Dizem que os cães vêem coisas, contos

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Alunos do Colégio Ari de Sá Cavalcante: Ana Clara Lopes n˚1 Vitória de Oliveira n˚43 Paulo César Santiago n˚ Newton Bezerra n˚34 Victor Sousa n˚42 Turma: 2˚2T Sede: Washington Soares Professora: Ana Paula

MOREIRA CAMPOS

Biografia

Moreira Campos nasceu em Senador Pompeu no dia 6 de janeiro de 1914. É filho do português Francisco Gonçalves Campos e Adélia Moreira Campos. Ingressou na Faculdade de Direito do Ceará, bacharelando-se em 1946. Licenciou-se em Letras Neolatinas em 1967, na antiga Faculdade Católica de Filosofia do Ceará. Na área do magistério iniciou-se como professor de Português, Literatura e Geografia em colégios. Exerceu o magistério na Universidade Federal do Ceará, Curso de Letras, como titular de Literatura Portuguesa. Integrante do Grupo Clã. Pertenceu à Academia Cearense de Letras. Faleceu em Fortaleza, no dia 7 de maio de 1994. Deixou as seguintes coleções: Vidas Marginais (1949), Portas Fechadas (1957), distinguido com o Prêmio Artur de Azevedo, do Instituto Nacional do Livro, As Vozes do Morto (1963), O Puxador de Terço (1969), Os Doze Parafusos (1978), A Grande Mosca no Copo de Leite (1985) e Dizem que os Cães Vêem Coisas (1987). Seus Contos Escolhidos tiveram três edições, Contos foram editados em 1978 e Contos – Obra Completa se publicaram, em dois volumes, em 1996, pela Editora Maltese, São Paulo, com organização de Natércia Campos. Tem também um livro de poemas, Momentos (1976). Participou de diversas antologias nacionais. Algumas de suas peças ficcionais foram traduzidas para o inglês, o francês, o italiano, o espanhol, o alemão.

Escola Literária

Na década de 60, surge o modernismo, que utilizava em suas composições o chamado grid system (sistema de grades), no qual tudo era estruturado respeitando-se as várias linhas de construção. Entre as décadas de 60 e 70, surge uma nova corrente de artistas gráficos para contestar e se opor à concepção do modernismo. O novo movimento ganhou o nome de pós-modernismo, cujo foco era a desestabilização da ordem em favor da anarquia, do caos, da emoção. A mistura de elementos de todos os tipos e épocas era permitida e incentivada. A geometrização das formas e as grids de composição eram, para esses artistas, um símbolo de repressão e banalização visual.

Desta forma, os aspectos formais desse estilo de fazer literatura são baseados em questões como intertextualidade, ironia, ênfase no cotidiano, retomada de texto do passado, acentuação e fragmentação do texto e da polifonia de vozes, hedonismo, presença do humor, pastiche, intertextualidade, exercício da metalinguagem, fragmentarismo textual, na narrativa há uma autoconsciência e autorreflexão, radicalização de posições antirracionalistas e antiburguesas, dentre outras. O pós-modernismo, como expressão literária, vive sobre o signo da multiplicidade, “é um monte de estilos, convivendo sem briga num mesmo saco, não há mais hierarquia “.

  • Características do autor no Pós-Modernismo:

- Estrutura linear para suas narrativas; - Tensão estabelecida entre criação e destruição (Eros e Thanatos: são opostos,na verdade extremos.
vida e a morte,respectivamente.) Eros= ligado às pulsões de vida, impulsiona ao contato, ao embate com o outro e com a realidade. Thanatos= é o princípio profundo do desejo de não separação, de retorno à situação uterina ou fetal, quer o repouso, a aniquilação das tensões. Essa tensão é abrandada através de alguns recursos como: a ironia, o humor, a ambigüidade e através do tratamento especial com que o autor trata a morte de seus personagens. - Tendência para o uso de elementos descritivos em paralelo aos narrativos; - Quase ausência de diálogos;

Moreira Campos é um escritor que explora de preferência o psicológico de suas personagens. A dor e a precariedade humana são as grandes rotica r de sua obra, apresentando muita ironia contida nelas. Desacredita na bondade e no rotica do homem, chegando ao rotica r. Abate em muitos momentos o próprio leitor em face da desgraça física das pessoas, da baixeza moral, ou do absurdo da vida que retrata, outras vezes enternece e enche de pena com o destino sofrido e as impossibilidades das personagens.


Características da Obra

A obra em prosa de Moreira Campos compõe se de 138 contos distribuídos por seis livros, afora as reedições por coletâneas. Esse patrimônio literário foi elaborado do final dos anos quarenta até nossos dias, perfazendo rotic décadas de boa rotica re, onde se sobressaem uma forte carga rotica, um velado apelo social e um estilo bem particular. Apesar de já ter sido um pouco abordado deste tema no tópico anterior, o autor, através desse particular estilo, transita com mestria entre momentos impressionistas, neo-realistas e neonaturalistas, sempre conservando uma estrutura linear para suas narrativas, com princípio, meio e fim bem delineados. Além disso, ao longo de sua obra, há uma constante tensão estabelecida entre criação e destruição (Eros e Tanatos). Essa tensão é abrandada através de alguns recursos como: a ironia, o humor, a ambigüidade e através do tratamento especial com que o autor trata a morte de seus personagens. A morte é convivida e dilui seu impacto destruidor dada a convivência dos circunstantes com o moribundo. O que marca, no entanto, seu estilo é o conjunto das características de sua obra, que são bem particulares.


Características da Narrativa

As principais características da narrativa de Moreira Campos são: uma tendência para o uso de elementos descritivos em paralelo aos narrativos; os vazios deixados para serem preenchidos pelo leitor; a eliminação de comentários e interpretações paralelas; a quase ausência de diálogos; a atuação do tempo como elemento corrosivo sobre os personagens; o uso das repetições como forma de superação das dificuldades de relacionamento entre as diferentes classes de pessoas; a ironia; a luta pela concisão. Essa luta pela concisão leva a uma redução lingüística que faz com que dos contos iniciais com mais de dez páginas ele chegue a duas páginas, nos mais recentes textos. Essa redução do tamanho dos contos não corresponde a uma redução sintagmática. A frase, em Moreira Campos, não sofreu alterações no decorrer do tempo.