Ricardo do Pilar
Frei Ricardo do Pilar, OSB (Colônia, c. 1635 — Rio de Janeiro, 1700) foi um religioso e pintor alemão que viveu no Brasil colonial.[1]
É considerado o primeiro pintor de vulto no Brasil, após Frans Post e Albert Eckhout, ambos a serviço de Maurício de Nassau.
Vida
[editar | editar código-fonte]Frei Ricardo nasceu na Alemanha, onde é provável que tenha recebido a sua formação artística.[1] Acredita-se que chegou ao Brasil por volta de 1660, onde trabalhou como pintor para o Mosteiro de São Bento a convite de Frei Manuel do Rosário.[1] Há registro de trabalho seu, fora do Mosteiro, em 1663.[1]
Em 1670 passou a residir no Mosteiro como irmão secular.[1] Nessa época a igreja do Mosteiro estava sendo concluída, e trabalhou em colaboração com o escultor Frei Domingos da Conceição e o arquiteto Frei Bernardo de São Bento Correia de Souza na decoração do interior da igreja.[1]
Ingressou na Ordem Beneditina em 1695 e morreu, no Rio de Janeiro, em 12 de dezembro de 1700.[1]
Obra
[editar | editar código-fonte]As obras conhecidas de Frei Ricardo foram pintadas para o Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro.[1] Entre 1663 e sua morte realizou várias telas para a portaria, o dormitório, a sacristia e principalmente para a capela-mor da igreja do Mosteiro. Para a capela-mor realizou um total de 14 telas retratando a vida de monges beneditinos, que foram incorporados à ornamentação de talha dourada barroca de Frei Domingos da Conceição. No final do século XVIII a talha da capela foi refeita em estilo rococó por Inácio Ferreira Pinto, mas as pinturas foram reaproveitadas e ainda podem ser vistas na capela.
Muitas das suas obras retratam santos que não eram de particular devoção quer de portugueses quer de brasileiros, refletindo a sua formação alemã, ao contrário da influência espanhola até então predominante na colônia, como pode ser percebido pelo uso das cores e a composição de seus quadros.
Sua obra-prima é um Senhor dos Martírios datado de 1690, no altar da sacristia do Mosteiro de São Bento.[1] Realizou também uma cópia desse quadro para o Mosteiro de São Bento de Salvador.[1] Frei Ricardo foi um pioneiro da pintura no Rio de Janeiro, podendo ser considerado precursor da chamada Escola Fluminense de Pintura,[1] que floresceria no século XVIII.
Referências