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VIADO QEM LE
::''Se procura "nau de linha", dos séculos XVIII e XIX, veja [[navio de linha]]''.

[[Ficheiro:Santa-Maria.jpg|thumb|250px|direita|Réplica da nau ''[[Santa Maria (nau)|Santa Maria]]'', o maior dos [[navio]]s comandados por [[Cristóvão Colombo]] em [[1492]], no porto do Funchal. Construída na [[Galiza]].]]
[[Ficheiro:Santa-Maria.jpg|thumb|250px|direita|Réplica da nau ''[[Santa Maria (nau)|Santa Maria]]'', o maior dos [[navio]]s comandados por [[Cristóvão Colombo]] em [[1492]], no porto do Funchal. Construída na [[Galiza]].]]


'''Nau''' é uma denominação genérica dada a [[navio]]s de grande porte até o [[século XV]] usados em viagens de grande percurso. Em vários documentos históricos a nau surge com a denominação de ''nave'' (do [[latim]] ''navis''), termo utilizado quase sempre entre [[1211]] e [[1428]]. Opõe-se-lhe o termo ''embarcação'', aplicado a barcos de menores proporções, utilizados em percursos pequenos.Que foi muito utilizada em meados do século XV e XVI.
'''Nau''' é uma denominação genérica dada a [[navio]]s de grande porte até o [[século XV]] usados em viagens de grande percurso. Em vários documentos históricos a nau surge com a denominação de ''nave'' (do [[latim]] ''navis''), termo utilizado quase sempre entre [[1211]] e [[1428

Durante a época dos [[Descobrimentos]], houve uma evolução dos tipos de navio utilizados. A ''[[Barca (náutica)|barca]]'', destinada à [[cabotagem]] e [[pesca]], era ainda utilizada ao tempo de [[Gil Eanes]], quando, em [[1434]], dobrou o [[Cabo Bojador]], e seria sucedida pela [[caravela]].
Concretamente, na [[Baixa Idade Média]], mais precisamente entre o [[século XIII]] e a primeira metade do [[século XV|XV]], as naus, ainda tecnicamente longe daquilo que seriam nos Descobrimentos, serviam essencialmente para transportar mercadorias que provinham dos portos da [[Flandres]], no norte da [[Europa]], para a [[península Itálica]], no [[mar Mediterrâneo]], e vice-versa.

À época de [[Fernando I de Portugal]] as naus desenvolveram-se em termos náuticos e multiplicaram-se de forma assinalável em Portugal. Devido à [[pirataria]] que assolava a costa portuguesa e ao esforço nacional de criação de uma armada para as combater, as naus passaram a ser utilizadas também na marinha de guerra. Nesta altura, foram introduzidas as bocas-de-fogo, que levaram à classificação das naus segundo o poder de [[artilharia]]: naus de três pontas (100 a 120 bocas) e naus de duas pontas e meia (80 bocas). A capacidade de transporte das naus também aumentou, alcançando as duzentas [[tonelada]]s no [[século XV]], e, as quinhentas, no século seguinte.

[[Ficheiro:Portuguese Carracks off a Rocky Coast.jpg|thumb|300px|esquerda|[[Carraca]]s portuguesas: navios de carga e de guerra empregues no final do [[século XV]] e no [[século XVI]]. Ao centro a grande nau [[Nau portuguesa Santa Catarina do Monte Sinai|Santa Catarina do Monte Sinai]], construída em 1512. Estas naus, desde o período das primeiras naus oceânicas como a [[Santa Maria (nau)|Santa Maria]], foram alvo em pouco tempo de um enorme desenvolvimento e inovação no seu design e tamanhos - especialmente em Portugal, devido ao confronto armado no [[Oceano Índico]], à grande carga e às longas distâncias percorridas.]]

Com a passagem das navegações costeiras às oceânicas, houve necessidade de adaptar as embarcações aos novos conhecimentos [[náutica|náuticos]] e [[geografia|geográficos]]. À medida que se foi desenvolvendo o comércio [[mar]]ítimo e se tornou necessário aumentar a capacidade do transporte de [[mercadoria]]s, [[arma]]mento, [[marinheiro]]s e [[soldado]]s, foram sendo modificadas as características dos navios utilizados. Surgiam então as ''caravelas de armada'' e, posteriormente, as ''naus''.

Em [[1492]] [[Cristóvão Colombo]] zarpou das [[Ilhas Canárias]] rumo ao [[descobrimento da América]] com a nau [[Santa Maria (nau)|Santa Maria]], a [[caravela redonda]] [[Pinta]] e a [[caravela latina]] [[Niña]]. Em [[1497]] partiu [[Vasco da Gama]] para a [[Índia]] já com três naus e uma caravela.

De grande porte, com castelos de [[proa]] e de [[popa]], dois, três ou quatro [[mastro]]s, com duas ou três ordens de [[vela (náutica)|vela]]s sobrepostas, as naus eram imponentes e de armação arredondada. Tinham velas latinas no mastro da ré. Diferentes das caravelas, ''[[galeão (navio)|galeões]]'' e ''[[galé]]'', as naus tinham, em geral, duas cobertas.

No [[século XVI]] tinham [[tonelada|tonelagem]] não inferior a 500, embora, segundo o testemunho do Padre [[Fernão de Oliveira|Fernando de Oliveira]], no seu livro ''[[Livro da Fábrica das Naus]]'', em meados desse século as naus eram armadas com crescente tonelagem, chegando a ter 600 toneladas no auge da [[Carreira da Índia]].

== Bibliografia ==
* Silva, Libório Manuel (2010), ''A Nau Catrineta e a História Trágico-Marítima: Lições de Liderança'', ISBN 978-989-615-090-7, Centro Atlântico, Portugal.

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[[Categoria:Embarcações]]
[[Categoria:Descobrimentos portugueses]]
[[Categoria:Embarcações dos Descobrimentos]]
[[Categoria:Navios-veleiro]]

Revisão das 13h51min de 28 de março de 2013

VIADO QEM LE

Réplica da nau Santa Maria, o maior dos navios comandados por Cristóvão Colombo em 1492, no porto do Funchal. Construída na Galiza.

Nau é uma denominação genérica dada a navios de grande porte até o século XV usados em viagens de grande percurso. Em vários documentos históricos a nau surge com a denominação de nave (do latim navis), termo utilizado quase sempre entre 1211 e [[1428