Seoses (século VII)

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Seoses (em persa médio: Siyavuš; em grego medieval: Σεόσης; romaniz.:Seóses) ou Siavaquexe (Siyavakhš) era um aristocrata iraniano da Casa de Mirranes que era descendente de Barã Chobim, o famoso aspabedes do Império Sassânida.

Vida[editar | editar código-fonte]

Norte do Irã durante o Império Sassânida

Seoses era o filho Mirã Barã-i Chobim, cujo pai era Barã Chobim. Seoses é mencionado pela primeira vez durante os primeiros anos da queda do Império Sassânida, quando se diz ter governado Rei como um rei vassalo sassânida. Quando Azarmiducte ascendeu ao trono como bambišn reinante em 630, o poderoso aspabedes (chefe do exército) Farruque Hormisda a pediu em casamento. Não ousando recusar, Azarmiducte solicitou a ajuda de Seoses, que assassinou Farruque.[1] Em 632, a guerra civil terminou e os bozorgãs concordaram em fazer Isdigerdes III imperador.[2] No entanto, na mesma época, os árabes, unidos sob a bandeira do Islã, invadiram o Império Sassânida.[3]

Em 651, a maior parte do Império Sassânida havia sido conquistada pelos árabes, sendo Rei uma das últimas grandes cidades sassânidas restantes. Assim, o árabe Anumane ibne Mucrim marchou em direção a ela e enviou uma mensagem a eles; "O exército árabe partiu em direção a Rei, e os árabes se espalharam por outros lugares. Ninguém pode enfrentá-los. E Isdigerdes III está longe de nós."[4] Seoses então pediu ajuda ao povo de Damavande, Tabaristão, Cumis, e Gurgã. Merdasas de Damavande e outros pequenos governantes concordaram em ajudar e enviaram reforços para Seoses.[5] Infelizmente para Seoses, o filho de Farruque Hormisda, Farruquezade, que havia se amotinado contra Isdigerdes III e conhecia muito bem os arredores de Rei, fez um tratado de paz com Anumane em Gasvim e concordou em ajudá-lo contra Seoses.[6]

A Batalha de Rei que se seguiu foi travada como uma batalha noturna no sopé da montanha nos arredores da cidade. Farruquezade liderou parte da cavalaria de Anumane por um caminho pouco conhecido à cidade de onde atacaram a retaguarda do exército mirrânida, causando grande derramamento de sangue. O exército de Seoses acabou derrotado e ele próprio foi morto.[7] Para dar o exemplo, Anumane então ordenou a destruição do bairro aristocrático de Rei. No entanto, a cidade foi mais tarde reconstruída por Farruquezade, que se tornou o governante local.[6]

Referências

  1. Pourshariati 2008, p. 206.
  2. Pourshariati 2008, p. 219.
  3. Morony 2005, p. 203-210.
  4. Pourshariati 2008, p. 250.
  5. Zarrinkub 1975, p. 19.
  6. a b Pourshariati 2008, p. 251–252.
  7. Shahbazi 1988, p. 514–522.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Morony, Michael G. (2005). Iraq After The Muslim Conquest. Piscataway, Nova Jérsei: Gorgias Press. ISBN 978-1-59333-315-7 
  • Pourshariati, Parvaneh (2008). Decline and Fall of the Sasanian Empire: The Sasanian-Parthian Confederacy and the Arab Conquest of Iran. Nova Iorque: IB Tauris & Co Ltd. ISBN 978-1-84511-645-3 
  • Zarrinkub, Abd al-Husain (1975). «The Arab conquest of Iran and its aftermath». In: Frye, R. N.; Fisher, William Bayne; Gershevitch, Ilya; et al. The Cambridge History of Iran, Volume 4: From the Arab Invasion to the Saljuqs. Cambrígia: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 0-521-20093-8