Organização dos Jovens Argelinos Livres

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A Organização dos Jovens Argelinos Livres (em francês: Organisation des jeunes Algériens libres, OJAL) foi um grupo armado pró-governo, ativo principalmente entre 1994 e 1995, que reivindicou o crédito por vários ataques contra civis que simpatizavam com os islamistas durante a Guerra Civil Argelina. No entanto, era uma organização de fachada sob a qual operavam elementos do Departamento de Inteligência e Segurança (DRS), os serviços de segurança argelinos. A OJAL nunca existiu como organização independente.[1]

As principais ações pelas quais a organização recebeu crédito incluem:

  • O sequestro (em 26 de novembro de 1993) e assassinato de Mohamed Bouslimani, presidente da instituição de caridade islâmica El Irshad wa el Islah e membro fundador do Movimento da Sociedade pela Paz. Este rapto também foi reivindicado pelo Grupo Islâmico Armado (GIA).[1]
  • O sequestro e tortura do matemático e membro fundador da Frente Islâmica de Salvação (FIS), então dissolvida, Mohamed Tedjini Boudjelkha em novembro de 1993; ele foi liberado após cinco dias.[1][2][3]
  • A ameaça em fevereiro de 1994 de que "se uma mulher for atacada por não usar um xador, a OJAL se vingará ao liquidar pura e simplesmente 20 mulheres usando um hijab".[4][5]

De acordo com as provas recolhidas pela Amnistia Internacional, a OJAL agiu “em uníssono com as forças de segurança” e várias pessoas mortas por estas mesmas forças de segurança tinham “recebido ameaças de morte da OJAL algum tempo antes”.[6]

Referências

  1. a b c The Organisation of Young Free Algerians, death squadron of the DRS, extract from Lounis Aggoun and Jean-Baptiste Rivoire's book Françalgérie, Crimes et mensonges d'Etat, La Découverte, Paris 2004 (no site Algeria Watch)
  2. Enlèvement d'un responsable islamiste en Algérie Arquivado em 2011-06-04 no Wayback Machine, Le Monde, 28 Novembro 1993 (em francês)
  3. Algerian Islamists' conception of democracy, Arab Studies Quarterly, 1996 (sobre a participação fundadora de Boudjelkha na FIS) (em inglês)
  4. "Lycéennes assassinées pres d'Alger", L'Humanité, 31 Março 1994 (em francês)
  5. HUMAN RIGHTS ARE WOMEN'S RIGHT, I, "Caught between two fires", p.41 sq, Amnesty International (AI Index: ACT 77/01/95)
  6. AMNESTY INTERNATIONAL, Il faut mettre un terme à la répression et à la violence, 25 de outubro de 1994.