Pelotão Mariana Grajales
Pelotão Mariana Grajales | |
---|---|
Pelotón Mariana Grajales | |
Las Marianas do Pelotão Mariana Grajales durante a entrada em Havana, em 8 de janeiro de 1959. Da esquerda: Teté Puebla, Eloísa Ballester e Lilia Rielo. | |
País | Cuba |
Fidelidade | Movimento 26 de Julho |
Unidade | Grupo de Combate |
Tipo de unidade | Infantaria |
Denominação | Las Marianas |
Criação | 4 de setembro de 1958 |
Patrono | Mariana Grajales |
História | |
Guerras/batalhas | Revolução Cubana |
Méritos em batalha | Batalha de Cerro Pelado Batalha de Guisa |
Logística | |
Efetivo | 13 mulheres |
Armamento | Carabina M1 |
Comando | |
Comandante | Isabel Rielo |
Subcomandante | Teté Puebla |
O Pelotão Mariana Grajales (em castelhano: Pelotón Mariana Grajales), também conhecido como Las Marianas, foi uma pequena unidade militar exclusivamente feminino criado por Fidel Castro, Celia Sánchez e Haydée Santamaría durante o Movimento 26 de Julho em 4 de setembro de 1958, em homenagem à ícone cubana Mariana Grajales Cuello que serviu na Guerra da Independência de Cuba.[1][2]
História
[editar | editar código-fonte]Depois que um grupo de mulheres liderado por Isabel Rielo implorou a Fidel Castro para criar uma unidade feminina, Castro convocou os líderes do exército rebelde para um debate em 3 de setembro de 1958. Após sete horas de discussão, por volta da 1:00h da manhã Fidel autorizou a criação do pelotão.[3] Isabel Rielo foi selecionada para liderar o pelotão como resultado de um teste de tiro.[4]
Estima-se, segundo vários relatos, que as mulheres constituíam apenas cerca de 5% do total das forças rebeldes durante a Revolução Cubana.[5][6] Assim, o Pelotão Mariana Grajales, composto por 13 jovens mulheres, compondo assim apenas um grupo de combate, era um componente único do exército revolucionário.[7][8] As Marianas eram armadas com carabinas M1.[9][10]
O pelotão se destacou na vitória dos rebeldes em 28 de setembro de 1958 sobre as forças de Fulgencio Batista em Cerro Pelado (perto da atual Bartolomé Masó), após uma batalha de três dias.[8] Após a vitória em janeiro de 1959, os membros do pelotão trabalharam para construir escolas na parte montanhosa do leste de Cuba.[11]
Dickey Chapelle foi uma fotojornalista americana que relatou a Revolução Cubana e observou o pelotão do lado dos rebeldes [12] O primeiro combate das Marianas ocorreu no dia 27 de setembro em Cerro Pelado, postadas numa curva por onde poderiam chegar reforços inimigos. Em seu livro La contraofensiva estratégica, Fidel observou que o fizeram “(…) suportando firmemente, sem sair de sua posição, o bombardeio dos tanques Sherman”.[13]
Em 4 de setembro de 1988, no 30º aniversário da fundação do pelotão, um evento comemorativo foi realizado na sede do Regimento de Artilharia Antiaérea Feminina.[14] O evento foi presidido por Vilma Espín, presidente da Federação das Mulheres Cubanas, e o General-de-Corpo Julio Casas Regueiro das Forças Armadas Revolucionárias. Além de veteranas do pelotão e outros dignatários, esteve presente Nguyễn Thị Định, membro do Comitê Central do Partido Comunista do Vietnã e presidente da Federação de Mulheres Vietnamitas.[14] O General Julio Casas, ele mesmo um capitão no exército rebelde, declarou que "...A confiança de Fidel nas mulheres cubanas tornou-se, desde (a fundação da unidade), parte da ideologia da Revolução."[14]
Membros
[editar | editar código-fonte]Nº | Nome | Detalhes | Ref. |
---|---|---|---|
1 | Isabel Rielo Rodríguez | Comandante | |
2 | Delsa Esther "Teté" Puebla | Subcomandante | |
3 | Olga Guevara Pérez | ||
4 | Eva Palma Rodríguez | ||
5 | Lilia Rielo Rodríguez | ||
6 | Rita García Reyes | ||
7 | Angelina Antolín Escalona | ||
8 | Edemis Tamayo Núñez | ||
9 | Norma Ferrer Benítez | ||
10 | Flor Pérez Chávez | ||
11 | Juana Peña Peña | ||
12 | Orosia Soto Sardiña | ||
13 | Ada Bella Acosta Pompa | ||
- | Clodomira Acosta Ferrales | Honorária, executada | [13] |
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Chebbab, Alia (5 de dezembro de 2016). «Women in Cuba: The revolution within the revolution». NADJA (em inglês). Consultado em 21 de setembro de 2024
- ↑ Thomas-Woodard, Tiffany A. (2003). «"Towards the Gates of Eternity": Celia Sánchez Manduley and the Creation of Cuba's New Woman». Cuban Studies. 34: 154–180. ISSN 0361-4441. JSTOR 24487881. Consultado em 21 de setembro de 2024
- ↑ Serrano, Luis Hernández (3 de setembro de 2018). «Revelaciones sobre Las Marianas». Juventud Rebelde (em espanhol). Consultado em 21 de setembro de 2024
- ↑ Yanes, Raquel Marrero (4 de setembro de 2008). «Las Marianas de la Sierra». Granma. Consultado em 21 de setembro de 2024
- ↑ Volo, Lorraine Bayard de (2018). Women and the Cuban Insurrection: How Gender Shaped Castro's Victory (em inglês). Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 978-1107178021. OCLC 1001744416
- ↑ Greene, Thomas Nicholls, ed. (1962). The Guerrilla and how to Fight Him: Selections from the Marine Corps gazette. Col: Books That Matter (em inglês). Nova York: U.S. Marine Corps. OCLC 272395
- ↑ Reif, Linda L. (janeiro de 1986). «Women in Latin American Guerrilla Movements: A Comparative Perspective». Comparative Politics. 18 (2): 147–169. doi:10.2307/421841. Consultado em 21 de setembro de 2024
- ↑ a b Dippel, John Van Houten; Haney, Richard (2005). Celia Sánchez: The Legend of Cuba's Revolutionary Heart (em inglês). Nova York: Algora Publishing. ISBN 978-0875863962. OCLC 60558962
- ↑ Diamond, Marie Josephine (2013). Women and Revolution: Global Expressions (em inglês) 2ª ed. Dordrecht: Springer Science & Business Media. ISBN 978-9401590723. OCLC 867635693. doi:10.1007/978-94-015-9072-3
- ↑ United States Information Agency (1992). Cuba Annual Report: 1989 (em inglês). New Brunswick, New Jersey: Transaction Publishers. p. 227. ISBN 978-1560000167. OCLC 65997717
- ↑ Randall, Margaret (2015). Haydée Santamaría, Cuban Revolutionary: She Led by Transgression (em inglês). Durham: Duke University Press. ISBN 978-0822375272. OCLC 910965843
- ↑ Jones, Meg. «Dickey Chapelle covered Castro, Cuban revolution». Milwaukee Journal Sentinel (em inglês). Consultado em 13 de maio de 2020
- ↑ a b Ramos, Felipa de las Mercedes Suárez (2 de setembro de 2013). «Pelotón Femenino Mariana Grajales: La integrante ausente». Trabajadores (em espanhol). Consultado em 24 de setembro de 2024
- ↑ a b c Office of Research & Policy (1991). «Women in the Military». Cuba Annual Report, 1988 (em inglês). New Brunswick, New Jersey: Transaction Publishers. p. 227. ISBN 978-0887384202
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Puebla, Teté; Waters, Mary-Alice (2003). Marianas en combate: Teté Puebla & el Pelotón Femenino Mariana Grajales en la guerra revolucionaria cubana, 1956-58 (em espanhol). Nova York: Pathfinder Press. 103 páginas. ISBN 978-0873489638. OCLC 759790859
- Puebla, Teté; Waters, Mary-Alice (2003). Teté Puebla & the Mariana Grajales Women's Platoon in Cuba's revolutionary war, 1956-58 (em inglês). Nova York: Pathfinder Press. 103 páginas. ISBN 978-0873489577. OCLC 52713394