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Sappho sparganurus

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Sappho sparganurus
S. sparganura em Córdoba, Argentina
Classificação científica
Reino:
Filo:
Classe:
Ordem:
Família:
Subfamília:
Tribo:
Gênero:
Sappho

Espécies:
S. sparganurus
Nome binomial
Sappho sparganurus
Shaw, 1812
Sinónimos

Trochilus sparganurus Shaw, 1812
Sappho sparganura Shaw, 1812

O colibri-cometa-dourado,[2][3] cometa-de-cauda-vermelha[4] ou beija-flor-da-cauda-vermelha (nome científico: Sappho sparganurus) é uma espécie de ave apodiforme pertencente à família Trochilidae. É a única espécie do gênero Sappho. Pode ser encontrado na região andina da Bolívia à Argentina.[5]

Foi descrita pela primeira vez em 1812, na Bolívia, pelo naturalista inglês George Shaw sob o basônimo de Trochilus sparganurus.[6][7] É o único representante do gênero Sappho, introduzido em 1849 pelo ornitólogo alemão Ludwig Reichenbach.[8][9] O nome do gênero faz referência à poetisa grega de Lesbos, Safo.[10] O epíteto específico sparganurus combina os termos gregos antigos σπαργανόω, spargaō, que significa "embrulhar"; e ουρά, oura, que significa "cauda".[11][12]

São reconhecidas duas subespécies:[9][13]

  • Sappho sparganurus sparganurus (Shaw, 1812) – pode ser encontrado no norte e centro da Bolívia

Na língua local, o quíchua, este beija-flor possui o nome vernacular de Q'ori Kenti (em português: "beija-flor dourado"). Nos países hispanófonos, a espécie é conhecida como picaflor cometa.

Os machos possuem cerca de 22 centímetros de comprimento, incluindo a cauda, enquanto as fêmeas possuem em torno de 15 cm, fazendo o colibri-cometa-dourado uma das maiores espécies de beija-flores. Nos machos, a plumagem é, em sua maioria, verde, com penas brilhantes na região do peito. A cabeça é verde, enquanto o dorso e a região traseira são violeta-avermelhados. A cauda dos machos é profundamente bifurcada, longa e iridescente, dourado-avermelhada, enquanto a fêmea tem uma cauda mais curta em bronze-avermelhado.[14][6][15] Sua vocalização é rouca.[16][17]

Distribuição e habitat

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Se encontra distribuído pela região central da cordilheira dos Andes na Bolívia, Argentina, Chile e Peru. Em altitudes que variam entre 1500 e 4000 metros acima do nível do mar.[1][5][17]

Seus habitats naturais são as matas e matagais típicos dos vales secos interandinos, se estendendo em direção às florestas de Polylepis, e às zonas de transição arbustivas para puna de alta altitude ou as florestas de nuvens mais úmidas. Os beija-flores vivem em matagais áridos com cactos e árvores Prosopis e em florestas decíduas com Alnus e Podocarpus.[16] É frequentemente avistado em torno de habitações humanas em áreas rurais, cidades e vilas.

Estado de conservação

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Na Lista Vermelha da IUCN, está classificado como uma espécie "pouco preocupante". A distribuição geográfica é extensa e suas populações apresentam estabilidade.[1] Por sua preferência a habitats abertos, é frequentemente avistado em áreas rurais e urbanas.[17]

  1. a b c BirdLife International (2016). «Sappho sparganurus». The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22687977A93177874. doi:10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22687977A93177874.en. Consultado em 12 de janeiro de 2022 
  2. Lepage, Denis; Elias, Gonçalo (2003). «Sappho sparganurus». Avibase: The World Bird Database. Consultado em 12 de janeiro de 2022 
  3. Alves, Paulo; Elias, Gonçalo; Frade, José; Nicolau, Pedro; Pereira, João, eds. (2019). «Trochilidae». Nomes das Aves PT. Lista dos Nomes Portugueses. Consultado em 3 de maio de 2023 
  4. Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 101. ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022 
  5. a b «Sappho sparganura (Shaw, 1812)». Global Biodiversity Information Facility (em inglês). Consultado em 12 de janeiro de 2022 
  6. a b Shaw, George (1812). General zoology, or Systematic natural history (em inglês). 8. Londres: Kearsley et. al. p. 271 
  7. Peters, James Lee, ed. (1945). Check-list of birds of the World. 5. Cambridge: Harvard University Press. p. 116 
  8. Reichenbach, H. G. Ludwig (1836). Die vollständigste Naturgeschichte der Vögel (em alemão). 1. Dresden e Leipzig: Friedrich Hofmeister 
  9. a b Gill, Frank; Donsker, David; Rasmussen, Pamela, eds. (2020). «Hummingbirds». IOC World Bird List Version 10.2 (em inglês). International Ornithologists' Union. Consultado em 12 de janeiro de 2022 
  10. Lewis, Charlton T.; Short, Charles (1879). Sapphō. A Latin Dictionary. Oxford: Clarendon Press. Consultado em 22 de abril de 2022 
  11. «σπαργανόω». Liddell, Scott, Jones Ancient Greek Lexicon. Consultado em 21 de abril de 2022 
  12. «ουρά». Λεξικό της κοινής νεοελληνικής. 1998. Consultado em 22 de abril de 2022 
  13. «Sappho sparganurus». Integrated Taxonomic Information System. Consultado em 12 de janeiro de 2022 
  14. The Penny Cyclopædia of the Society for the Diffusion of Useful Knowledge (em inglês). 25. Londres: Charles Knight and Co. 1863. p. 281 
  15. Schulenberg, Thomas S.; Jaramillo, Alvaro (2015). Schulenberg, T. S., ed. «Red-tailed Comet (Sappho sparganurus. Neotropical Birds Online (em inglês). Cornell Laboratory of Ornithology. Consultado em 12 de janeiro de 2022 
  16. a b «beija-flor-da-cauda-vermelha (Sappho sparganurus. Xeno-canto. Consultado em 12 de janeiro de 2022 
  17. a b c «Red-tailed Comet». eBird (em inglês). Consultado em 12 de janeiro de 2022 

Ligações externas

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