Quinto Fábio Labeão

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Quinto Fábio Labeão
Cônsul da República Romana
Consulado 183 a.C.

Quinto Fábio Labeão (em latim: Quintus Fabius Labeo) foi um político da gente Fábia da República Romana eleito cônsul em 183 a.C. com Marco Cláudio Marcelo.

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

Mapas da região do Vesúvio
Mapa mostrando a localização das cidades de Nápoles e Nola, próximas do Vesúvio, na Campânia.
A chamada Zona rossa del Vesuvio. A estreita faixa vermelha teria sido obtida numa negociação entre as duas cidades por Labeão.

Labeão foi mencionado pela primeira vez em 196 a.C., quando foi questor com "Lúcio Aurélio". O ato mais importante de seu mandato foi a dura dos dois questores contra os áugures que, até aquela data, eram isentos do pagamento de um tipo específico de imposto. Os dois conseguiram obrigá-los a pagar até mesmo os valores em atraso.[1]

Em 189 a.C., foi nomeado propretor prefeito da frota, no comando da frota lutando na Guerra romano-síria. Ávido por mostrar suas habilidades, levou-a de Éfeso até Creta, de onde vinham relatos de que cidadãos romanos estariam em condição de escravidão. Somente na cidade de Gortina libertou um total de 4 000 pessoas segundo Valério Âncias. Por este feito, Labeão pediu um triunfo, mas não conseguiu obtê-lo. Logo depois, seguiu até o Reino da Macedônia com três navios e exigiu a partida das guarnições selêucidas de Antíoco III de Eno e Marônia. Pelos termos do tratado firmado em seguida por Cneu Mânlio Vulsão, Labeão seguiu para Patara e destruiu a frota selêucida que estava ancorada ali. Conseguiu ainda conquistar Telmisso antes de retornar para a Itália. Novamente pediu um triunfo e, desta vez, conseguiu realizá-lo apesar da oposição dos tribunos da plebe.[2][3]

Em 185 a.C., candidatou-se ao consulado para o ano seguinte, mas foi derrotado por Públio Cláudio Pulcro, graças sobretudo à ajuda do cônsul que presidiu a eleição e seu irmão, Ápio Cláudio Pulcro.[4] Em 184 a.C. foi triúnviro das colônias ( coloniis deducendis) e ajudou a fundar as colônias de Potência e Pesaro, na região de Piceno.[5]

Consulado (183 a.C.)[editar | editar código-fonte]

Finalmente foi eleito cônsul em 183 a.C. com Marco Cláudio Marcelo e, com o colega, recebeu a Ligúria como sua província consular, com o objetivo de pacificar a região.[6] O seu mandato foi prorrogado por um ano com poderes proconsulares.

Anos finais[editar | editar código-fonte]

Em 180 a.C., Labeão foi eleito pontífice. Segundo Cícero, foi chamado pelos habitantes de Nápoles e Nola como árbitro para decidir uma disputa territorial e conseguiu obter para Roma o controle da faixa fronteiriça entre as duas cidades.[7] Este episódio, que é citado por todos os historiadores da chamada zona vermelha do Vesúvio como a fundação de seu próprio território, suscitou, desde sempre, muita polêmica. Segundo alguns, trata-se de uma lenda que tinha como objetivo dar uma "origem nobre" ao povo da região. Para outros, o evento seria completamente fictício. Recentemente, um artigo publicado na revista "Summana" defendeu que o evento de fato ocorreu e apresenta a hipótese de que o árbitro enviado pelo Senado teria sido o pretor peregrino Caio Atínio Labeão em 195 a.C..[8]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Cônsul da República Romana
Precedido por:
Públio Cláudio Pulcro

com Lúcio Pórcio Licino

Marco Cláudio Marcelo
183 a.C.

com Quinto Fábio Labeão

Sucedido por:
Lúcio Emílio Paulo Macedônico

com Cneu Bébio Tânfilo


Referências

  1. Lívio, Ab Urbe Condita XXXIII, 42.
  2. Lívio, Ab Urbe Condita XXXVII, 47, 50, 60.
  3. Lívio, Ab Urbe Condita XXXVIII, 39,47.
  4. Lívio, Ab Urbe Condita XXXIX, 32.
  5. Lívio, Ab Urbe Condita XXXIX, 44.
  6. Lívio, Ab Urbe Condita XXXIX, 45.
  7. Cícero, De officiis I, 10.
  8. "Summana", Parisi Domenico.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Fontes primárias[editar | editar código-fonte]

Fontes secundárias[editar | editar código-fonte]