Série 1320 da CP

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A Série 1320, também conhecida como Ateinsa ou Espanhola, descreve um tipo de locomotiva, que esteve ao serviço da operadora ferroviária Caminhos de Ferro Portugueses.

História

Locomotiva da Série 313, com o esquema de cores da antiga operadora ferroviária espanhola Red Nacional de los Ferrocarriles Españoles.

Estas locomotivas foram adquiridas pela companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses à operadora ferroviária espanhola Red Nacional de los Ferrocarriles Españoles, que se encontrava a vender as suas unidades excedentes da Série 313.[1] Um dos principais motivos para a compra desta série em especial deve-se ao facto da operadora portuguesa possuir já várias locomotivas com um motor do mesmo fabricante, a empresa americana American Locomotive Company, podendo, assim, reduzir custos na sua manutenção e exploração, além que os operários das oficinas do Barreiro já dispunham de formação sobre os material motor desta marca; por outro lado, estas unidades possuíam pouco peso por eixo, podendo, assim, circular em qualquer tipo de via.[1][2]

Inicialmente, só foram adquiridas duas unidades, para se proceder a testes; o contrato previa a compra de até mais 10 unidades.[3] Estas locomotivas passaram, em 1989, pelas oficinas Ateinsa, em Villaverde Bajo, em Madrid, para serem remodeladas[2], e modificadas de acordo com as directrizes da operadora portuguesa[4]; este processo consistiu numa série de reparações e de alterações estruturais, como a remoção da caixa de ferramentas junto à cabine de condução[2], instalação de travões duplos, a ar comprimido e vácuo[4], e a alteração do esquema de cores para o laranja e branco oficial da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, embora as paredes laterais exteriores das cabinas tenham sido pintadas de laranja em vez de castanho, como era usual nas locomotivas daquela operadora.[2] O símbolo da Companhia também foi pintado de forma errada, mas ainda reconhecível, e receberam, desde logo, os números de série 1321 e 1322 da operadora portuguesa.[2] Em Maio de 1990, as alterações já tinham sido efectuadas, tendo ambas as unidades partido para Portugal[4]; inicialmente, só foram compradas estas duas locomotivas, tendo o contrato a opção de adquirir outras 10 unidades.[5]

Após a sua chegada a Portugal, foram submetidas a vários testes no Entroncamento, aonde se confirmou que, devido ao facto da condução, neste país, se fazer ao contrário de Espanha, existiam graves problemas de visibilidade a partir da cabina de condução, o que obrigava à presença de pelo menos um ajudante; mesmo assim, foram compradas as outras 10 locomotivas, tendo o contrato sido alargado até mais 6 unidades.[2] Contando com as duas originais, o número total de locomotivas adquiridas, foi, assim, de 18, tendo 17 destas unidades entrado ao serviço; a unidade restante chegou a território nacional ainda com o esquema de cores original da Red Nacional de los Ferrocarriles Españoles, não tendo chegado a receber um número de série português ou a prestar serviço, tendo sido, desde logo, encostada para fornecer peças ao resto da série.[2][5]

Caracterização

Em 1994, estas locomotivas encontravam-se um pouco por todo o sul de Portugal, rebocando principalmente composições de mercadorias mas também de passageiros e mistas, por exemplo, entre o Entroncamento e Marvão.[5]

Ficha técnica

Características de exploração

  • Números de série: 1321-1337[2]
  • Ano de entrada ao serviço em Espanha: 1965[6]
  • Ano de entrada ao serviço em Portugal: 1989[6]
  • Número de unidades adquiridas: 18[2]
  • Número de unidades operacionais: 17[2]

Dados gerais

  • Bitola de Via: 1668 mm[2]
  • Tipo de tracção: Diesel (gasóleo)[5]
  • Dimensões:
    • Distância entre os tampões de choque: 16237 mm[2]
    • largura: 2884 mm[2]
    • Altura: 4032 mm[2]

Transmissão de movimento

  • Tipo: Eléctrica[5]

Motores de tracção

Partes mecânicas

  • Fabricante: Compañía Euskalduna[5]

Ligações externas

Ver também

Referências

  1. a b BLAZQUEZ, Jose Luis Torres (1992). «Exposicion de Trenes Miniatura en Badajoz». Madrid: Resistor, S. A. Maquetren (em espanhol). 1 (4). 47 páginas 
  2. a b c d e f g h i j k l m n ERUSTE, Manuel Galán (1994). «Las Alco de La Peninsula Iberica: Las 1300 portuguesas». Madrid: Resistor, S. A. Maquetren (em espanhol). 3 (21): 4, 7 
  3. ACERO, Montserrat, ESTRADA, José, e RAMÍREZ, Eduard (Março de 1999). «El Material Motor de RENFE para los 90». Barcelona: Associació d'Amics del Ferrocarril-Barcelona. Carril (em espanhol) (29). 6 páginas 
  4. a b c «Noticias». Barcelona: Associació d'Amics del Ferrocarril-Barcelona. Carril (em espanhol) (30): 28, 29. Junho de 1999 
  5. a b c d e f g h i j k BRAZÃO, Carlos (1994). «Las 1300: miniatura en HO». Madrid: Resistor, S. A. Maquetren (em espanhol). 3 (21): 8, 13 
  6. a b Costa, André (2006). «Cronologia do Material Circulante». ADCosta Website. Consultado em 2 de Dezembro de 2010 


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