Necrópole Israelita

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Necrópole Israelita

Fachada e portão de entrada.

País
Localização
446 Avenida Serzedelo Corrêa (d)
Belém
 Brasil
Tipo
Sepultamentos
28
Entrada em serviço
1842 (182 anos)
Estatuto patrimonial
bem de interesse histórico em Belém (d)Visualizar e editar dados no Wikidata
Coordenadas
Mapa

A Necrópole Israelita, no bairro da Soledade em Belém, é o primeiro cemitério israelita do Brasil. Funcionou entre 1842 e 1915 e possui apenas 28 túmulos.[1]

Histórico[editar | editar código-fonte]

No século XIX, o catolicismo era a religião oficial do Império do Brasil, o que dava à Igreja consideráveis poderes seculares. Entre outras atribuições civis, os clérigos eram responsáveis pelo registro de nascimentos, óbitos e casamentos, interpretação de testamentos, inscrição de eleitores e composição de mesas eleitorais; e também pela administração de cemitérios. A partir de 1850, ficaram igualmente incumbidos do registro de terras.[2]

A constituição imperial permitia que os seguidores de outras religiões praticassem suas crenças, desde que fosse em âmbito privado. Da mesma forma, proibia a construção de templos não católicos.[3] Na prática, ambas as restrições eram mais ou menos ignoradas ou contornadas pela sociedade, o que fica claro no caso da Necrópole Israelita de Belém. Em 1842, estava em vigor uma lei que permitia a existência de cemitérios particulares por origem nacional, como no caso do Cemitério dos Ingleses, no Rio de Janeiro (1811). Embora os judeus não pudessem ser enquadrados como uma origem nacional estrangeira (sua principal identidade era religiosa), a Igreja paraense parece ter decidido que eles atendiam os requisitos e permitiu a criação de um diminuto cemitério israelita, quase ao lado do Cemitério dos Ingleses em Belém.[1]

Como o espaço para sepultamentos na Necrópole era realmente pequeno, alterações posteriores na legislação sobre cemitérios possibilitou que o Cemitério do Guamá possuísse já desde 1883 uma área exclusiva para sepultamentos israelitas, a qual esteve em atividade até 1969.[1]

Características[editar | editar código-fonte]

Dos 28 túmulos da Necrópole, 16 não possuem qualquer inscrição. O único túmulo com uma lápide vertical pertence a Alfred Levy, um natural de Erstroff, no departamento francês da Mosela, que faleceu em 1872. Há pelo menos três rabinos sepultados no cemitério, sendo Mordecai Hacohen z'l, falecido em 1848, o primeiro com data confirmada.[1]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d «O primeiro cemitério judaico do Brasil existe em Belém». Roitblog. Consultado em 27 de junho de 2023 
  2. Ítalo Domingos Santirocchi. «A Igreja a e construção do Estado no Brasil imperial» (PDF). XXVII Simpósio Nacional de História. Consultado em 27 de junho de 2023 
  3. «Carta de Lei de 25 de Março de 1824». Governo do Brasil. Consultado em 27 de junho de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]