Saltar para o conteúdo

Pucará de Tilcara

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Pucará de Tilcara
Pucará de Tilcara
Localização atual
Pucará de Tilcara está localizado em: Argentina
Pucará de Tilcara
Localização de Pucará de Tilcara na Argentina
Coordenadas 23° 35' 19" S 65° 24' 10" O
País Argentina
Província Jujuy
Cidade Tilcara
Dados históricos
Fundação Século VIII
Abandono 1563
Período Pré-colombiano
Notas
Acesso público Sim

Pucará de Tilcara é um sítio arqueológico de um assentamento indígena pré-colombiano da cultura inca Omaguaca, localizado na Quebrada do Vale de Humahuaca, na cidade de Tilcara, província argentina de Jujuy.[1][2][3]

História[editar | editar código-fonte]

Origem e declínio[editar | editar código-fonte]

Até o momento, os estudos indicam que o assentamento se originou por volta do século VIII d.C., com início da ocupação na região da encosta baixa da colina. Entre os anos de 1200 d.C. e 1430 d.C. houve um crescimento populacional, expandindo o assentamento até o topo. Por volta de 1430 d.C., durante a ocupação Inca do sítio, sob a liderança de Túpaq Yupanqui, ocorreram mudanças na arquitetura dos edifícios; foram atribuídas novas funções, como oficinas metalúrgicas e lapidários para a confecção de produtos de luxo; e houve uma reorganização socioeconômica da população do assentamento. Em 1493, o assentamento foi fortificado pelos incas; e com a chegada dos espanhóis na região, em 1563, o assentamento foi abandonado.[1][2][4]

Descoberta e preservação[editar | editar código-fonte]

As ruínas foram descoberta por Juan Ambrosetti e, entre 1908 e 1910, realizou intensos estudos sobre o sítio arqueológico.[2]

Em 1935, em homenagem aos primeiros arqueólogos, construíram uma plataforma com uma pirâmide, destruindo parte de estruturas arqueológicas do sítio. No ano 2000, o sítio foi declarado como Monumento Histórico Nacional através do Decreto nº 1.012/2000.[2][3]

Características[editar | editar código-fonte]

O sítio abrange uma área de 18 hectares, com 600 estruturas divididos em 32 setores, que se conectam através de trilhas. Acredita-se que o assentamento chegou a abrigar 2.500 indivíduos.[3]

Práticas funerárias[editar | editar código-fonte]

Em uma escavação de uma residência, foi descoberto um ossuário e cinco sepultamentos sobre o piso da casa, totalizando o enterro de 21 indivíduos, sendo 11 adultos e 10 crianças menores de 4 anos. Os ossos estavam cobertos com cinzas e carvão; algumas crianças foram enterradas com os corpos dentro de urnas de cerâmica; e, junto aos enterros, haviam vasilhas de madeira com pigmento vermelho em seu interior, polidores de silício, calabaças cortada, pequenos fragmentos de ossos de animais e jarros de cerâmica.[4]

Estruturas inca[editar | editar código-fonte]

No sítio há 6 ruínas de estruturas inca. Em um edifício, foi encontrado peças de bronze e uma argamassa com partículas moídas de óxido de cobre; este edifício foi denominado pelos arqueólogos de "Casa dos Cobres". Em outro edifício, denominado pelos arqueólogos de "Casa do Joalheiro", possui piso de laje de pedra, o único do sítio com esta característica; e em um dos recintos deste edifício, foi descoberto um nicho com vários fragmentos pequenos de sílex, conchas e malaquitas, polidores de pedras, entre outros artefatos. No terraço superior da colina, localiza-se o edifico denominado pelos arqueólogo de "A Igreja"; este edifício possui 3 recintos que se comunicam com dois pátios grandes e um curral; em frente de um dos recintos, há uma mesa de pedra talhada. Próximo do edifico "A Igreja", se localiza o edifício denominado pelos arqueólogos de "Casa 2". E na encosta da colina há duas estruturas de formato retangular, uma com 15 metros por 12,5 metros, e outra com 7 metros por 12 metros.[1]

Referências

  1. a b c Zaburlín, María Amalia. (2009). Historia de ocupación del Pucará de Tilcara (Jujuy, Argentina).(em espanhol). Intersecciones en Antropología 10, Nº. 1, p.p.89-103. ISSN 1666-2105.
  2. a b c d Dmitrenko, L. M.; Zubova, A. V. (25 de março de 2020). «Collection Related to the Omaguaca Indians from the Pucara de Tilcara Fortress, Northwestern Argentina, at the Museum of Anthropology and Ethnography RAS, St. Petersburg: Tentative Findings». Archaeology, Ethnology & Anthropology of Eurasia (em inglês) (1): 149–157. ISSN 1563-0110. Consultado em 18 de maio de 2024 
  3. a b c Otero, Clarisa (26 de setembro de 2023). «Sitio arqueológico "Pucará de Tilcara"». Gobierno de Argentina (em espanhol). Consultado em 23 de maio de 2024 
  4. a b Otero, Clarisa; Bordach, María Asunción; Mendonça, Osvaldo J. (janeiro de 2017). «As práticas funerárias em Pucará de Tilcara (Jujuy, Argentina). Novas contribuições para seu conhecimento a partir do caso da Unidade Habitacional 1». Antipoda. Revista de Antropología y Arqueología (27): 141–163. ISSN 1900-5407. doi:10.7440/antipoda27.2017.06. Consultado em 22 de maio de 2024