Cogumelo-ostra
Pleuroto-ostra | |||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Pleurotus ostreatus (Jacq. ex Fr.) P.Kumm., 1871 |
O Pleurotus ostreatus, comummente conhecido como cogumelo-ostra[1], é um cogumelo comestível do género Pleurotus. Esta espécie de cogumelo chegou a ser cultivada na Alemanha como medida de subsistência, durante a 1ª Guerra Mundial,[2] assumindo-se hoje em dia como uma espécie amplamente cultivada em todo o mundo. [3]
Nomes comuns
[editar | editar código-fonte]Dá ainda pelos seguintes nomes comuns: pleuroto-ostra[4] e repolga[5]
Etimologia
[editar | editar código-fonte]Do que toca ao nome científico:
- O nome genérico, pleurotus[6], provém da aglutinação do étimo neolatino pleuro-[7], que signfica «lateral; ou relativo à pleura» com o étimo grego clássico οὖς (otus), que significa «orelha ou aleta»[8].
- O epiteto específico, ostreatus[9], provém do latim clássico, «semelhante a ostra; repleto de ostras»[9].
Descrição
[editar | editar código-fonte]Trata-se de uma espécie assaz comum e fácil de identificar, graças aos seus carpóforos em forma de ostra.[10] Produz várias frutificações ao ano.[10]
Esta espécie de cogumelo caracteriza-se pela sua consistência dura e pela coloração variegada, a qual pode alternar entre o castanho-acinzentado, o cinzento-aço[11], o bege e o cinzento-escuro.[4]
Os cogumelos-ostra são susceptíveis de se confundirem com outras 2 espécies de pleurotos comestíveis, designadamente: Pleurotus cornucopiae e Pleurotus pulmonarius.[11]
Morfologia
[editar | editar código-fonte]Umbráculo
[editar | editar código-fonte]Do que toca ao chapéu ou umbráculo do cogumelo-ostra, este pode medir entre 5 a 15 centímetros de diâmetro[10], se bem que há registo de alguns espécimes que chegaram a atingir os 30 centímetros de diâmetro.[11] O umbráculo desta espécie tem um formato excêntrico, que varia entre o convexo e o plano.[10] Quando é convexo, pode expandir-se em forma de espátula, de concha, ou de leque, com a margem delgada.[11]
Cutícula
[editar | editar código-fonte]A cutícula da repolga é separável do chapéu, é glabra e húmida[10], tem uma superfície lisa e quebradiça, de aparência luzidia ou aspecto nédio. [11] Assume uma coloração que pode variar entre o zul-acinzentado, o castanho-acinzentado e o negro com matizes violáceos.[10]
Lâminas
[editar | editar código-fonte]As lâminas apresentam-se como uma coloração esbranquiçada, matizada entre o branco-acinzentado e o creme-claro,[11] sendo que assumem tonalidades mais cremes, à medida que maturam.[10] São muito decorrentes[10], isto é aderem ao pé do cogumelo abaixo do seu ponte de inserção. O espaçamento entre as lâminas é sensivelmente apertada.[10] As mesmas mostram-se desiguais entre si, são bifurcadas e intercomunicam, junto ao pé, por anastomose.[11]
Pé
[editar | editar código-fonte]O pé ou pedúnculo é, por sinal, bastante curto.[11] Tem uma consistência compacta e rija, encontrando-se revestido de pêlos brancos.[11] Tem um posicionamento que pode variar entre o excêntrico, o lateral, o oblíquo ou pode ser mesmo inexistente.[11]
Esporos
[editar | editar código-fonte]Têm uma coloração que alterna entre tons esbranquiçados, creme e amarelados.[10]
Distribuição
[editar | editar código-fonte]O cogumelo-ostra encontra-se em praticamente no mundo todo[3], contando com ampla distribuição na Península Ibérica.[12]
Ecologia
[editar | editar código-fonte]A repolga brota dos troncos de árvores [5], vivas ou mortas, e cepos de espécies de árvores folhosas, especialmente ulmeiros, faias, choupos e salgueiros.[11] Medra em zonas húmidas, brotando entre grupos cespitosos e imbricados. [11]
O cogumelo-ostra é um sapróbio lenhícola, sendo certo que também pode actuar como parasita.[11]
São comuns no Inverno e no Outono.[10][11]
Usos
[editar | editar código-fonte]Espécie comestível
[editar | editar código-fonte]O pleuroto-ostra é uma espécie comestível de cogumelo, quando o espécime ainda é jovem[11][10], podendo ser preparado em sopas, molhos, saladas, refogados, marinados e até empanado. Pode ser preparado de modo parecido ao da carne.
A carne do cogumelo-ostra é de cor branca, textura compacta e pouco espessa excepto junto ao pé.[11] Nos espécimes mais jovens, costuma ser mais macia, embora se tornando rapidamente rija e mesmo quase lenhosa no pé. O odor da carne é fúngico, agradável[10] e suave.[11] O sabor da carne é adocicado.[11][10]
O pleuroto-ostra é nutritivo, rico em proteínas, contendo em relação à matéria seca 18.7% de proteínas, com onze aminoácidos.
Propriedades medicinais
[editar | editar código-fonte]Tem também princípios medicinais já relatados na literatura científica, incluindo as beta-glucanas em quantidade similar à encontrada em Agaricus blazei (polissacarídeos são comuns a todos os cogumelos pois fazem parte da parede das hifas) e compostos de baixo peso molecular, tais como a lovastatina (anticolesterolêmico e auxiliar em terapias de cardiopatias) e inúmeros compostos hidrossolúveis polares, de média polaridade e apolares, incluindo os derivados do ergosterol.
Produção
[editar | editar código-fonte]A produção do pleuroto-ostra é feita em composto orgânico à base de serragem, farelo de arroz e/ou trigo e/ou soja[11], onde primeiramente é feita uma hidratação da mistura e a correção do pH por meio de calcário na sequência é feita uma esterilização para eliminação de concorrentes e depois a “semeadura” do fungo. O produto fica em repouso (corrida do micélio) por um período de tempo (75 dias) em local fechado e climatizado a 15 °C até o aparecimento dos frutos e sua colheita. Este processo também é conhecido como cultivo axénico.
Conservação
[editar | editar código-fonte]Estes cogumelos podem ser conservados entre 10 a 15 dias no frigorífico (4 °C). Geralmente, são embalados em bandejas de isopor (200g), recobertos por filme de PVC, ou em pequenas caixas de papelão. O Cogumelo in natura é muito mais sadio, pois não leva nenhum agente de branqueamento e conserva muito mais o seu sabor original.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Champignon,
- Agaricus blazei,
- Auricularia erinaceus,
- Buna shimeji,
- Coprinus,
- Flammulina velutipes,
- Ganoderma lucidum,
- Hericum erinaceus,
- Maitake, Nameko,
- Pleurotus-salmão,
- Pleurotus citrinopileatus,
- Pleurotus cystidiosus,
- Pleurotus djamor,
- Pleurotus eryngii,
- Pleurotus euosmus,
- Pleurotus tuberregium,
- Stropharia rugosoannulata,
- Shirotomagiotake,
- Cardoncello,
- Shiitake,
- Shimeji-branco, pleuroto-ostra,
- Tremella fuciformis,
- Volvariella volvacea
Referências
- ↑ Infopédia. «cogumelo-ostra | Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». infopedia.pt - Porto Editora. Consultado em 13 de setembro de 2022
- ↑ Eger, G., Eden, G. & Wissig,E. (1976).Pleurotus ostreatus – breeding potential of a new cultivated mushroom. Theoretical and Applied Genetics 47: 155–163.
- ↑ a b Kaufert, F. (1936) The biology of Pleurotus corticatus Fries. Minnesota Agricultural Experiment Station Bulletin 114.
- ↑ a b Infopédia. «pleuroto-ostra | Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». infopedia.pt - Porto Editora. Consultado em 13 de setembro de 2022
- ↑ a b Infopédia. «repolga | Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». infopedia.pt - Porto Editora. Consultado em 13 de setembro de 2022
- ↑ «Pleurotus - WordSense Dictionary». www.wordsense.eu (em inglês). Consultado em 13 de setembro de 2022
- ↑ «pleuro- | Search Online Etymology Dictionary». www.etymonline.com. Consultado em 13 de setembro de 2022
- ↑ «οὖς - WordSense Dictionary». www.wordsense.eu (em inglês). Consultado em 13 de setembro de 2022
- ↑ a b «ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». www.online-latin-dictionary.com. Consultado em 13 de setembro de 2022
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n Azevedo, Tiago (2008). Guia de Campo - Cogumelos Silvestres (PDF). Lisboa: FPFP - Federação dos Produtores Florestais de Portugal. p. 44-45
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s Baptista-Ferreira, João (2013). Guia do Colector de Cogumelos – para os cogumelos silvestres comestíveis com interesse comercial em Portugal. Lisboa: Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural. p. 74. 150 páginas
- ↑ Azevedo, Tiago (2008). Guia de Campo - Cogumelos Silvestres (PDF). Lisboa: FPFP - Federação dos Produtores Florestais de Portugal. p. 44-45