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Sítio Arqueológico da Quinta dos Patudos

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Sítio Arqueológico da Quinta dos Patudos
Património Nacional
DGPC 72937
SIPA 4658
Geografia
País Portugal
Localidade Alpiarça
Coordenadas 39° 14' 58" N 8° 35' 16" O

O Sítio Arqueológico da Quinta dos Patudos é um sítio arqueológico com um povoado ou necrópole da Idade do Bronze, e uma necrópole de incineração da Idade do Ferro / Romana, situado na freguesia de Alpiarça, concelho homónimo do distrito de Santarém ( Ribatejo ). Por vezes referido como o "castelo" de Alpiarça, faz parte de uma estação arqueológica dentro da Quinta dos Patudos, que inclui o Castelo de Alpiarça, o Cabeço da Bruxinha, a Necrópole do Tanchoal e a Necrópole do Meijão.[1]

História[editar | editar código-fonte]

É provável que a construção do povoado original tenha começado entre os séculos V e IV a.C., resultante de um castro, ou povoado fortificado. [1] A zona continuou a ser utilizada durante a ocupação romana; algumas urnas do Tanchoal datam desse período.[1][2] Alpiarça é importante pelas notáveis necrópoles, povoações proto-históricas e romanas; a presença de vários marcos romanos consagrados ao imperador Trajano, sugerem uma ligação vital a Mérida (Augusta Emerita).[3]

O sítio era reconhecido desde o início do século XX, mas não foram realizados levantamentos até 1973 com escavações arqueológicas sistemáticas, sob a direção de Gustavo Marques e Gil Miguéis de Andrade, tendo muitos dos objetos descobertos sido transferidos para o Museu da Casa dos Patudos.[1] O Instituto Arqueológico Alemão realizou novas investigações em 1979 na zona do Cabeço da Bruxa e Alto do Castelo, sob a direção de Philine Kalb e Martin Hoeck. O material descoberto durante esta investigação (principalmente várias urnas) também foi deixado na posse do museu.[1]

Arquitetura[editar | editar código-fonte]

O sítio situa-se num planalto, situado entre terrenos agrícolas a sul da aldeia de Alpiarça, atravessado pela EN. 118. [1] A leste do castelo existe um planalto que domina a região, flanqueada a norte pela necrópole do Tanchoal e a sul pela necrópole do Meijão, ambas delimitadas pela Ribeira do Forno e pela Ribeira da Atela, respetivamente.[1] A poente da estrada fica o Cabeço da Bruxinha, um topo de colina separado por uma depressão de cerca de 15 m do castelo de Alpiarça.[1]

O castelo de Alpiarça corresponde a um grande castro, com cerca de 1150 metros, circundado por um grande muro de pedra e areia, coberto por vegetação, com zonas descontinuidade a sudeste, que podem remeter às antigas entradas do local. [1] O ponto mais elevado é uma área aberta, situada em diferentes níveis, que poderá ser representativa de outros recintos amuralhados, há muito desaparecidos, que formavam uma acrópole.[1] [4] O Cabeço da Bruxinha, situado no topo da colina oposta, parece distanciado artificialmente do planalto onde se situa o castelo.[1] Nos flancos norte e sul existem duas necrópoles.[1]

A primeira descoberta significativa foi relatada por Mendes Correia na Necrópole do Tanchoal: um depósito funerário incinerado, composto por 17 urnas cheias de cinzas e carvão, enterrado a uma profundidade entre um metro e um metro e vinte.[1] No local os arqueólogos descobriram um machado e uma pulseira de bronze, um vaso caliciforme e uma tigela decorada.[5] A limpeza dos artefactos cerâmicos revelou desenhos ornamentados, que mais tarde seriam designados pelos arqueólogos como " cerâmica de engobe brunido do tipo Alpiarça ".[1] [3] Muitos dos artefactos descobertos no local foram expostos no Museu da Casa dos Patudos e no Museu Antropológico da Universidade do Porto.[1]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o Mendonça, Isabel (1997). SIPA, ed. «Castelo de Alpiarça/Estações arqueológicas da Quinta dos Patudos (IPA.00004658/PT031404010001)». SIPA – Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Consultado em 29 de março de 2016 [ligação inativa]
  2. Marques (1972)
  3. a b Martin, A. (2011). IGESPAR, ed. «Estações arqueológicas da Quinta dos Patudos (Castelo de Alpiarça, Cabeço da Bruxinha, Necrópole de Tanchoal e Necrópole do Meijão)». IGESPAR-Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico. Consultado em 29 de janeiro de 2011 
  4. Marques (1972)
  5. Correia (1935)

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Correia, António Augusto Mendes (1916), «Sobre alguns objectos protohistóricos e lusitano-romanos especialmente de Alpiarça e Silvã», O Archeólogo Português (em Portuguese) (21), Lisboa, Portugal 
  • Correia, António Augusto Mendes (1928), «A Lusitânia pré-romana», in: Damião Peres, História de Portugal, Barcelos, Portugal 
  • «Urnenfelder de Alpiarça», Anuário de Pré-História Madrilena, 4–6, Madrid, 1933 
  • Marques, Gustavo (1972), «Arqueologia de Alpiarça: As Estações representadas no Museu do Instituto de Antropologia do Porto», Trabalhos do Instituto de Antropologia Dr. Mendes Correia, Porto, Portugal 
  • Marques, Gustavo; Andrade, Migueis (1973), «Aspectos da proto-história do território português - Idade do Ferro. I - Definição e Distribuição Geográfica da Cultura de Alpiarça, Idade do Ferro», Actas do III Congresso Nacional de Arqueologia, 1, Porto, Portugal 
  • Kalb, Philine; Hoeck, Martin (1980), «Cabeço da Bruxa, Alpiarça (Distrikt Santarém). Vorbericht ueber die Grabung im Januar und Februar 1979», Madrider Mitteilungen (21), Madrid 
  • Delgado, Manuela (1980), «Zur roemerzeitlichen Keramik vom Cabeço da Bruxa, Alpiarça», Madrider Mitteilungen (21), Madrid 
  • Kalb, Philine; Hoeck, Martin (1985), Cerâmica de Alpiarça - Exposição Temporária na Galeira dos Patudos, Catálogo da exposição, Alpiarça 
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