Ramón Subercaseaux Vicuña

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ramón Subercaseaux Vicuña
Ramón Subercaseaux Vicuña
Nascimento Ramón Subercaseaux Vicuña
10 de abril de 1854
Valparaíso
Morte 19 de janeiro de 1937 (82–83 anos)
Viña del Mar
Cidadania Chile
Progenitores
  • Ramón Subercaseaux Mercado
  • Magdalena Vicuña Aguirre
Cônjuge Amalia Errázuriz de Subercaseaux
Filho(a)(s) Pedro Subercaseaux, Luis Subercaseaux, Juan Subercaseaux
Irmão(ã)(s) Victoria Subercaseaux, Antonio Subercaseaux Vicuña
Alma mater
Ocupação pintor, diplomata, político, escritor

Ramón Subercaseaux Vicuña (Valparaíso, 10 de abril de 1854-Viña del Mar, 19 de janeiro de 1937)[1][2] foi um político, diplomata, escritor e pintor chileno.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Ramón Subercaseaux Vicuña nasceu numa família rica e proeminente do Chile. O seu avô, o médico francês Francisco Subercaseaux Breton, chegou ao Chile vindo de Dax. Os seus pais eram Ramón Subercaseaux Mercado, empreendedor e proprietário, desde 1840, de uma loja em Valparaiso, e senador do Chile e Magdalena Vicuña Aguirre, filha de um soldado espanhol. Eles tiveram 13 filhos e Ramón era o mais novo.[1]

Estudou no Colégio de Miss Whitelock e no Colégio San Ignacio universitários de 1854 a 1859 e no Instituto Nacional General José Miguel Carrera, prosseguindo estudos de Direito na Universidade do Chile (1871-1874). Durante este período, recebeu aulas do artista alemão Ernesto Kirchbach, segundo diretor da Academia de Pintura de Santiago. Finalmente, suspendeu os estudos de Direito para se dedicar ao desenho e pintura de forma autodidata.[2]

Em 1874 viajou para a Europa pela primeira vez. Em Roma, teve aulas de pintura na academia do andaluz José García Ramos (1880).[2]

Ramón Subercaseaux casou com Amalia Errázuriz Urmeneta, filha de Maximiano Errázuriz Valdivieso e irmã do pintor José Tomás Errázuriz, e no mesmo ano foi eleito deputado suplente por Angol (1879-1882; era membro do Partido Conservador. O casal teve seis crianças, incluindo Pedro Subercaseaux, artista e monge beneditino; Luis Subercaseaux, diplomata; e Juan Subercaseaux Errázuriz, arcebispo.[3][4]

Em 1897 parte numa segunda viagem à Europa, agora como diplomata. Aí aperfeiçoaria a sua técnica na pintura, além de conhecer e ser amigo de pintores como Pascal Dagnan-Bouveret, Merson Luc-Oliver, Giovanni Boldini e John Singer Sargent. Este último influenciou o estilo artístico de Subercaseaux. Durante a sua estada em Paris, onde foi cônsul, começou a escrever os seus primeiros livros.[carece de fontes?]

Regressou ao Chile em 1903 e foi eleito senador por Arauco para o período de 1906-1912; juntou-se à comissões permanentes do Tesouro, de Guerra e Marinha, e de Indústria e Obras Públicas, a que presidiu.[1]

Em 23 de dezembro de 1915 foi nomeado Ministro das Relações Exteriores, Culto e Colonização, cargo que ocupou até 30 de abril de 1916, sob o governo de Juan Luis Sanfuentes.[1]

Presidiu à Comissão Permanente de Belas Artes em 1917, foi vice-presidente do Conselho Superior de Salas para os trabalhadores e presidente da Extensão Universitária da Universidade Católica de 1918 a 1919.[1]

Em 1924 retornou à diplomacia como embaixador do Chile na Santa Sé durante o pontificado de Pio XII, cargo que ocupou durante seis anos. Teve notável atuação, não havendo incidentes com a Santa Sé, embora nesse período tenha ocorrido a separação da Igreja e Estado no Chile. Ao se despedir, Sua Santidade concedeu-lhe a mais alta condecoração para diplomatas, a Cruz de Piana.[1]

Durante sua carreira diplomática, foi condecorado com a Cruz de Primeira Classe, com a Banda e a Estrela da Coroa da Prússia, e Alberto Magno, da Saxônia; Cavaleiro da Grande Cruz da Coroa da Itália; e Medalha da Rainha Vitória da Inglaterra (1897).[1]

Morreu em Viña del Mar em 19 de janeiro de 1937, três meses antes de completar 83 anos.[1]

Pinturas[editar | editar código-fonte]

Entre os seus quadros destacam-se:[1][2]

Diques de Valparaíso (1884)
  • Diques de Valparaíso, 1884, Museo Nacional de Bellas Artes, Santiago de Chile.
  • Entrada al taller del Llano, 1912, Museo Nacional de Bellas Artes, Santiago de Chile.
  • Interior de Iglesia San Clemente, Roma, 1920, Museo Nacional de Bellas Artes, Santiago de Chile.
  • Flores, Museo Nacional de Bellas Artes, Santiago de Chile.
  • Antiguo Puente Cal y Canto, Museo Histórico Nacional, Santiago de Chile.
  • En la Quinta del Llano, Colección Banco Central, Santiago de Chile.
  • Calle Morandé, Colección Banco Central, Santiago de Chile.
  • Arco de Tito
  • La Plaza del Popolo

Libros[editar | editar código-fonte]

Entre a obra escrita destaca-se:

  • Memorias de 50 años, Santiago: Imprenta y litografía Barcelona, 1908
  • De San Pedro a Pío X, Roma: Unione Editrice, 1911[5]
  • Memorias de ochenta años: recuerdos personales, críticas, remiscencias históricas, viajes, anécdotas, 2 tomos; 2.ª edición, Santiago: Editorial Nascimento, 1936
  • La enseñanza de las Bellas Artes
  • El genio de Roma
  • Le Lacium et la campagne romaine (em francês)

Prémios[editar | editar código-fonte]

  • Medalha de Ouro em Pintura no "Salón" de 1884, Santiago, Chile
  • Grande Prémio de Honra, "Salón" Oficial de 1934, Santiago

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Cruz, Isabel (2008). Ramón Subercaseaux, multifacético itinerario de un artista diplomático. El Mercurio, Santiago de Chile, ISBN 9789563160253
  • Griffin Barros, Verónica (1999). Ramón Subercaseaux, retrospectiva de un hombre notable. Chile.

Referências

  1. a b c d e f g h i «Ramón Subercaseaux Vicuña». Biblioteca do Congreso Nacional de Chile. Consultado em 7 de julho de 2012 
  2. a b c d «Ramón Subercaseaux». [[Museu Nacional de Belas Artes (Chile)|]]. Consultado em 7 de julho de 2012 
  3. De la Cuadra Gormaz, Guillermo (1982). Familias Chilenas: Origen y Desarrollo de las Familias Chilenas. Santiago, Chile: Zamorano y Caperán 
  4. Pilleux Cepeda, Mauricio. «Familia Subercaseaux». Consultado em 7 de julho de 2012 
  5. Librería Anticuaria El Viejo Libro, rareza bibliográfica de un libro prácticamente desconocido