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Platão: diferenças entre revisões

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|imagem = Plato Silanion Musei Capitolini MC1377.jpg
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|imagem_legenda = Busto de Platão <br >Cópia em mármore do busto de Platão feito por Silanião ca. 370
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|influenciados = A maioria dos filósofos ocidentais, incluindo [[Aristóteles]], [[Agostinho de Hipona]], [[Neoplatonismo]], [[Cícero]], [[Plutarco]], [[Estoicismo]], [[Anselmo de Cantuária]], [[Nicolau Maquiavel|Maquiavel]], [[Descartes]], [[Hobbes]], [[Leibniz]], [[John Stuart Mill|Mill]], [[Schopenhauer]], [[Kierkegaard]], [[Nietzsche]], [[Heidegger]], [[Hannah Arendt|Arendt]], [[Hans-Georg Gadamer|Gadamer]], [[Imam Khomeini]], [[Russell]] e vários outros [[filósofos]] e [[teólogos]]
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| nome = Platão
}}

'''Platão''' ({{lang-grc|Πλάτων}}, [[Transliteração|transl.]] ''Plátōn'', "amplo",<ref>[[Diógenes Laércio]] 3.4; p. 21, David Sedley, [http://assets.cambridge.org/052158/4922/sample/0521584922ws.pdf ''Plato's Cratylus''], Cambridge University Press 2003.</ref> [[Atenas]],{{Nota de rodapé|[[Diógenes Laércio]] menciona que Platão "nasceu, segundo alguns escritores, em Aegina, na casa de Fidíades, filho de Tales". Diógenes menciona como uma de suas fontes a ''História Universal'' de [[Favorinus]]. De acordo com Favorinus, Ariston, pai de Platão, e sua família foram enviados por Atenas para fixarem-se como [[clerúquio]]s (colonos mantendo sua cidadania ateniense) na ilha de Aegina, de onde foram expulsos pelos [[esparta]]nos após Platão nascer lá.<ref name="LaIII">Diogenes Laertius, ''Life of Plato'', III</ref> Nails indica, no entanto, que não há registro de qualquer expulsão de atenienses de Aegina por parte dos espartanos entre 431 e 411 a.C.<ref name="NA54">D. Nails, "Ariston", 54</ref> Por outro lado, no [[Tratado de Nicias]] Aegina foi silenciosamente deixada sob o controle de Atenas, e não foi até o verão de 411 a.C. que os espartanos invadiram a ilha.<ref name="Th5.18.8.92">[http://en.wikisource.org/wiki/History_of_the_Peloponnesian_War/Book_5#5:18 Thucydides, History of the Peloponnesian War, 5.18]; local de nascimento = * Thucydides, [http://en.wikisource.org/wiki/History_of_the_Peloponnesian_War/Book_8#8:92 History of the Peloponnesian War, 8.92]</ref> Por isso Nails conclui que "talvez Ariston foi um clerúquio, talvez foi a Aegina em 431, e, talvez, Platão nasceu em Aegina, mas nada disso permite uma datação precisa da morte de Ariston (ou de nascimento de Platão).<ref name="NA54" /> Aegina é considerada como o local de nascimento de Platão também pela Suda.<ref name="Suda" />}} [[428 a.C.|428]]/[[427 a.C.|427]]{{Nota de rodapé|O [[gramático]] [[Apolodoro]] argumenta, nas suas ''Crônicas'', que Platão nasceu no primeiro ano da 88ª [[Jogos Olímpicos da Antiguidade|Olimpíada]] ([[427 a.C.]]), no sétimo dia do mês de [[Targélion]]; de acordo com esta tradição, o [[Deuses gregos|deus]] [[Apolo]] teria nascido neste dia.<ref name="LaII">Diógenes Laércio, ''Vida de Platão'', II</ref> De acordo com outro biógrafo seu, [[Neantes de Cízico|Neantes]], Platão teria 84 anos de idade ao morrer.<ref name="LaII" /> De acordo com a versão de Neantes, Platão era seis anos mais novo que [[Isócrates]], e teria portanto nascido no segundo ano da 87ª Olimpíada, ano da morte de [[Péricles]] ([[429 a.C.]]).<ref>F.W. Nietzsche, ''Werke'', 32</ref> De acordo com a ''[[Suda]],'' Platão teria nascido em [[Egina]], na 88ª Olimpíada, em meio à fase preliminar da [[Guerra do Peloponeso]], e teria vivido 82 anos.<ref name="Suda">{{cite encyclopedia|title=Plato|encyclopedia=Suda}}</ref> Para o estudioso [[Inglaterra|inglês]] do [[século XVI]], ''[[sir]]'' [[Thomas Browne]], Platão teria nascido de fato na 88ª Olimpíada;<ref name="BrXII">T. Browne, ''Pseudodoxia Epidemica'', XII</ref> o célebre [[platonista]] do [[Renascimento]] celebrava o nascimento de Platão no dia [[7 de novembro]].<ref name="N1">D. Nails, ''The Life of Plato of Athens'', 1</ref> Já para o [[filólogo]] [[Alemanha|alemão]] [[Ulrich von Wilamowitz-Moellendorff]], Platão teria nascido quando Diótimos era [[Arconte|arconte epônimo]], mais especificamente entre [[29 de julho]] de 428 a.C. e [[24 de julho]] de 427 a.C.<ref name="W46">U. von Wilamowitz-Moellendorff, ''Plato'', 46</ref> O filólogo [[Grécia|grego]] acredita que o filósofo teria nascido em 26 ou 27 de maio de 427 a.C., enquanto o filósofo britânico [[Jonathan Barnes]] estipula 428 a.C. como o ano de nascimento de Platão.<ref name="HBr">{{cite encyclopedia|title=Plato|encyclopedia=Encyclopaedia Britannica|year=2002}}</ref> Já a filósofa [[Estados Unidos|americana]] Debra Nails alega que Platão teria nascido em 424/423 a.C.<ref name="N1" />}} – Atenas, [[348 a.C.|348]]/[[347 a.C.]]) foi um [[filósofo]] e [[matemático]] do [[Grécia Clássica|período clássico]] da [[Grécia Antiga]], autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da [[Academia Platônica|Academia]] em [[Antiga Atenas|Atenas]], a primeira instituição de [[educação superior]] do [[mundo ocidental]]. Juntamente com seu mentor, [[Sócrates]], e seu pupilo, [[Aristóteles]], Platão ajudou a construir os alicerces da [[filosofia natural]], da [[ciência]] e da [[filosofia ocidental]].<ref name="HBr"/> Acredita-se que seu nome verdadeiro tenha sido Arístocles<ref name="alexander.diogenes.laertius.3.5">''Alexander'', citado por [[Diógenes Laércio]], ''Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres'', Livro III, ''Vida de Platão'', 5</ref>.

== Vida ==
Platão nasceu em Atenas<ref name="diogenes.laertius.3.1">[[Diógenes Laércio]], ''Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres'', Livro III, ''Vida de Platão'', 1</ref>, provavelmente em 427/428 a.C.<ref name="RussellAlves2004">{{cite book|author1=Bertrand Russell|author2=Laura Alves|title=História do Pensamento Ocident|url=http://books.google.com/books?id=ksAu7jtHoZgC&pg=PA85|year=2004|publisher=Ediouro Publicações|isbn=978-85-00-01355-3|pages=85–}}</ref>, no sétimo dia do mês ''Thargêliốn''<ref name="apolodoro.diogenes.laertius.3.2">Apolodoro, citado por [[Diógenes Laércio]], ''Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres'', Livro III, ''Vida de Platão'', 2</ref>), cerca de um ano após a morte do [[estadista]] [[Péricles]]<ref name="RussellAlves2004"></ref>, e morreu em 348 a.C.<ref name="RussellAlves2004"></ref> (no primeiro ano da 108<sup>a</sup> Olimpíada<ref name="hermippus.diogenes.laertius.3.2">''Hermippus'', citado por [[Diógenes Laércio]], ''Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres'', Livro III, ''Vida de Platão'', 2</ref>).

A mãe de Platão era Perictione, cuja família se gabava de um relacionamento com o famoso ateniense legislador e poeta lírico [[Sólon]].<ref name="LaI">Diógenes Laércio, ''Vida dePlatãoo'', I</ref> Perictione era irmã de Cármides e sobrinha de [[Crítias]], ambas as figuras proeminentes na época da [[Tirania dos Trinta]], a breve [[oligarquia]], que se seguiu sobre o colapso de Atenas no final da [[Guerra do Peloponeso]] (404–403 BC).<ref name="TW1">W. K. C. Guthrie, ''A History of Greek Philosophy''', IV, 10<br>* A.E. Taylor, ''Plato'', xiv<br>* U. von Wilamowitz-Moellendorff, ''Plato'', 47</ref> Além do próprio Platão, Aristão e Perictione tiveram outros três filhos, estes foram Adimanto e Glaucão, e uma filha Potone, a mãe de [[Espeusipo]] (então o sobrinho e sucessor de Platão como chefe de sua [[Academia de Platão|Academia filosófica]]).<ref name="TW1" /> De acordo com ''[[A República]]'', Adimanto e Glaucão eram mais velhos que Platão.<ref name="PlRep368a">Plato, ''Republic'', 2.[http://old.perseus.tufts.edu/cgi-bin/ptext?lookup=Plat.+Rep.+2.368a 368a]<br>* U. von Wilamowitz-Moellendorff, ''Plato'', 47</ref> No entanto, nas suas ''[[Memorabilia (Xenofonte) | Memorabilia]]'', [[Xenofonte]] apresenta Glaucão como sendo mais jovem do que Platão.<ref>Xenofonte, ''Memorabilia'', 3.6.[http://www.perseus.tufts.edu/cgi-bin/ptext?doc=Perseus%3Atext%3A1999.01.0208&layout=&loc=3.6.1 1]</ref>

A data tradicional do nascimento de Platão (428/427) é baseada em uma interpretação dúbia de Diógenes Laércio que diz "Quando Sócrates foi embora, Platão se juntou a Crátilo e Hermógenes, que filosofou a maneira de Parmênides. Então, aos vinte e oito anos, Hermodoro diz, Platão foi para Euclides em Megara."<ref name="Nails2002">{{cite book|author=Debra Nails|title=The people of Plato: a prosopography of Plato and other Socratics|url=http://books.google.com/books?id=y3YRwNsnu54C|year=2002|publisher=Hackett Publishing|isbn=978-1-60384-403-1|page=247}}</ref>.Em sua [[Sétima Carta (Platão) | Sétima Carta]], Platão observa que a sua idade coincidiu com a tomada do poder pelos Trinta Tiranos, comentando: "Mas um jovem com idade inferior a vinte seria motivo de chacota se tentasse entrar na arena política". Assim, a data de nascimento de Platão seria 424/423<ref name="Nails2002" />.

Ariston parece ter morrido na infância de Platão, embora a data exata de sua morte é desconhecida<ref name="TN">D. Nails, "Ariston", 53<br>* A.E. Taylor, ''Plato'', xiv</ref>, Perictione então casou-se com Perilampes, irmão de sua mãe<ref name="NA229">Platãoo, ''Cármides'', [http://www.perseus.tufts.edu/cgi-bin/ptext?doc=Perseus%3Atext%3A1999.01.0176&query=section%3D%23376&layout=&loc=Charm.%20157e 158a]<br>* D. Nails, "Perictione", 53</ref> que tinha servido muitas vezes como embaixador para o [[Império Aquemênida | corte persa]] e era um amigo de [[Péricles]], líder da facção democrática em Atenas.<ref name="P13">Plato, ''Cármides'', [http://www.perseus.tufts.edu/cgi-bin/ptext?doc=Perseus%3Atext%3A1999.01.0176&query=section%3D%23376&layout=&loc=Charm.%20157e 158a]<br>* Plutarch, ''Pericles'', [[s:Lives/Pericles#13|IV]]</ref>

Em contraste com a sua reticência sobre si mesmo, Platão muitas vezes introduziu seus ilustres parentes em seus diálogos, ou a eles referenciou com alguma precisão: Cármides tem um diálogo com o seu nome; Crítias fala tanto em ''[[Cármides]]'' quanto em ''[[Protágoras (diálogo) | Protágoras]]'' e Adimanto e Glaucão têm trechos importantes em ''[[A República]]''<ref name="G11">W. K. C. Guthrie, ''A History of Greek Philosophy'', IV, 11</ref> Estas e outras referências sugerem uma quantidade considerável de orgulho da família e nos permitem reconstruir Platão [[árvore genealógica]]. De acordo com Burnet, "a cena de abertura do Cármides'' é uma glorificação de toda [família] ligação... osdiálogos de Platão não são apenas um memorial para Sócrates, mas também dos dias mais felizes de sua própria família."<ref name="Kahn186">C.H. Kahn, ''Plato and the Socratic Dialogue'', 186</ref>.

===Nome===
[[Image:Socrates and Plato.jpg|thumb| 250px | direita | Platão e [[Sócrates]] em uma representação medieval]]
De acordo com [[Diógenes Laércio]], o filósofo foi nomeado ''Aristocles'' como seu avô, mas seu treinador de [[luta]], Aristão de Argos, o apelidou de ''Platon'', que significa "grande", por conta de sua figura robusta.<ref name="LaIV">[[Diógenes Laércio]], ''Vida de Platão'', IV</ref> De acordo com as fontes mencionadas por Diógenes (todos datam do [[Alexandre, o Grande|período alexandrino]]), Platão derivou seu nome a partir da "amplitude" (''platytês'') de sua eloquencia, ou então, porque possuia a fronte (''platýs'') larga.<ref name="LaN">Diógenes Laércio, ''Vida de Platão'', IV<br>* A. Notopoulos, ''The Name of Plato'', 135</ref> Estudiosos recentes têm argumentado que a lenda sobre seu nome ser ''Aristocles'' originou-se no [[Helenismo| período helenístico]].<ref name="Taran2001">{{cite book|author=Leonardo Taran|title=Collected Papers, 1962-1999|url=http://books.google.com/books?id=G7qO2OtdnskC&pg=PA60|year=2001|publisher=BRILL|isbn=978-90-04-12304-5|pages=60 – 61}}</ref>''Platão'' era um nome comum, dos quais 31 casos são conhecidos apenas em Atenas.<ref name="GuthrieGuthrie1986">{{cite book|author1=W. K. C. Guthrie|author2=William Keith Chambers Guthrie|title=A History of Greek Philosophy: Volume 4, Plato: The Man and His Dialogues: Earlier Period|url=http://books.google.com/books?id=sLxO5QSGoHcC|date=24 April 1986|publisher=Cambridge University Press|isbn=978-0-521-31101-4|page=12}}</ref>
=== Educação ===
[[Apuleio]] nos informa que Espeusipo elogiou a rapidez mental e a modéstia de Platão como os "primeiros frutos de sua juventude infundidos com muito trabalho e amor ao estudo". <ref Name="Ap2">Apuleio,''de Dogmate Platonis'', 2 </ref> Platão deve ter sido instruído em gramática, música e [[ginástica]] pelos professores mais ilustres do seu tempo.<ref name="DS">Diogenes Laertius, ''Life of Plato'', IV<br>* W. Smith, ''Plato'', 393</ref> [[Dicearco]] foi mais longe a ponto de dizer que Platão lutou nos jogos de [[Jogos Ístmicos]].<ref name="LaV">Diógenes Laércio, ''Vida de Platão'', V</ref> Platão também tinha frequentado cursos de filosofia, antes de conhecer Sócrates, primeiro ele se familiarizou com [[Crátilo]] (um discípulo de [[Heráclito]], um proeminente filósofo grego [[Pré-socráticos| pré-socrático]]) e as doutrinas de Heráclito.<ref name="Ar987a">Aristóteles, ''Metaphysics'', 1.[http://www.perseus.tufts.edu/cgi-bin/ptext?doc=Perseus%3Atext%3A1999.01.0052&query=section%3D%2315&layout=&loc=1.987b 987a]</ref>

=== Platão e Sócrates ===
Platão não aparece sempre em seus diálogos, na maioria deles a parte principal é apresentada por Sócrates, seu mestre<ref name="Williams2000">{{cite book|author=Bernard Arthur Owen Williams|title=Platão|url=http://books.google.com/books?id=w7AoYGx0yKIC&pg=PA9|year=2000|publisher=Unesp|isbn=978-85-7139-279-3|pages=9–}}</ref> mas a relação precisa entre Platão e Sócrates continua a ser uma área de disputa entre os estudiosos. Platão deixa claro em sua ''[[Apologia de Sócrates]]'', que era um jovem dedicado e seguidor de Sócrates. Nesse diálogo, Sócrates é mencionado por Platão como um daqueles jovens perto o suficiente para ter sido corrompido por ele, se ele fosse de fato culpado de corromper a juventude e pede a seus pais e irmãos para não testemunhar contra ele se ele era de fato culpado de tal crime (33d-34a). Mais tarde, Platão é mencionado junto a Crito, Critobolus e Apolodoro como oferecendo-se para pagar uma multa de 30 minas em nome de Sócrates, em vez da pena de morte proposto por Meletus (38b). No ''[[Fédon]]'', o personagem-título enumera aqueles que estavam presentes na prisão no último dia de Sócrates, explicando a ausência de Platão, dizendo: "Platão estava doente." (''Fédon'' 59b)<ref name="Williams2000" />

==Filosofia==
[[File:Plato's Academy mosaic from Pompeii.jpg|thumb|left|''A [[Academia de Platão]]'' em Atenas<br>Mosaico em Pompéia, ca. séc. I]]
===Temas recorrentes===
Platão frequentemente discute a relação pai-filho e a questão de saber se o interesse do pai em seus filhos tem muito a ver com o quão bom seus filhos serão. Um menino na antiga Atenas era socialmente localizado por sua identidade familiar e Platão, muitas vezes refere-se a seus personagens em termos de suas relações parentais e fraternas. Sócrates não era um homem de família e viu-se como o filho de sua mãe, que era aparentemente uma parteira. Um fatalista divino, Sócrates zomba dos homens que pagaram valores exorbitantes sobre tutores para os seus filhos e repetidamente empreendeu a idéia de que o bom caráter é um presente dos deuses. Crito lembra Sócrates que os órfãos estão à mercê do acaso, mas Sócrates não está preocupado. No [[Teeteto]], ele recruta um jovem discípulo cuja herança foi desperdiçada. Sócrates duplamente compara a relação do homem mais velho e o menino com a relação pai e filho (Lise 213a, República 3.403b).<ref name="MobileReference(Translator)2007">{{cite book|author1=MobileReference|author2=Plato, Benjamin Jowett (Translator)|title=Dialogues of Plato|url=http://books.google.com/books?id=yAgUSF-xn2kC&pg=PT15|year=2007|publisher=MobileReference|isbn=978-1-60501-188-2|pages=15–}}</ref>

Platão acreditava que para uma pessoa inteligente o objetivo final da vida deve ser o romper com a superficialidade das coisas e penetrar no nível da realidade subjacente. Para isso o indivíduo precisa enxergar através das coisas efêmeras e decadentes que constituem o mundo dos sentidos, para libertar-se de seus atrativos e seduções. É esse ponto de vista que leva Platão ser hostil às artes, ele as vê como representacionais e donas de um apelo poderoso - e claro, quanto mais bela, maior o apelo. As obras de arte ao seu ver são duplamente decepcionantes por serem semelhanças ilusórias que dão encanto às coisas efêmeras do mundo estimulando nosso apego emocional a elas, isso nos desvia da nossa vocação que é elevar-se até uma realidade atemporal e não-sensorial<ref name="Magee1999">{{cite book|author=Bryan Magee|title=Historia de la filosofía|url=http://books.google.com/books?id=g5wTuWeKrfoC&pg=PA24|year=1999|publisher=lume|isbn=978-85-15-01929-8|page=24}}</ref>.

Em vários diálogos, Sócrates elucida que o Conhecimento é uma reminiscência, não do aprendizado, observação ou estudo, ironicamente reclamando sobre seu esquecimento; Sócrates afirma que o conhecimento não é [[empírico]] e que vem de um ''[[Introspecção|insight]]'' divino. A Arte, a política, o crime e o castigo, a religião, a natureza humana e outros temas são regurlamente elucidados<ref name="MobileReference(Translator)2007" />.


== Pensamento platônico ==
[[Ficheiro:Plato-raphael.jpg|thumb|esquerda|Platão, em detalhe da ''[[Escola de Atenas]]'', de [[Rafael Sanzio]] ([[c.]] [[1510]]). ''Satanza della Segnatura''. [[Palácio Apostólico]], [[Vaticano]].]]

Em linhas gerais, Platão desenvolveu a noção de que o homem está em contato permanente com dois tipos de realidade: a inteligível e a sensível. A primeira é a realidade imutável, igual a si mesma. A segunda são todas as coisas que nos afetam os sentidos, são realidades dependentes, mutáveis e são imagens da realidade inteligível.

Tal concepção de Platão também é conhecida por ''[[Teoria das ideias|Teoria das Ideias]]'' ou ''Teoria das Formas''. Foi desenvolvida como hipótese no diálogo [[Fédon]] e constitui uma maneira de garantir a possibilidade do conhecimento e fornecer uma inteligibilidade relativa aos fenômenos.

Para Platão, uma determinada caneta, por exemplo, terá determinados atributos (cor, formato, tamanho etc). Outra caneta terá outros atributos, sendo ela também uma caneta, tanto quanto a outra. Aquilo que faz com que as duas sejam canetas é, para Platão, a Ideia de Caneta, perfeita, que esgota todas as possibilidades de ser caneta.
A ontologia de Platão diz, então, que algo '''é''' na medida em que participa da Ideia desse objeto. No caso da caneta é irrelevante, mas o foco de Platão são coisas como o ser humano, o bem ou a justiça, por exemplo.

O problema que Platão propõe-se a resolver é a tensão entre [[Heráclito]] e [[Parmênides]]: para o primeiro, o ser é a mudança, tudo está em constante movimento e é uma ilusão a estaticidade, ou a permanência de qualquer coisa; para o segundo, o movimento é que é uma ilusão, pois algo que é não pode deixar de ser e algo que não é, não pode passar a ser; assim, não há mudança.

Por exemplo, o que faz com que determinada árvore seja ela mesma desde o estágio de semente até morrer, e o que faz com que ela seja tão árvore quanto outra de outra espécie, com características tão diferentes? Há aqui uma mudança, tanto da árvore em relação a si mesma (com o passar do tempo ela cresce) quanto da árvore em relação a outra. Para Heráclito, a árvore está sempre mudando e nunca é a mesma, e para Parmênides, ela nunca muda, é sempre a mesma e sua mudança é uma ilusão .

Platão resolve esse problema com sua Teoria das Ideias. O que há de permanente em um objeto é a Ideia; mais precisamente, a participação desse objeto na sua Ideia correspondente. E a mudança ocorre porque esse objeto não é uma Idéia, mas uma incompleta representação da Ideia desse objeto. No exemplo da árvore, o que faz com que ela seja ela mesma e seja uma árvore (e não outra coisa), a despeito de sua diferença daquilo que era quando mais jovem e de outras árvores de outras espécies (e mesmo das árvores da mesma espécie) é a sua participação na Ideia de Árvore; e sua mudança deve-se ao fato de ser uma pálida representação da Ideia de Árvore.

Platão também elaborou uma teoria [[Gnosiologia|gnosiológica]], ou seja, uma teoria que explica como se pode conhecer as coisas, ou ainda, uma teoria do conhecimento. Segundo ele, ao ver um objeto repetidas vezes, uma pessoa se lembra, aos poucos, da Ideia daquele objeto que viu no mundo das Ideias. Para explicar como se dá isso, Platão recorre a um [[mito]] (ou uma [[metáfora]]) segundo a qual, antes de nascer, a alma de cada [[Pessoa (biologia)|pessoa]] vivia em uma estrela, onde se localizam as Ideias. Quando uma pessoa nasce, sua alma é "''jogada''" para a Terra, e o impacto que ocorre faz com que esqueça o que viu na estrela. Mas, ao ver um objeto aparecer de diferentes formas (como as diferentes árvores que se pode ver), a alma se recorda da Ideia daquele objeto que foi visto na estrela. Tal recordação, em Platão, chama-se ''anamnesis''.

;A reminiscência

Uma das condições para a indagação ou investigação acerca das Ideias é que não estamos em estado de completa ignorância sobre elas. Do contrário, não teríamos nem o desejo nem o poder de procurá-las. Em vista disso, é uma condição necessária, para tal investigação, que tenhamos em nossa alma alguma espécie de conhecimento ou lembrança de nosso contato com as Ideias (contato esse ocorrido antes do nosso próprio nascimento) e nos recordemos das Ideias ao vê-las reproduzidas palidamente nas coisas.

Deste modo, toda a ciência platônica é uma reminiscência.<ref>[http://www.fflch.usp.br/df/site/publicacoes/discurso/pdf/D02_A_reminiscencia_em_Platao.pdf A reminiscência em Platão] Por [[José Cavalcante de Souza]]. Revista ''Discurso''. Ano I, nº 2 - 1971.</ref> A investigação das Ideias supõe que as almas preexistiram em uma região divina onde contemplavam as Ideias. Podemos tomar como exemplo o Mito da Parelha Alada, localizado no diálogo [[Fedro (diálogo)|Fedro]], de Platão. Neste diálogo, Platão compara a raça humana a carros alados. Tudo o que fazemos de bom, dá forças às nossas asas. Tudo o que fazemos de errado, tira força das nossas asas. Ao longo do tempo fizemos tantas coisas erradas que nossas asas perderam as forças e, sem elas para nos sustentarmos, caímos no Mundo Sensível, onde vivemos até hoje. A partir deste momento, fomos condenados a vermos apenas as sombras do Mundo das Ideias.

;Amor
No ''Simpósio'' (também conhecido como ''[[O Banquete]]''), de Platão, Sócrates revela que foi a sacerdotisa [[Diotima de Mantinea]] que o iniciou nos conhecimentos e na genealogia do amor. As ideias de Diotima estão na origem do conceito socrático-platônico do amor.

;Conhecimento

Platão não buscava as verdadeiras essências da forma física como buscavam [[Demócrito]] e seus seguidores. Sob a influência de Sócrates, ele buscava a verdade essencial das coisas. Platão não poderia buscar a essência do conhecimento nas coisas, pois estas são corruptíveis, ou seja, variam, mudam, surgem e se vão. Como o filósofo busca a verdade plena, deve buscá-la em algo estável, nas verdadeiras causas, pois logicamente a verdade não pode variar e, se há uma verdade essencial para os homens, esta verdade deve valer para todas as pessoas. Logo, a verdade deve ser buscada em algo superior.

Como seu mestre Sócrates, Platão busca descobrir as verdades essenciais das coisas. As coisas devem ter um outro fundamento, além do físico, e a forma de buscar estas realidades vem do conhecimento, não das coisas mas do além das coisas. Esta busca racional é contemplativa. Isto significa buscar a verdade no interior do próprio homem, não meramente como sujeito particular, mas como participante das verdades essenciais do ser.

O conhecimento era o conhecimento do próprio homem, mas sempre ressaltando o homem não enquanto corpo, mas enquanto alma. O conhecimento contido na alma era a essência daquilo que existia no mundo sensível. Portanto, em Platão, também a técnica e o mundo sensível eram secundários. A alma humana enquanto perfeita participa do mundo perfeito das ideias, porém este formalismo só é reconhecível na experiência sensível.

Também o conhecimento tinha fins morais, isto é, levar o homem à bondade e à felicidade. Assim a forma de conhecimento era um reconhecimento, que faria o homem dar-se conta das verdades que sempre possuíra e que o levavam a discernir melhor dentre as aparências de verdades e as verdades. A obtenção do autoconhecimento era um caminho árduo e metódico.

Quanto ao mundo material, o homem poderia ter somente a ''doxa'' (opinião) e ''téchne'' (técnica), que permitia a sua sobrevivência, ao passo que, no mundo das ideias, o homem pode ter a ''épisthéme'', o conhecimento verdadeiro, o conhecimento filosófico,.

Platão não defendia que todas as pessoas tivessem igual acesso à razão. Apesar de todos terem a alma perfeita, nem todos chegavam à contemplação absoluta do mundo das ideias.

;Política

"Os males não cessarão para os humanos antes que a raça dos puros e autênticos filósofos chegue ao poder, ou antes, que os chefes das cidades, por uma divina graça, ponham-se a filosofar verdadeiramente.''" (Platão, ''Carta Sétima'', 326b).

Esta afirmação de Platão deve ser compreendida com base na teoria do conhecimento, e lembrando que o conhecimento para Platão tem fins morais.

Todo o projecto político platónico foi traçado a partir da convicção de que a Cidade-Estado ideal deveria ser obrigatoriamente governada por alguém dotado de uma rigorosa formação filosófica.

Platão acreditava que existiam três espécies de virtudes baseadas na [[alma]], que corresponderiam aos estamentos da pólis:

* A primeira virtude era a da ''sabedoria'', deveria ser a cabeça do Estado, ou seja, o governante, pois possui caráter de ouro e utiliza a [[razão]].

* A segunda espécie de virtude é a ''coragem'', deveria ser o peito do Estado, isto é, os soldados ou guardiões da [[pólis]], pois sua alma de prata é imbuída de [[vontade]]. E, por fim,

* A terceira virtude, a ''temperança'', que deveria ser o baixo-ventre do Estado, ou os trabalhadores, pois sua alma de bronze orienta-se pelo [[desejo]] das coisas sensíveis.

;O homem e a alma

O homem para Platão era dividido em corpo e alma. O corpo era a matéria e a alma era o imaterial e o divino que o homem possuía. Enquanto o corpo está em constante mudança de aparência, a alma não muda nunca. Desde quando nascemos, temos a alma perfeita, porém não sabemos. As verdades essenciais estão inscritas na alma eternamente, porém, ao nascermos, nós as esquecemos, pois a alma é aprisionada no corpo.

Para Platão a alma é divida em três partes:

* 1 Racional: cabeça; esta tem que controlar as outras duas partes. Sua virtude é a sabedoria ou prudência (''phrónesis'').

* 2 Irascível: tórax; parte da impetuosidade, dos sentimentos. Sua virtude é a coragem (''andreía'').

* 3 Concupiscente: baixo ventre; apetite, desejo, mesmo carnal (sexual), ligado ao libido. Sua virtude é a moderação ou temperança (''sophrosýne'').

Platão acreditava que a alma depois da morte reencarnava em outro corpo, mas a alma que se ocupava com a filosofia e com o Bem, esta era privilegiada com a morte do corpo. A ela era concedida o privilégio de passar o resto dos seus tempos em companhia dos deuses.

Por meio da relação de sua alma com a Alma do Mundo, o homem tem acesso ao mundo das Ideias e aspira ao conhecimento e às ideias do Bem e da Justiça. A partir da contemplação do mundo das Ideias, o [[Demiurgo]], tal como Platão descreveu no ''[[Timeu]]'', organizou o mundo sensível. Não se trata de uma criação ''ex nihilo'', isto é, do nada, como no caso do Deus [[Judaísmo|judaico]]-[[Cristianismo|cristão]], pois o Demiurgo não criou a matéria (''Timeu'', 53b) nem é a fonte da racionalidade das Ideias por ele contempladas. A ação do homem se restringe ao mundo material; no mundo das Ideias o homem não pode transformar nada. Pois o que é perfeito, não pode ser mais perfeito.

== Obras ==
=== Diálogos ===
Platão escreveu, principalmente, na forma de '''diálogos'''. Esses escritos, considerados autênticos, são, provavelmente em ordem cronológica :
{{Colunas-lista|3|
#''[[Hípias menor]]'': trata do agir humano;
#''[[Primeiro Alcibíades]]'': trata da doutrina socrática do auto-conhecimento;
#''[[Segundo Alcibíades]]'' : trata do conhecimento;
#''[[Apologia de Sócrates]]'': relata o discurso de defesa de Sócrates no tribunal de Atenas;
#''[[Eutífron]]'': trata dos conceitos de piedade e impiedade;
#''[[Críton]]'': trata da justiça;
#''[[Hípias maior]]'': discussão estética;
#''[[Hiparco (diálogo)|Hiparco]]'': ocupa-se com os conceitos de cobiça e avidez;
#''[[Laques]]'': trata da coragem;
#''[[Lísis]]'': trata da amizade/amor;
#''[[Cármides]]'': diálogo ético;
#''[[Protágoras (diálogo)|Protágoras]]'': trata do conceito e natureza da virtude;
#''[[Górgias]]'': trata do verdadeiro filósofo em oposição aos sofistas;
#''[[Mênon]]'': trata do ensino da virtude e da rememoração (anamnese);
#''[[Fédon]]'': relata o julgamento e morte de Sócrates e trata da imortalidade da alma;
#''[[O Banquete]]'': trata da origem, as diferentes manifestações e o significado do amor sensual;
#''[[Fedro (diálogo)|Fedro]]'': trata da retórica e do amor sensual;
#''[[Íon (Platão)|Íon]]'': trata de poesia;
#''[[Menêxeno]]'': elogio da morte no campo de batalha;
#''[[Eutidemo]]'': crítica aos sofistas;
#''[[Crátilo (diálogo)|Crátilo]]'': trata da natureza dos nomes;
#''[[A República]]'': aborda vários temas, mas todos subordinados à questão central da justiça;
#''[[Parmênides (diálogo)|Parmênides]]'': trata da ontologia. É neste diálogo que o jovem Sócrates, a personagem, defende a teoria das formas que é duramente criticada por Parmênides;
#''[[Teeteto]]'': trata exclusivamente da Teoria do Conhecimento;
#''[[Sofista (diálogo)|Sofista]]'': diálogo de caráter ontológico, discute o problema da imagem, do falso e do não-ser;
#''[[Político (diálogo)|Político]]'': trata do perfil do homem político;
#''[[Filebo]]'': versa sobre o bom e o belo e como o homem pode viver melhor;
#''[[Timeu]]'': trata da origem do universo.
#''[[Crítias (diálogo)|Crítias]]'': Platão narra aqui mito de Atlântida através de Crítias (seu avô). É um diálogo inacabado;
#''[[Leis (diálogo)|Leis]]'': aborda vários temas da esfera política e jurídica. É o último (inacabado), mais longo e complexo diálogo de Platão;
#''[[Epidômite]]''
#''[[Epístolas (Platão)|Epístolas]]'': Cartas (dentre as quais, somente a de número 7 (sete) é considerada realmente autêntica)
}}
=== Tetralogias ===
[[Ficheiro:POxy3679 Parts Plato Republic.jpg|thumb|Parte de [[P.Oxy]]. LII 3679, com trecho da ''República'', de Platão.]]
Há, na Antiguidade, duas classificações das obras de Platão: a trilógica, de Aristófanes de Bizâncio, e a tetralógica, de Trasilo. Segundo [[Diógenes Laércio]], as 9 tetralogias são:

* I. [[Eutífron]], [[Apologia de Sócrates]], [[Críton]], [[Fédon]]
* II. [[Crátilo]], [[Teeteto]], [[Sofista]], [[Político]]
* III. [[Parmênides]], [[Filebo]], [[Banquete]], [[Fedro (diálogo)|Fedro]]
* IV. Primeiro Alcibíades (1), Segundo Alcibíades (2), Hiparco (2), Os amantes (2)
* V. Theages (2), [[Carmides]], [[Laques]], [[Lísis]]
* VI. [[Eutidemo]], [[Protágoras (diálogo)|Protágoras]], [[Górgias]], [[Mênon]]
* VII. [[Hipias (maior)]] (1), [[Hípias (menor)]], [[Íon]], [[Menéxenes]]
* VIII. [[Clitófon]] (1), [[A República]], [[Timeu]], [[Crítias]]
* IX. Minos (2), Leis, [[Epínomis]] (2), [[Sétima carta]] (1).

Muitos diálogos não inclusos nas tetralogias de Trasilo circularam com o nome de Platão, ainda que fossem considerados espúrios (''notheuomenoi'') até mesmo na Antiguidade.

* Axíocho (2), Definições (2), Demódoco (2), Epigramas, Eríxia (2), Halcyon (2), Da Justiça (2), Da Virtude (2), Sísifo (2).

Os diálogos que estão marcados com (1) nem sempre são atribuídos a Platão, e os marcado com (2) são considerados apócrifos. Os que não estão marcados são de autoria certa. O critério para a atribuição é variado, mas geralmente são consideradas obras de Platão as que são citadas por Cícero ou Aristóteles, ou referidas pelo próprio autor em outros textos.

{{notas}}

{{referências}}

== Referências bibliográficas ==
{{Colunas-lista|2|
;Em português
* {{cite book|author=Bryan Magee|title=Historia da Filosofía|url=http://books.google.com/books?id=g5wTuWeKrfoC&pg=PA24|year=1999|publisher=Loyola|isbn=978-85-15-01929-8|page=24}}
*{{cite book|author=Bernard Arthur Owen Williams|title=Platão|url=http://books.google.com/books?id=w7AoYGx0yKIC&pg=PA9|year=2000|publisher=Unesp|isbn=978-85-7139-279-3}}
*{{cite book|author=Hare, R. M.|title=Platão|url=http://books.google.com/books?id=ZQDtWkrLfKoC|publisher=Loyola|isbn=978-85-15-02064-5}}
*{{cite book|author=REALE, Giovanni|title=História da filosofia grega e romana - Platão|url=http://books.google.com/books?id=BvRhFZdaqPMC|publisher=Loyola|isbn=978-85-15-03304-1}}
*{{cite book|author=GOLDSCHMIDT, Victor|title=Diálogos de Platão (Os)|url=http://books.google.com/books?id=dWf0a88Gm4gC|year=2002|publisher=Loyola|isbn=978-85-15-02161-1}}
*{{cite book|author=Bento Silva Santos|title=A imortalidade de alma no Fédon de Platão: coerência e legitimidade do argumento final (102a-107b)|url=http://books.google.com/books?id=4tXhuUZzIcIC|year=1999|publisher=EDIPUCRS|isbn=978-85-7430-040-5}}
*{{cite book|author=Jayme Paviani|title=Filosofia e método em Platão|url=http://books.google.com/books?id=EcVtlGf9p5cC|year=2001|publisher=EDIPUCRS|isbn=978-85-7430-234-8}}
*{{cite book|author=José Ferrater Mora|title=Dicionário de filosofia. 4. (Q - Z)|url=http://books.google.com/books?id=ZFY3S8iinfMC&pg=PA2726|year=2001|publisher=Loyola|isbn=978-85-15-02004-1}}

;Em inglês
* {{cite book|last=Browne|first=Sir Thomas|title=[http://penelope.uchicago.edu/pseudodoxia/pseudo412.html#b26 Pseudodoxia Epidemica] |year=1646-1672|unused_data=IV.xii}}
* {{cite book|last=Guthrie|first=W.K.C.|title=A History of Greek Philosophy: Volume 4, Plato: The Man and His Dialogues: Earlier Period |year=1986 | publisher=Cambridge University Press| isbn=0-521-31101-2}}
* {{cite book|last=Kahn|first=Charles H.|title=Plato and the socratic dialogue: The Philosophical Use of a Literary Form |year=2004 | publisher=Cambridge University Press| isbn=0-521-64830-0| chapter=The Framework}}
* {{cite book|last=Nails|first=Debra|title=A Companion to Plato edited by Hugh H. Benson |year=2006 | publisher=Blackwell Publishing| isbn=1-405-11521-1|chapter=The Life of Plato of Athens}}
* {{cite book|last=Nails|first=Debra|title=The People of Plato: A Prosopography of Plato and Other Socratics |year=2002 | publisher=Hackett Publishing| isbn=0-872-20564-9|chapter=Ariston/Perictione}}
* {{cite book|last=Nietzsche|first=Friedrich Wilhelm|title=Werke: Kritische Gesamtausgabe (in German) |year=1967 | publisher=Walter de Gruyter| isbn=3-110-13912-X|chapter=Vorlesungsaufzeichnungen}}
* {{cite journal|last=Notopoulos|first=A.|title=The Name of Plato|journal=Classical Philology|volume=34|issue=2|pages=135–145|month=April | year=1939|publisher=The University of Chicago Press|doi=10.1086/362227}}
* {{cite encyclopedia|title=Plato|encyclopedia=Encyclopaedia Britannica|year=2002}}
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* {{cite encyclopedia|title=[http://www.stoa.org/sol-bin/search.pl?search_method=QUERY&login=guest&enlogin=guest&page_num=1&user_list=LIST&searchstr=Plato&field=hw_eng&num_per_page=25&db=REAL Plato]|encyclopedia=Suda|date=10th century}}
* {{cite book|last=Smith|first=William|title=Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology |year=1870 | url=http://www.ancientlibrary.com/smith-bio/2725.html| chapter=Plato}}
* {{cite book|last=Tarán|first=Leonardo|title=Collected Papers 1962-1999 |year=2001 | publisher=Brill Academic Publishers | isbn= 9-004-12304-0. }}
* {{cite book|last=Taylor|first=Alfred Edward|title=Plato: The Man and his Work |year=2001 | publisher=Courier Dover Publications| isbn=0-486-41605-4}}
* {{cite book|last=Wilamowitz-Moellendorff|first=Ulrich von|title=Plato: his Life and Work (traduzido do grego por Xenophon Armyros |year=2005 (first edition 1917) | publisher=Kaktos| isbn=960-382-664-2}}
}}

== Ligações externas ==
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|wikiquote=Platão
|wikisource=Platão
}}
* {{Link|pt|2=http://www.consciencia.org/antiga/platao.shtml|3=Consciência.org Platão}}

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Revisão das 14h04min de 6 de maio de 2013

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