Orixás, Caboclos e Guias: Deuses ou Demônios?
| Orixás, Caboclos e Guias: Deuses ou Demônios? | |
|---|---|
 Capa da primeira edição do livro. | |
| Autor(es) | Edir Macedo |
| Idioma | Português |
| País |  Brasil
|
| Assunto | Religião |
| Gênero | Religioso |
| Editora | Unipro |
| Lançamento | 1997 |
| Páginas | 114 |
| ISBN | 9788571405363 |
Orixás, Caboclos e Guias, deuses ou demônios? é um livro de Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus. Foi lançado pela Unipro e se transformou em best-seller, com mais de 3 milhões de exemplares vendidos, se tornando um dos livros evangélicos mais bem-sucedidos da história do Brasil.[1][2]
Conteúdo[editar | editar código-fonte]
O livro de Edir Macedo denuncia supostas manobras satânicas que ocorreriam através do Espiritismo, da Umbanda, do Candomblé, da Quimbanda e de outras religiões espiritualistas, principalmente as de matriz africana. De acordo com o autor, essas religiões são as responsáveis pelas origens das doenças, desavenças, vícios e de todos os outros males aos quais o ser humano está sujeito.[3]
Controvérsias[editar | editar código-fonte]
A publicação foi questionada na Justiça por adeptos de religiões afro-brasileiras a fim de suspender sua tiragem, venda, revenda e entrega gratuita. Para a juíza Nair Cristina de Castro, a obra "extrapola os limites da liberdade religiosa (...), na medida em que não se restringe à explanação e divulgação das ideias próprias à religião que é adotada por quem o escreveu, mas sim se predispõe a tratar pejorativamente outra religião e seus adeptos, incitando à discriminação". Alguns dos trechos do livro qualificam a Umbanda, a Quimbanda e o Candomblé como "seitas demoníacas", responsáveis pelo subdesenvolvimento do país e pelo uso de substâncias entorpecentes.[4]
Em 2005, a Justiça Brasileira determinou a retirada de circulação de todos os exemplares do livro por conta de seu teor preconceituoso contra as religiões afro-brasileiras.[5][6] Mas, um ano depois, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região liberou a venda com a justificativa de que a proibição contrariava o princípio da liberdade de expressão, garantido pela Constituição Federal Brasileira.[7]
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ «Uma Igreja que não pára de crescer». folha.arcauniversal.com.br. Consultado em 22 de novembro de 2010
- ↑ «Juíza suspende venda de livro do bispo Edir Macedo». folha online. 10 de novembro de 2005. Consultado em 25 de agosto de 2010
- ↑ «orixas-caboclos-e-guias-deuses-ou-demonios». bispomacedo.com.br. Consultado em 19 de setembro de 2012
- ↑ Justiça suspende circulação de livro de Edir Macedo no Brasil
- ↑ Teor preconceituoso faz Justiça proibir livro de Edir Macedo - OESP, 10 de novembro de 2005
- ↑ Dono e diretores da Record são processados por descaminho Conjur, 2006
- ↑ «TRF libera circulação do livro de Edir Macedo». expresso-noticia.jusbrasil.com.br. Consultado em 5 de janeiro de 2012. Cópia arquivada em 2014
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- MariZ, Cecília Loreto (1997). «O demônio e os pentecostais no Brasil». O Mal à Brasileira. Rio de Janeiro: Editora UERJ: 45–61
- Oro, Ari Pedro (1997). «Neopentecostais e afro-brasileiros: quem vencerá esta guerra?». Debates do NER. 1 (1). Consultado em 9 de dezembro de 2016
- Silva, Vagner Gonçalves da (2007). «Neopentecostalismo e religiões afro-brasileiras: Significados do ataque aos símbolos da herança religiosa africana no Brasil contemporâneo». Mana. 13 (1): 207–236. Consultado em 9 de dezembro de 2016
- Oro, Ari Pedro (2006). «O" neopentecostalismo macumbeiro"». Revista USP (68): 319–332. Consultado em 9 de dezembro de 2016
- Soares, Mariza de Carvalho (1990). «Guerra santa no país do sincretismo». Sinais dos tempos: diversidade religiosa no Brasil. 23
- Camurça, Marcelo Ayres (2009). «Entre sincretismos" guerras santas": dinâmicas e linhas de força do campo religioso brasileiro». Revista USP (81): 173–185. Consultado em 9 de dezembro de 2016
- da Silva, Vagner Gonçalves (2005). «Concepções religiosas afro-brasileiras e neopentecostais: uma análise simbólica». Revista USP (67): 150–175. Consultado em 9 de dezembro de 2016
- Mariano, Ricardo (1996). «Igreja Universal do Reino de Deus: a magia institucionalizada». Revista Usp (31): 120–131. Consultado em 9 de dezembro de 2016
- Bianchetti, Thiago Angelin (2008). «Os Exus na Umbanda e na Igreja Universal do Reino de Deus» (PDF). Revista KuléKulé. Maceió: UFAL. Consultado em 9 de dezembro de 2016
- Santos, Valdelice Conceição dos; others (2010). «O DISCURSO DE EDIR MACEDO NO LIVRO ORIXÁS, CABOCLOS E GUIAS. DEUSES OU DEMÔNIOS?: IMPACTOS E IMPASSES NO CENÁRIO RELIGIOSO BRASILEIRO». Consultado em 9 de dezembro de 2016
- Oro, Ari Pedro (2005). «A demonologia da Igreja Universal do Reino de Deus». Debates do NER. 1 (7). Consultado em 9 de dezembro de 2016
- Birman, Patricia (2009). «Feitiçarias, territórios e resistências marginais». Mana. 15 (2): 321–348. Consultado em 9 de dezembro de 2016
- Morais, Jomar (2002). «Satã vive». Planeta Jota. Disponível em< http://www. planetajota. jor. br/diabo. htm/> Acesso em. 22
- Siepierski, Paulo D. (2013). «Pós-pentecostalismo e política no Brasil». Estudos Teológicos. 37 (1): 47–61. Consultado em 9 de dezembro de 2016
- OLIVEIRA, Wellington Cardoso (2004). «A IURD no Brasil: o discurso legitimador do bispo Edir Macedo». Monografia. PUC Goiás, Goiânia
- Refkalefsky, Eduardo (2006). «Comunicação e Posicionamento da Igreja Universal do Reino de Deus: um estudo de caso do Marketing Religioso». Artigo apresentado no XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Brasília, de. 6
- Péchiné, Serge (2011). «Intolerância Religiosa em Salvador da Bahia–o vis-à-vis entre as igrejas neopentecostais e as religiões de matriz africana». Revista Magistro. 2 (1). Consultado em 9 de dezembro de 2016
- Bianchetti, Thiago Angelin Lemos. «Exu, Protetor ou Demônio: uma abordagem etnográfica dos rituais Afro-Brasileiros e das sessões de descarrego da IURD1»
- Farris, James Reaves (2010). «Relação de Dissertações e Teses Defendidas no primeiro semestre de 2010». Estudos de Religião. 24 (38): 211–213. Consultado em 9 de dezembro de 2016
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- de Oliveira, Rosângela Paulino (2016). «BENZEDEIRAS E REZADEIRAS–A SOBREVIVÊNCIA DA IDENTIDADE E DAS PRÁTICAS RELIGIOSAS NOS ESPAÇOS URBANOS». Anais dos Simpósios da ABHR (2). Consultado em 9 de dezembro de 2016
- Dias, Julio César Tavares; Campos, Zuleica Dantas Pereria (2012). «O Discurso de Intolerância da Igreja Universal do Reino de Deus: uma análise do livro Orixás, Caboclos e Guias». Fragmentos de Cultura. 22 (4): 355–365
- do Nascimento, Solange Aparecida; Abib, Pedro Rodolpho Jungers (2016). «COSMOGONIA AFRICANA: A RESISTÊNCIA DAS RELIGIÕES AFRICANAS NA CONTEMPORANEIDADE». Escritas: Revista do Curso de História de Araguaína. 8 (1): 88–106. Consultado em 9 de dezembro de 2016
- Veríssimo, Me Jean. «O DIABO NO IMAGINÁRIO PENTECOSTAL» (PDF). Consultado em 9 de dezembro de 2016