O Jogo (jogo mental)

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Uma pessoa anunciando que perdeu O JOGO na San Diego Comic-Con International em Julho de 2008

O Jogo (em inglês: The Game), criado na Inglaterra, é um jogo corrente, que tem se popularizado e se espalhado pela Internet desde 2000, cujo objetivo é evitar pensar acerca do próprio Jogo. Pensar no Jogo significa perdê-lo e, segundo as regras, essa perda deve ser anunciada aos demais participantes cada vez que ocorre. Os jogadores podem apenas tentar evitar perder durante o máximo de tempo possível. Atualmente, O Jogo é jogado por milhões (possivelmente bilhões) de pessoas mundo a fora.[1][2][3][4][5]

Regras[editar | editar código-fonte]

Existem algumas regras básicas do Jogo:[1][2][6][7][8]

  1. Todos no mundo que sabem acerca do Jogo estão a jogar O Jogo,[9] durante todo o tempo, sem pausas.[4] Também pode ser lida, alternativamente, como "todas as pessoas no mundo estão, obrigatoriamente, o jogando, contudo, boa parte delas apenas não sabe ainda.".
  2. Sempre que alguém pensa no Jogo por qualquer motivo, mesmo que apenas por uma fração de segundo, perde.
  3. A cada vez que O Jogo é perdido, deve ser anunciado por seu jogador[6] (quer usando uma frase como "Perdi O Jogo" ("I lost The Game"), "Eu perdi" ("I lost"), ou meios alternativos). O anúncio pode ser em voz alta, digitado, postado em algum site da Internet, ou até mesmo em língua de sinais.

ADENDO: Alguns jogadores permitem um período entre 30 segundos e meia hora depois de alguém perder, durante o qual um jogador não pode perder novamente O Jogo, ou não é obrigado a anunciar a perda.[1] Isto é feito de forma a prevenir uma perda contínua do jogo. Sob uma interpretação literal, é necessário avisar cada perda. Contudo, anunciar essa perda implica pensar no Jogo, o que só por si é uma falha. Esta corrente continua interminavelmente.[6]

Estratégias[editar | editar código-fonte]

Muitos jogadores desenvolvem estratégias criativas para fazer outras pessoas perderem, tal como escrever O Jogo numa mensagem, dizer O Jogo em voz alta, escrevê-lo em grafite num espaço público, e em notas, ou escrever duas palavras que quando pronunciadas em voz alta soem como "O Jogo" (por exemplo: Uj Ogo).[4][5]

Algumas pessoas escondem a mensagem "O Jogo" em fotos, vídeos, ou em textos longos para que outros jogadores sejam pegos de surpresa e percam, e fiquem irritados com isso.

Origens[editar | editar código-fonte]

As origens de o Jogo são incertas, mas a grande maioria das teorias é unânime em apontar a Inglaterra como seu local de origem.

Em uma reportagem de 2008, Justine Wettschreck diz que O Jogo provavelmente existe desde o início dos anos 90, e pode ter se originado na Austrália ou na Inglaterra. Uma teoria sugere que foi inventado em Londres em 1996, quando dois engenheiros britânicos, Dennis Begley e Gavin McDowall, perderam seu último trem e tiveram que passar a noite na plataforma; eles tentaram evitar pensar sobre sua situação, e quem pensou sobre isso primeiro perdeu. Outra teoria também aponta que O Jogo pode ter sido criado em 1996, pelo londrino Jamie Miller, provavelmente num fórum virtual, "para irritar as pessoas". O jornalista Mic Wright, do The Next Web, relembrou que jogou O Jogo na escola no final dos anos 90.

No entanto, outra teoria aponta que O Jogo pode ter sido criado em 1977 por membros da Sociedade de Ficção Científica da Universidade de Cambridge, quando tentavam criar um jogo que não se encaixasse na teoria dos jogos.

Um post de Paul Taylor em agosto de 2002 descreveu O Jogo; Taylor afirmou ter "descoberto o jogo on-line há cerca de 6 meses". Esta é a primeira referência conhecida na Internet.

Psicologia[editar | editar código-fonte]

O jogo é um exemplo da teoria do processo irônico (também conhecido como "Princípio do Urso Branco"), no qual a tentativa de suprimir ou evitar certos pensamentos tornam esses pensamentos mais comuns e persistentes do que seriam ao acaso.[10] Há exemplos iniciais da teoria do processo irônico: em 1840, Liev Tolstói jogou o "jogo do urso branco" com seu irmão, onde "ficava em um canto e não pensava no urso branco".[11]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c Montgomery, Shannon (17 de janeiro de 2008). «Teens around the world are playing 'the game'». The Canadian Press 
  2. a b «If you read this you have lost the game». The Metro. 5 de dezembro de 2008 
  3. Boyle, Andy (19 de março de 2007). «Mind game enlivens students across U.S.». The Daily Nebraskan 
  4. a b c Verelst, Jeroen (15 de março de 2007). «The Game, het eenvoudigste spel ter wereld» (Subscription required). De Morgen (em neerlandês). p. 2 
  5. a b Rooseboom, Sanne (15 de dezembro de 2008). «Nederland gaat nu ook verliezen». De Pers 
  6. a b c «The three rules of the game». The Metro. 5 de dezembro de 2008 
  7. «Don't think about the game» (Subscription required). Rutland Herald. 3 de outubro de 2007 
  8. Wettschreck, Justine (31 de maio de 2008). «Playing 'The Game' with the other kids» (Subscription required). Daily Globe [ligação inativa] 
  9. Verelst, Jeroen (15 de março de 2007). «The Game, het eenvoudigste spel ter wereld» (Subscription required). De Morgen (em neerlandês). p. 2 
  10. Kaniewski, Katie (1 de março de 2009). «You just lost the Game». Los Angeles Loyolan. Consultado em 27 de março de 2009 
  11. Tolstoy, Leo (2008). Leo Tolstoy, His Life and Work. [S.l.: s.n.] p. 52. ISBN 1408676974. Cópia arquivada em 6 de julho de 2014