Assassinato de John Lennon: diferenças entre revisões
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O assassinato de John Lennon, músico que ganhou notoriedade mundial como fundador e membro do grupo de rock britânico The Beatles, ocorreu na noite de 8 de dezembro de 1980[1] Facebook.com/thyagom3
Como aconteceu
Por volta de 23 horas de 8 de dezembro de 1980, o músico retornava, com sua esposa Yoko Ono, de um estúdio de gravação. Quando Lennon dava entrada em sua residência, o Edifício Dakota em Nova Iorque, um homem de 25 anos chamado Mark Chapman, que no fim da tarde do mesmo dia havia se encontrado com Lennon junto a fãs e conseguido um autógrafo de Lennon em uma capa do álbum do cantor chamado Double Fantasy[2], sacou um revólver e efetuou cinco disparos contra Lennon. Várias fontes afirmam que, antes de efetuar os disparos, Chapman gritou: Mister Lennon! (Senhor Lennon!), mas Chapman afirma não se lembrar de tê-lo feito[3]. O primeiro tiro se perdeu atingindo uma janela do prédio, porém os quatro seguintes atingiram em cheio o corpo de Lennon, três deles atravessando o corpo e um deles destruindo a artéria aorta do cantor, causando severa perda de sangue, e ele caiu na recepção do hotel. O porteiro do edifício desarmou Chapman e chutou a arma para longe, e perguntou a ele: "Você sabe o que fez?". Mark Chapman respondeu calmamente: "Sim, eu atirei em John Lennon." Chapman não tentou escapar e sentou-se na calçada e esperou a chegada da polícia.
Lennon foi declarado morto ao chegar no hospital St. Luke's-Roosevelt[4] , onde foi constatado que ninguém poderia viver mais do que alguns minutos com tais ferimentos. Antes de declararem sua morte, médicos abriram o peito de Lennon e massagearam manualmente seu coração por vários minutos a fim de restaurar a circulação sanguínea, mas o dano causado aos vasos sanguíneos era muito grande. Além disso, Lennon já havia chegado sem pulsação e sem respirar, e também havia perdido 80% do seu volume sanguíneo, sendo assim declarado que a causa da morte dele foi choque hipovolêmico[5]. Após o crime ser noticiado pela mídia, multidões de fãs se juntaram ao redor do Hospital Roosevelt e do Edifício Dakota para prestar homenagem a Lennon. O corpo do cantor foi cremado dois dias depois e sua cinzas foram entregues a Yoko Ono, que preferiu não realizar um funeral para Lennon.
Motivo do crime
Segundo Mark Chapman, que era cristão[6], o seu ódio a John Lennon originou-se das várias afirmações do cantor sobre Deus, consideradas por Chapman como blasfêmias. Chapman também era fã dos Beatles, até o dia em que John Lennon fez a infame declaração de que os Beatles seriam Mais populares que Jesus, em 1966. Amigos de Chapman disseram que isso o deixou enfurecido e ele seguia se perguntando por que Lennon havia dito aquela blasfêmia. E segundo ele mesmo[7], seu ódio a Lennon aumentou quando o cantor criou a música "Imagine", em 1971, onde Lennon diz que deve-se imaginar que os céus - no plano espiritual - e até mesmo o inferno não existem[8], conspirando contra os ensinamentos de Jesus Cristo. Mas não foi só isso que enfureceu Chapman na letra desta canção. Mark Chapman disse[9]:Ele (John Lennon) nos disse para imaginarmos que não existem posses (ou "bens materias", especificamente na frase "Imagine no possessions" da música Imagine) e lá estava ele, com milhões de dólares, iates, fazendas e mansões, rindo de pessoas como eu, que acreditaram em suas mentiras, compraram os discos dele e alicerçaram boa parte de suas vidas com as músicas dele.
Outra música que o deixou enfurecido foi a canção God (do álbum John Lennon/Plastic Ono Band), onde Lennon diz que Deus é apenas um conceito e que não acreditava em Jesus, nem na Bíblia e até mesmo nos Beatles[10]. Chapman disse que após ouvir esta música teve vontade de gritar bem alto[11]:Quem ele pensa que é para dizer essas coisas de Deus, dos céus (ou paraíso) e dos Beatles, dizendo que não acredita em Jesus ou coisas assim? Chapman chegou até mesmo cantar sua "versão" para a música Imagine: Imagine John Lennon morto...[12]. Ele havia anteriormente ido a Nova Iorque, em outubro de 1980, para assassinar John Lennon, mas mudou de idéia e retornou à sua casa no Havaí[13]. Chapman disse que na hora de puxar o gatilho que em seu sangue (ou, dentro de si) não havia emoção, nem raiva. Apenas um silêncio mortal em seu cérebro. E também alega ter ouvido uma voz misteriosa que lhe repetia: "Do it, do it, do it" ("Faça isto!", ou "Mate!") quando John passou por ele.[14] Chapman também disse em entrevistas que pediu ajuda a Satanás para possuí-lo e assim cometer o crime.[15][16]
Consequências
Pelo assassinato de John Lennon, Mark Chapman foi condenado à prisão perpétua, com possibilidade de liberdade condicional após 20 anos de pena - a partir do ano de 2000, lhe seria concedido um julgamento visando sua liberdade condicional a cada dois anos. Ele cumpre pena desde 1980 numa penitenciária chamada Attica Correctional Facility, em Attica, Nova Iorque. Sua liberdade condicional foi negada sete vezes (bienalmente, entre 2000 e 2012[17]). Em todas as vezes, Yoko Ono se opôs à liberdade de Chapman[18], dizendo que a vida dela, dos filhos de Lennon e a do próprio Chapman estariam em risco[19].
Referências
- ↑ BBC news. «1980: John Lennon shot dead». Consultado em 5 de dezembro de 2010 (em inglês)
- ↑ Wikipedia. «File:Lennon and Chapman.jpg» (em inglês)
- ↑ «I don't recall saying, 'Mr Lennon'». Telegraph.co.uk. London. 21 August 2008. Consultado em 21 August 2008 Verifique data em:
|acessodata=, |data=
(ajuda) - ↑ New York Times. «Recalling the Night He Held Lennon's Still Heart». Consultado em 8 de dezembro de 2005 (em inglês)
- ↑ Ingham 2006, pág. 82
- ↑ Jones, Jack (1992). Let Me Take You Down: Inside the Mind of Mark David Chapman, the Man Who Killed John. Villard Books. ISBN 978-0812991703 (em inglês)
- ↑ March 4, 1966: The Beginning of the End for John Lennon? Lynne H. Schultz, 2001, retrieved December 26, 2006.(em inglês)
- ↑ Letras.mus.br. «Imagine: John Lennon» (em português)
- ↑ Secular Web Kiosk and Bookstore. «March 4th, 1966: The Beginning of the End for John Lennon?» (em inglês)
- ↑ Letras.mus.br. «God: The Plastic Ono Band» {em português)
- ↑ Secular Web Kiosk. «March 4th, 1966: The Beginning of the End for John Lennon?». 4 de março de 2001 (em inglês)
- ↑ Secular Web Kiosk. «March 4th, 1966: The Beginning of the End for John Lennon? (trecho traduzido):...eu não acredito em John Lennon, imagine John Lennon morto...». 4 de março de 2001 (em inglês)
- ↑ People (magazine)]] (22 de junho de 1981). «Descent Into Madness»
- ↑ BBC (6 de outubro de 2004). «Mark Chapman: Destined for infamy». Consultado em 21 de outubro de 2010 (em inglês)
- ↑ Don Dickerman (2009). «Mark David Chapman Testimony (trecho traduzido): "Uma vez pedi ajuda a Satanás, para cometer um crime, um crime de que agora me arrependo profundamente."». Consultado em 21 de outubro de 2010 (em inglês)
- ↑ «Mark David Chapman: The Man Who Killed John Lennon (trecho traduzido):...Me lembro de que estava orando a Deus para me impedir de matar John Lennon e ao mesmo tempo pedindo a Satanás para me dar a oportunidade.». Consultado em 5 de dezembro de 2010 (em inglês)
- ↑ scribd.com. «John Lennon killer Mark David Chapman denied parole (Tradução: Negada a liberdade condicional do assassino de John Lennon)». Consultado em 9 de setembro de 2012 (em inglês)
- ↑ scribd.com. «Yoko Ono: Keep Mark David Chapman Behind Bars(Tradução: Yoko Ono:Mantenham Mark Chapman atrás das grades)». Consultado em 19 de outubro de 2011 (em inglês)
- ↑ http://www.upi.com/Top_News/US/2010/07/27/Killer-of-John-Lennon-makes-parole-bid/UPI-81271280250987/ |title = Yoko Ono opposes parole for John Lennon's killer |work = UPI.com |date = July 27, 2010 |accessdate = August 12, 2010}}