Real Fábrica de Vidros da Bahia

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Real Fábrica de Vidros da Bahia (RFVB) foi a primeira fábrica de vidro do Brasil.[1][2]

História[editar | editar código-fonte]

Com a passagem da Família Real pela Bahia, em sua viagem de fuga de Napoleão em 1808, Dom João VI foi sondado para que autorizasse a abertura de unidades fabris no Brasil. Um dos empreendedores que negociaram com Dom João foi Francisco Inácio de Siqueira Nobre, que possuía comércio e livraria em Salvador. Em 1810, Francisco Inácio não só recebeu a autorização, como também exclusividade no ramo fabril durante 20 anos, empréstimo de dinheiro e concessão de terras no povoado de Jiquitaia, em Campo Alegre de Lourdes. Desta maneira, o empresário viajou para Portugal e a Inglaterra e trouxe vidreiros experientes para abrir uma fábrica. Em 1812, foi inaugurada a Real Fábrica de Vidros da Bahia, nas terras concedidas, aos moldes da Real Fábrica da Marinha Grande, de Portugal. Em 1814, a fábrica foi transferida para a cidade de Senhor do Bonfim (quando se chamava Porto de Bonfim) devido a epidemias locais.[3]

Com uma produção semi-artesanal, os itens fabricados eram a base de sopro ou prensados, abrangendo desde vidros para janelas, até itens domésticos, como xícaras, copos, tigelas, vasos, entre outros.

A fábrica foi destruída durante uma das batalhas pela independência do Brasil, pelas tropas do General Inácio Luís Madeira de Melo. Como possuía a exclusividade do ramo, Francisco Inácio reconstruiu e reabriu a fábrica em 1825 produzindo vidros lisos ou lapidados, frascos e garrafas.[4]

O fim da RFVB ocorreu quando o seu proprietário, Francisco Inácio faleceu. Depois de décadas, a Real Fábrica foi reaberta por empresários que adquiriram a concessão do uso do nome. Em 1940, a RFVB associou-se com a Santa Marina, a PPG (empresa norte-americana) e pequenos fabricante para formarem a Companhia Paulista de Vidros Planos (CPVP).[5]

Referências

  1. «O Desenvolvimento da Química no Brasil». ibamendes.com. Consultado em 14 de julho de 2017. Cópia arquivada em 15 de julho de 2017 
  2. «O vidro no período colonial». jornaldovidro.com.br. Consultado em 14 de julho de 2017. Cópia arquivada em 15 de julho de 2017 
  3. Maria Beatriz Nizza da Silva (2011). A primeira Gazeta da Bahia: idade d’Ouro do Brazil. Salvador: EDUFBA. ISBN 9788523207892 
  4. «Do vitral ao pano de vidro» (PDF). Universidade de São Paulo. Consultado em 14 de julho de 2017 
  5. «História do vidro no Brasil» (PDF). Universidade Federal de Pernambuco. Consultado em 14 de julho de 2017