Patrício Cecílio
Patrício Cecílio | |
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Nascimento | 25 de fevereiro de 1894 Golegã |
Morte | 3 de setembro de 1983 |
Cidadania | Portugal |
Patrício de Sousa Cecílio[1] (Golegã, 25 de fevereiro de 1894[1] — Golegã, 3 de setembro de 1983) foi um agricultor[2] e toureiro amador[3] português.
Proprietário agrícola no concelho da Golegã,[4] Patrício Cecílio destacou-se como bandarilheiro que, por manifesto romantismo, se exibiu nas arenas por volta das décadas de 1910 e 1920.[5] Embora tenha optado por nunca se profissionalizar, chegou mesmo a integrar, como peão de confiança, a quadrilha de João Branco Núncio no princípio da carreira deste. Foi igualmente da responsabilidade de Cecílio a organização da corrida em que António Luís Lopes conferiu a Núncio a alternativa de cavaleiro tauromáquico, no Campo Pequeno, em 27 de maio de 1923.[2]
Seria contudo na qualidade de instrutor de jovens toureiros que Patrício Cecílio se notabilizaria na festa dos touros. Preocupado com o desaparecimento de bandarilheiros profissionais que havia na Golegã, tradicionalmente terra de toureiros a pé, dispôs-se a contribuir para o aparecimento de novos talentos nessa arte,[3] oferecendo os seus ensinamentos, baseados na sua experiência, aos jovens que almejassem dedicar-se ao toureio apeado. Nascia assim a Escola de Toureio da Golegã, corria o ano de 1941.[5]
Um dos jovens que Cecílio aceitou para a sua missão, seria não só o mais destacado elemento da sua Escola, como o mais extraordinário toureiro a pé português — Manuel dos Santos (1925-1973),[6] matador com alternativa tirada em 1948, em Sevilha, e o mais solicitado do mundo em 1950,[4] deu à Escola da Golegã uma fama que transpôs fronteiras.[5]
Mas outros jovens se destacaram e a escola do antigo bandarilheiro amador, nascida para criar bandarilheiros profissionais, acabou por ser uma escola, que além de vários desta categoria, originou o aparecimento de vários matadores — António dos Santos, José Júlio, Francisco Mendes, Armando Soares[3] e Ricardo Chibanga, que se estabeleceu na Golegã pela mão de Manuel dos Santos e Alfredo Ovelha[7] — e dezenas de novilheiros. Mesmo depois da escola fechada, muitos aspirantes à vida do toureio, continuaram a deslocar-se à casa do mestre Patrício Cecílio para lhe pedir conselhos.[5]
Patrício Cecílio foi ainda Presidente da Câmara Municipal da Golegã durante dez anos, entre 1951 e 1961.[1] Foi também presidente da Casa do Povo da Golegã, em cuja qualidade integrou a Câmara Corporativa, representando o trabalho agrícola, na VI Legislatura (1953-1957).[1]
Referências
- ↑ a b c d Parlamento
- ↑ a b Campo Pequeno
- ↑ a b c Arquivo RTP
- ↑ a b Observador
- ↑ a b c d Câmara Municipal da Golegã
- ↑ Arquivo RTP
- ↑ [videos.sapo.pt/SV0mtof4fhFj9Jwi8w2N Sapo.pt]