Sanções contra a Venezuela

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Um mapa dos países que introduziram sanções contra a Venezuela em resposta à crise no país.
  Venezuela
  Países que introduziram sanções
  Países da União Europeia que introduziram sanções coletivamente.
  Países europeus não pertencentes à União Europeia que se alinharam a mesma para sancionar.
  Países que introduzem proibições de entrada para funcionários do governo de Maduro.

Várias sanções contra a Venezuela têm sido aplicadas pela comunidade internacional durante a presidência de Nicolás Maduro.[1][2] Os países da União Europeia[3], os Estados Unidos[4], o Reino Unido, a Suíça[5], o Canadá,[6] o Panamá, além de restrições nos países da América Latina, são aqueles que aplicaram medidas sancionatórias. As sanções foram aplicadas em resposta à repressão dos protestos de 2014, de 2017 e de 2019-2020, bem como as acusações de imposição pelo poder executivo de uma Assembleia Constituinte (ANC) controlada pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) para usurpar atribuições, competências, funções e autoridade legislativa da Assembleia Nacional da Venezuela, e a realização antecipada das eleições presidenciais classificadas como ilegítimas por parte do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e as eleições parlamentares por parte da ANC. As sanções foram aplicadas contra funcionários governamentais ativos e retirados, incluindo membros do Tribunal Supremo de Justiça, da CNE, do Conselho Moral Republicano (composto pelo Ministério Público, pelo Controladoria-Geral e pela Defensoria do Povo), da ANC dissolvida, membros das Forças Armadas e das forças de segurança e empresas privadas acusadas ​​de envolvimento em abusos dos direitos humanos, corrupção, lavagem de dinheiro, degradação do Estado de Direito e repressão da democracia. Em 2017, a Venezuela passava por hiperinflação; o Banco Central deixou de reportar variáveis ​​econômicas desde 2016, país sofre recessão econômica desde 2014[7] e os indicadores de risco-país subiram, caindo em default mais tarde.[8][9]

Em março de 2018, a Washington Office on Latin America declarou que 78 venezuelanos associados a Maduro haviam sido sancionados por vários países.[10] Em abril de 2019, os Estados Unidos sancionaram mais de 150 empresas, embarcações e indivíduos, além de revogar os vistos de 718 indivíduos associados a Maduro.[11]

As sanções incluíam o congelamento de contas e bens de indivíduos, a proibição de transações com os mesmos, confisco de bens, embargos de armas e proibições de viagens. O comissário da OEA para migrantes e refugiados venezuelanos, David Smolansky declarou que as sanções visavam Maduro e as "elites" do Chavismo, embora tivessem pouco impacto nos venezuelanos comuns,[12] e o The Washington Post descreveu que as deficiências na Venezuela precedem em muito as sanções impostas pelos Estados Unidos.[13]

Durante a crise presidencial venezuelana, os Estados Unidos aplicaram sanções adicionais aos setores de petróleo, ouro, mineração e bancário. Um relatório do Escritório do Alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos informou que embora a "generalizada e devastadora crise económica e social tenha começado antes da imposição das primeiras sanções económicas", as novas sanções podem agravar a situação.[14][15] Em abril de 2019, a Human Rights Watch e a Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health divulgaram um relatório conjunto observando que as sanções iniciais não eram dirigidas à economia venezuelana de forma alguma,[16] acrescentando que as sanções impostas em 2019 poderiam piorar a situação, mas que "a crise as precedia".[16]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «O custo humano das sanções à Venezuela». Deutsche Welle. 3 de outubro de 2019 
  2. «Especialista da ONU pede para sanções contra Venezuela serem canceladas». SWI swissinfo.ch. 12 fevereiro 2021 
  3. «Quiénes son los 7 funcionarios de Venezuela sancionados por la Unión Europea y de qué se les acusa». BBC Mundo. 22 de janeiro de 2018 
  4. «Otros 10 funcionarios del gobierno venezolano fueron sancionados por Estados Unidos». france24.com. 10 de novembro de 2017 
  5. «Suiza impone sanciones a Venezuela y congela bienes de siete altos cargos». Diario Las Américas. 28 de março de 2018 
  6. «Canadá impone sanciones a Nicolás Maduro, otros 18 ciudadanos venezolanos y 30 rusos». RT. 3 de novembro de 2017 
  7. «Venezuela padece la recesión más larga de los últimos 80 años – El Nuevo País». elnuevopais.net (em espanhol) 
  8. «Prima de riesgo de Venezuela sube 63.21 puntos». Banca y Negocios (em espanhol) 
  9. «Decisión de Citibank limita el acceso de Venezuela a la banca internacional». El Nuevo Gerald. 14 de julho de 2016 
  10. Camacho, Carlos (27 de Março de 2018). «Panama sanctions Venezuela, including Maduro & 1st Lady family companies». Latin American Herald Tribune 
  11. «Treasury sanctions Venezuelan business to isolate Maduro». AP News. 12 de abril de 2019 
  12. «US sanctions squeezed Venezuela's Chavismo elites. This time, it's oil.». The World from PRX (em inglês) 
  13. DeYoung, Karen. «Venezuela's health system in 'utter collapse' as infectious diseases spread, report says» 
  14. «10 claves del informe de Michelle Bachelet sobre Venezuela». Prodavinci (em espanhol). 20 de março de 2019 
  15. «OHCHR | Oral update on the situation of human rights in the Bolivarian Republic of Venezuela». www.ohchr.org 
  16. a b «Venezuela's Humanitarian Emergency». Human Rights Watch (em inglês). 4 de abril de 2019