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Pura Jagatnatha

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Pura Jagatnatha
Pura Jagatnatha
Padmasana (santuário principal) do templo
Tipo templo hindu
Inauguração 1968
Aberto ao público Sim
Geografia
País Indonésia
Ilha e província Bali
Cidade Dempassar
Coordenadas 8° 39' 24" S 115° 13' 8" E
Mapa
Localização em mapa dinâmico

O Pura Jagatnatha ou Pura Agung Jagat Natha é um pura (templo hindu) situado no centro da cidade de Dempassar, a capital da ilha de Bali, na Indonésia. É dedicado ao deus supremo Sang Hyang Widhi Wasa [en], que ali é venerado no seu papel de "Senhor do Mundo".[1] É o maior templo hindu de Dempassar.[2]

História e descrição[editar | editar código-fonte]

Segundo algumas fontes, o templo foi construído em 1953,[1][3] o que é contradito por outras fontes. Segundo estas últimas, a construção do templo foi proposta ao governador de Bali em 1963, que a aceitou. Em 1965 foi encomendada a planta a um arquiteto local e no mesmo ano começaram as obras de construção, as quais, com algumas paragens pelo meio, terminaram em 1968. O templo foi inaugurado em 13 de maio de 1968,[2] dia do feriado hindu Purnama Jyestha, celebrado no dia de Lua Cheia do terceiro mês do calendário hindu.[4]

Ao contrário do que é habitual nos templos balineses, o nome Jagatnatha não tem a ver com o nome do local onde se encontra. O nome é composto por duas palavras: jagat, que significa "mundo" ou "universo", e natha, que significa "proteção", pelo que Jagatnatha pode ser traduzido como "proteção do mundo ou do universo". É, por isso, um local de eleição para pedir segurança e saúde. Enquanto que grande parte dos templos hindus de Bali são frequentados principalmente por fiéis das suas proximidades, o de Jagatnatha tem um carácter mais universal, que nos feriados hindus do Galungan e do Kuningan se enchem de fiéis que ali vêm fazer as suas orações quando não podem ir aos templos dos seus locais de origem.[2]

O templo está virado para ocidente, na direção do monte Agung, o local que os hindus balineses acreditam ser onde residem os deuses.[2] O seu santuário principal está rodeado por um jardim com romãzeiras, hibiscos e frangipanis.[1] Ao contrário da generalidade dos puras balineses, que usam o conceito de trimandala (três áreas distintas), no de Jagatnatha distinguem-se apenas duas áreas: a dos jardins e a do local onde se encontra o padmasana, o santuário principal, constituído por uma torre de 15 metros de altura. O recinto tem outros dois santuários, o de Ratu Niang à esquerda do padmasana e o de Ratu Niang à direita. Há ainda outras estruturas típicas da arquitetura religiosa balinesa, como um kori agung (portal monumental para o santuário principal), um candi bentar (portal de entrada) e um bale kulkul, entre outros.[2] O bale kulkul (pavilhão do kulkul [tambor de fenda]) é uma torre situada no canto sudeste do recinto do templo onde é guardado uma espécie de sino de madeira dividido usado para chamar os fiéis para as cerimónias religiosas coletivas e para as atividades de limpeza do templo.[1]

Em volta do padmasana há vários espaços murados e o conjunto é rodeado por um fosso, o que pode representar uma elaboração maior do que é habitual do diagrama cósmico que os padmasanas representam. Segundo esta interpretação, o padmasana representa o monte Meru, o axis mundi (centro do mundo), e os espaços murados e o fosso representam as montanhas e o oceano que rodeiam o monte Meru nas orlas do mundo. Esta representação simbólica encontra-se numerosos monumentos hindus e budistas do Sudeste Asiático, como por exemplo Borobudur em Java, Angkor Wat no Camboja e o Pagode Hsinbyume na Birmânia.[4]

A ponte que cruza o fosso é ornamentada com relevos de flores de lótus e sapos. A parede exterior da galeria é decorada com cenas dos épicos hindus Ramáiana e do Maabárata. O padmasana tem cinco andares, é de pedra de coral branco assenta sobre uma base com a forma de Bedawang Nala, a tartaruga cósmica que carrega o mundo. A torre tem cabeças de demónios esculpidas e na parte inferior tem faces e mãos de Bhoma [en], o filho de Vixnu e de Prithvi Mata (Mãe Terra), cuja missão é repelir do templo os maus espíritos.[1] O "trono de lótus", situado no cimo do padmasana, está vazio, exceto durante as festividades religiosas, durante as quais Sang Hyang Widhi Wasa "desce à terra". O deus é representado num relevo dourado,[1] que originalmente era de ouro, o qual foi roubado em 1981.[2]

Duas vezes por mês, nos dias de Lua Cheia e de Lua Nova, ocorrem festivais no templo, que por vezes incluem espetáculos de wayang kulit (teatro de sombras balinês) no princípio da noite.[3]

Referências

  1. a b c d e f Reader, Lesley; Ridout, Lucy (2014), The Rough Guide To Bali & Lombok (em inglês) 8.ª ed. , Rough Guides, p. 96 
  2. a b c d e f «Jagatnatha Temple» (em inglês). www.baligoldentour.com. Consultado em 23 de maio de 2024 
  3. a b «Pura Jagatnatha» (em inglês). www.LonelyPlanet.com. Consultado em 23 de maio de 2024 
  4. a b «Pura Agung Jagatnatha, Denpasar Regency, Bali, Indonesia» (em inglês). Asian Historical Architecture. Consultado em 25 de maio de 2024 
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