Necrópole Megalítica do Planalto de Castro Laboreiro

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Necrópole Megalítica do Planalto de Castro Laboreiro
Necrópole Megalítica do Planalto de Castro Laboreiro
Construção Pré-História, Período Neolítico da Idade da Pedra e Idade dos Metais
Aberto ao público sim
Património Nacional
Classificação  Homologação do património
DGPC IPA.00003592
SIPA IPA.00003592
Geografia
País Portugal
Localidade Castro Laboreiro e Lamas de Mouro
Coordenadas 42.065504° N 8.120374° O
Necrópole Megalítica do Planalto de Castro Laboreiro está localizado em: Portugal Continental
Necrópole Megalítica do Planalto de Castro Laboreiro
Geolocalização no mapa: Portugal Continental

A Necrópole Megalítica do Planalto de Castro Laboreiro ou Conjunto megalítico e de arte rupestre do Planalto de Castro Laboreiro localiza-se na freguesia de Castro Laboreiro e Lamas de Mouro, município de Melgaço, distrito de Viana do Castelo, em Portugal.[1]

Com mais de 60 monumentos funerários megalíticos é considerada a maior necrópole desse período na Península Ibérica e a mais setentrional de Portugal.[carece de fontes?]

Está classificada como Sítio de Interesse Público desde 2013.[1]

Localização e Características[editar | editar código-fonte]

Localizada nas imediações do Parque Nacional da Peneda-Gerês, em Castro Laboreiro, Melgaço, estendendo-se por mais de 50 km² e a uma altitude superior a 1100 metros, sendo possível encontrar cerca de 90 monumentos megalíticos, 36 dos quais já em território galego, é a maior concentração de monumentos megalíticos da Península Ibérica e uma das maiores da Europa.[2] Cerca de 25% desses monumentos encontram-se isolados no planalto, sendo dominantes na paisagem natural e baldia, e os restantes encontram-se aglomerados, perto de ribeiras ou afluentes do rio Laboreiro. A maioria das mamoas, alinhamentos, dólmens ou antas, construídas em granito, datam desde o quinto e o quarto milénio a.C., existindo pelo menos uma mamoa no Alto da Portela do Pau que é posterior a esse período, tendo sido erigida no terceiro milénio a.C..[3][4] Em alguns monumentos funerários existem ainda preservadas algumas pinturas e gravuras rupestres que se enquadram no período do início da Era do Bronze.[5][6]

Intervenções Arqueológicas[editar | editar código-fonte]

Em 1978 foi realizada a primeira prospecção arqueológica no local pela Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho. Posteriormente durante a década de 1990, foram realizadas várias intervenções pela Parque Nacional da Peneda-Gerês e a Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia, nomeadamente no lugar do Alto da Portela do Pau em 1992 e em 1994.[7]

Classificação Patrimonial[editar | editar código-fonte]

Em 2013 o conjunto megalítico do planalto de Castro Laboreiro foi classificado como Sítio de Interesse Público (SIP).[8]

Trilho Megalítico do Planalto de Castro Laboreiro[editar | editar código-fonte]

De modo a valorizar o património cultural e histórico da região minhota, através de novos empreendimentos e infraestruturas de apoio ao turismo rural, de natureza, desporto e lazer, foi criado o Trilho Megalítico do Planalto de Castro Laboreiro com 13 km de percurso, tendo como ponto de início a Branda do Rodeiro e de fim o lugar de Outeiro do Ferro.[9][10]

Monumentos[editar | editar código-fonte]

Alto da Mansão do Guerreiro

O núcleo megalítico do Alto da Mansão do Guerreiro é constituído por nove mamoas funerárias, encontrando-se todas em boas condições de conservação e bastante visíveis entre a paisagem natural devido à sua imponência.

Alto do Buscal

Menores na sua dimensão, no Alto do Buscal, os inúmeros monumentos megalíticos encontram-se espalhados e escondidos por todo o território. Devido à erosão natural e à presença humana, que não soube respeitar ou valorizar as edificações ancestrais num tempo em que a importância destes monumentos não era do conhecimento comum, muitos dos sepulcros encontram-se danificados ou partidos.[11]

Lamas do Rego

As seis mamoas de Lamas do Rego localizam-se nas imediações do caminho florestal. Bem conservadas, a Mamoa 1 e Mamoa 2 deste grupo possuem cerca de 18 metros de diâmetro.

Alto da Portela do Pau

Alvo de vários projectos de investigação, o Alto da Portela do Pau é o único núcleo megalítico de toda a necrópole do Planalto de Castro Laboreiro que foi profundamente estudado por várias equipas de arqueólogos. Os monumentos que mais se destacam neste local são a Mota Grande, sendo esta a maior mamoa do planalto, o Menir do Alto da Portela do Pau, que se encontra tombado em território galego, a Mamoa 2, sem laje de cobertura mas densamente decorada com motivos que cobrem quase toda a área interior útil dos esteios,[12] e a Mamoa 5, que foi exposta pelas equipas de arqueólogos e também possuiu gravuras rupestres, essencialmente com motivos geométricos, sendo ainda possível constatar a sua câmara simples, aberta e de planta poligonal com 2,35 e 2,40 metros de altura.[13]

Referências

  1. a b Ficha na base de dados SIPA
  2. «Necrópole Megalítica do Planalto de Castro Laboreiro». Turismo do Porto e Norte de Portugal 
  3. «Trabalhos de reabilitação, restauro e valorização do Planalto de Castro Laboreiro, concelho de Melgaço». arqueohoje. 2012 
  4. Lopes, Susana Soares; Gomes, Sérgio Alexandre (1 de abril de 2021). Between the 3rd and 2nd Millennia BC: Exploring Cultural Diversity and Change in Late Prehistoric Communities (em inglês). [S.l.]: Archaeopress Publishing Ltd 
  5. Dordio, Paulo (1995). «Necrópole Megalítica do Planalto de Castro Laboreiro, Melgaço». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico (em inglês). Consultado em 27 de abril de 2021 
  6. Revista da Faculdade de Letras: História. [S.l.]: Faculdade de Letras do Porto. 1997 
  7. Journal of Iberian Archaeology (em inglês). [S.l.]: ADECAP. 2006 
  8. «Conjunto Megalítico e de Arte Rupestre do Planalto de Castro Laboreiro». DGPC | Direcção Geral do Património Cultural. 2013 
  9. Costa, Ana (31 de julho de 2020). «Castro Laboreiro: No planalto à boleia das histórias». Evasões 
  10. Judas, Miguel (31 de março de 2021). Os 200 Melhores Percursos de Trekking de Portugal. [S.l.]: Leya 
  11. Ramírez, Fernando Carrera (2011). El arte parietal en monumentos megalíticos del noroeste ibérico: valoración, diagnóstico, conservación (em espanhol). [S.l.]: Archaeopress 
  12. Dordio, Paulo (1995). «Mamoa 2 do Alto da Portela do Pau». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico (em inglês) 
  13. Autores, Varios (28 de julho de 2016). Estudos de arqueoloxía, prehistoria e historia antiga (em espanhol). [S.l.]: Andavira 
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