Portal:História da ciência/Biografia/Arquivo/2006

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9 de Fevereiro de 2006[editar código-fonte]

Jacob de Castro Sarmento.

Jacob de Castro Sarmento (1691-1762). Médico português do Século XVIII. Pioneiro na introdução em Portugal das teorias de Isaac Newton e da corrente Iatromecânica. Nasceu em Bragança em 1691, com o nome de Henrique de Castro. Era cristão-novo, tendo o pai e um meio-irmão sido presos pela Inquisição. Em 1721, já licenciado em Medicina pela Universidade de Coimbra, fugiu para Londres e ligou-se à Congregação judaica de Bevis Marks, mudando o nome para Jacob. Em 1730 foi aceite como Fellow da Royal Society e nove anos depois foi o primeiro judeu a obter o grau de doutor no Reino Unido, pela Universidade de Aberdeen. Apesar de emigrado em Inglaterra, Castro Sarmento manteve sempre fortes laços com Portugal. Foi o mais lúcido autor iatromecânico português, corrente que defendeu na Matéria médica. Físico-histórico-mecânica (1735). Sarmento veio trazer para a literatura médica portuguesa uma nova abordagem, influenciada pela física newtoniana. Em 1737, escreveu a Teórica verdadeira das marés, conforme à filosofia do incomparável cavalheiro Isaac New­ton, o primeiro livro em português onde se introdu­ziram as teorias de Newton. No final da vida, rompeu com a religião judaica e tornou-se anglicano. Faleceu em 1762.

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21 de Março de 2006[editar código-fonte]

Frontispício do Colóquio dos Simples de Garcia de Orta. Goa, 1563.

Garcia de Orta (Castelo de Vide, 1501 - Goa, 1568) foi um autor Médico português, que viveu na Índia no século XVI.

Filho de judeus expulsos de Espanha em 1492, estudou em Salamanca e Alcalá de Henares. Partiu para a Índia em 1534 como médico de Martim Afonso de Sousa e estabeleceu-se em Goa, onde adquiriu grande reputação. A Inquisição esperou pela sua morte para iniciar uma feroz perseguição à família, que culminou em 1580 com a exumação e a condenação à fogueira dos restos mortais do médico.

O seu nome ficou conhecido pelo livro Colóquio dos simples e drogas e coisas medicinais da Índia (Goa, 1563). Apesar de se apoiar na autoridade dos clássicos, Orta não hesitou em dar a primazia à sua própria experiência. Os Colóquios encontram-se escritos na forma de diálogo. Os seus 57 capítulos estudam um número aproximadamente igual de drogas orientais, principalmente de origem vegetal. Orta apresentou a primeira descrição rigorosa feita por um europeu das características botânicas, origem e propriedades de muitas plantas medicinais que eram conhecidas na Europa de maneira errada ou muito incompleta. Também incluiu algumas observações clínicas, com destaque para a primeira descrição da cólera asiática feita por um europeu. Escrito em português e não em latim, como era então a regra na literatura médica, o livro de Orta só se tornou conhecido na Europa através da versão latina do médico e botânico Charles de l'Escluse, ou Clusius (1525-1609).

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13 de Junho de 2006[editar código-fonte]

Santiago Ramón y Cajal (18521934) foi um importante médico e histologista espanhol, premiado com o Nobel de Medicina de 1906.

Santiago Ramón y Cajal

Os estudos mais famosos de Ramón y Cajal incidiram sobre a estrutura fina do sistema nervoso central. Cajal usou uma técnica de coloração histológica desenvolvida pelo seu contemporâneo Camillo Golgi. Golgi descobriu que conseguia escurecer algumas células cerebrais tratando o tecido do cérebro com uma solução de cromato de prata, concluindo que o tecido nervoso era um retículo contínuo (ou teia) de células interligadas como as que constituíam o sistema circulatório. Usando o método de Golgi, Ramón y Cajal chegou a uma conclusão muito diferente. Postulou que o sistema nervoso é composto por biliões de neurónios distintos e que estas células se encontram polarizadas. Cajal sugeriu que os neurónios, em vez de formarem uma teia contínua, comunicam entre si através de ligações especializadas chamadas sinapses. Esta hipótese transformou-se na base da doutrina que indica que a unidade individual do sistema nervoso é o neurónio. Por este trabalho, Ramón y Cajal e Golgi compartilharam o prêmio Nobel de fisiologia e medicina em 1906.

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