Rima (álbum)

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Rima
Álbum de estúdio de Samuel Jerónimo
Lançamento Setembro de 2006
Gravação 2005 e 2006
Gênero(s) Música electrónica, música erudita
Duração 43:06
Gravadora(s) Thisco
Produção Samuel Jerónimo, Luís van Seixas
Opiniões da crítica

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  • Bodyspace: Favorável
  • Connexion Bizarre: Favorável
  • Expresso: Favorável (Distinguido como um dos melhores álbuns nacionais de 2006)
  • Fénix: Favorável
  • Hiddentrack: Favorável
  • Jazz e Arredores: Favorável
  • Público: 7 de 10 estrelas.
  • A Trompa: Favorável (Distinguido como um dos melhores álbuns nacionais de 2006)
  • UM: Favorável
  • The Wire (Reino Unido): Favorável
Cronologia de Samuel Jerónimo
Redra Ändra Endre De Fase
(2004)
Rondas
(2010)

Rima é o segundo álbum de Samuel Jerónimo, e parte segunda da “trilogia da mudança”. Composto e gravado ao longo de 2005 e 2006, o álbum marca uma nova direcção na carreira discográfica do compositor, preterindo este o minimalismo norte-americano em prol de uma combinação músical de inspiração litúrgica com claras reminiscências de compositores tão diferentes como Johann Sebastian Bach e György Ligeti.

Isto não equivale, porém, a dizer que Samuel Jerónimo abandonou por completo as ideias desenvolvidas no seu primeiro álbum, Redra Ändra Endre De Fase. Com efeito é possível ouvir em Rima alguns resquícios da estética minimalista em “Verso 2”, parte quase inteiramente feita em staccatos que «se investe numa expressividade que reclama margens e relevos de enunciação, arroubo e respiração, que inclusive se acomete, a espaços, a certas ressonâncias das investidas progressivas de um Keith Emerson (em dia bom...), como seja nas sequências de acordes, ou nas imbricações temáticas que vão organizando e sugestionando diversamente a percepção».[1]

Génese[editar | editar código-fonte]

Com o desaparecimento da quase totalidade das gravações que constariam em Ithem, álbum que interporia Redra Ändra Endre De Fase e Rima, Samuel Jerónimo decidiu iniciar a composição de um novo álbum com o objectivo de dar seguimento à sua “trilogia da mudança”. Contudo, os trabalhos levados a cabo em Ithem terão-no influenciado a tomar uma nova direcção musical. No blogue por si mantido em 2005 podia ler-se que em Ithem se inspirara nas bandas-bandeira da 4AD, Cocteau Twins e This Mortal Coil. Esta inspiração, embora impossível de conferir, uma vez que nenhuma gravação saída das sessões de Ithem foi alguma vez editada, terá marcado o ponto de partida de um certo negrume perfeitamente identificável em Rima.

Alinhamento[editar | editar código-fonte]

  1. "Rima: Verso 1" - (09:21)
  2. "Rima: Verso 2" - (09:36)
  3. "Rima: Verso 3" - (15:03)
  4. "Rima: Verso 4" - (09:36)

Capa[editar | editar código-fonte]

Rima foi o primeiro álbum de Samuel Jerónimo a ser capeado por uma pintura de Ricardo Pacheco. Ainda que Jerónimo conhecesse já o trabalho do pintor aquando do planeamento de Redra Ändra Endre De Fase, o plafond disponível para a capa do seu primeiro álbum tornou impeditiva a utilização de um dos seus trabalhos.

Créditos[editar | editar código-fonte]

  • Composição e execução: Samuel Jerónimo
  • Masterização e execução: Luís van Seixas
  • Design: Pedro Leitão
  • Capa: Ricardo Pacheco

Curiosidades[editar | editar código-fonte]

Coros[editar | editar código-fonte]

As primeiras experiências de Jerónimo com vozes processadas e overdubs feitos através de sucessivas gravações em cassetes datam de 1998, sendo possível ouvir algumas dessas experiências enquanto sons de fundo em The distant images of the abstract light. O objectivo de Jerónimo consistia em chegar a um resultado final parecido com o atingido por György Ligeti na sua micropolifonia, utilizando, todavia, para isso, uma técnica totalmente diferente da utilizada por aquele.[2] O colectivo alemão Tangerine Dream havia já, na segunda parte de Rubycon (1975), tentado fazer o mesmo, mas com teclados e sem overdubs.

Dedicatória[editar | editar código-fonte]

A inscrição IMFM5505, presente no encarte do álbum, é, de facto, uma dedicatória do compositor ao jornalista e crítico musical Fernando Magalhães, falecido em 2005.

Quarteto de cordas[editar | editar código-fonte]

Rima foi inicialmente escrita para electrónicas, vozes alteradas por processos electrónicos e quarteto de cordas.

Shepard tones[editar | editar código-fonte]

Existem em Rima vários exemplos de glissandos infinitos (tons de Shepard). Nesta técnica, desenvolvida por Jean-Claude Risset, em 1964, existe uma escala onde todos os intervalos são semelhantes e contínuos, criando-se assim a impressão de aumento e/ou diminuição em altura de uma só nota, ainda que em oitavas diferentes (por exemplo a nota Lá, em 440 Hz e 880 Hz), como consequência das relações entre os harmónicos de um som.[3] É também possível ouvir esta técnica nas seguintes obras:

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. CLAMOTE, Telmo. 2006
  2. JERÓNIMO, Samuel. 2006
  3. HENRIQUE, Luís L. Acústica musical. Lisboa: Fundação Caoluste Gulbenkian, 2002.