Sergio Arellano Stark

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Sergio Arellano Stark
Sergio Arellano Stark
Nascimento Sergio Víctor Arellano Stark
10 de junho de 1921
Santiago
Morte 9 de março de 2016
Santiago
Cidadania Chile
Alma mater
Ocupação militar
Causa da morte doença de Alzheimer

Sergio Víctor Arellano Stark (Santiago, 10 de junho de 1921 — Santiago, 9 de março de 2016) foi um militar chileno, com patente de general do Exército do Chile, conhecido por liderar a chamada «Caravana da Morte» em 1973, durante a ditadura militar de Augusto Pinochet. É mencionado como um dos principais perpetradores do golpe de Estado que derrubou o governo de Salvador Allende.[1]

Morto aos noventa e quatro anos e respondendo a várias acusações de crimes contra a humanidade, jamais chegou a ser condenado; nas palavras da viúva de uma de suas vítimas, a advogada Carmen Hertz, morreu como um covarde que "se asilou nas enfermidades" para não ser responsabilizado criminalmente.[2]

Carreira militar[editar | editar código-fonte]

Casado e com dois filhos, formou-se oficial de infantaria; realizou o curso de Estado Maior na Escola de Comando e Estado-Maior de Fort Leavenworth, no Kansas, entre 1964 e 1965; voltando ao Chile assumiu a chefia da Casa Milita e, em 1968, no posto de Coronel, foi nomeado ajudante de ordens do presidente Eduardo Frei Montalva em substituição a Oscar Bonilla que fora designado adido militar na embaixada da Espanha, função quem em 1969 ele próprio viria a ocupar.[1]

Em agosto de 1971 retorna ao Chile e passa a comandar o Regimento de Infantaria "Maipo", da Guarnição de Valparaíso onde conspirou com José Toribio Merino, Patricio Carvajal e Ismael Huerta, todos membros do almirantado da Marinha do Chile; em dezembro de 1972 Arellano Stark foi promovido ao generalato e transferido para a capital do país onde assumiu o Comando de Tropas do Exército sediado em Peñalolén.[1]

Membro do Conselho de Generais, foi um dos principais conspiradores que organizaram reuniões secretas numa casa no bairro de Lo Curro, visando a desferir o golpe militar, a partir de julho de 1973 e, junto ao general Bonilla, foi o contato junto aos setores reacionários do Partido Democrata Cristão e com o ex-presidente Frei.[1]

No dia 8 de setembro de 1973 reuniu-se com o general Augusto Pinochet, onde o informou sobre o andamento da conspiração; segundo seu filho Sergio Arellano Iturriaga declarou em 1985, Pinochet manifestou surpresa com a decisão de que ele coordenaria as ações golpistas; no dia 10 Arellano informou aos oficiais do Quartel de Telecomunicaçoes de Peñalolén que o golpe ocorreria no dia seguinte e que este iria para Santiago, enquanto Pinochet ficaria naquela cidade; no dia do golpe assumiu o comando da Guarnição da capital, pertencente à II Divisão do Exército, a que nomearam então de "Agrupación de Combate Santiago Centro".[1]

Instalado o regime ditatorial, foi nomeado "delegado especial" do ditador Pinochet para percorrer o país de sul ao norte, comandando um esquadrão da morte encarregado de executar com requintes de crueldade a opositores do regime detidos, no episódio que passou à história como "Caravana da Morte", no qual foram mortos e/ou declarados desaparecidos cerca de setenta e duas pessoas.[1][3]

Em outubro de 1973 volta a ocupar posto na capital como general de divisão e comandante da II Divisão do Exército, cumulando o cargo de juiz militar da região; por seu caráter rígido era apelidado de "Lobo Feroz" por seus pares; em março de 1975 ascendeu à chefatura do Estado Maior do Exército e a 4 de janeiro do ano seguinte passou para a reserva após desentendimentos com o chefe do serviço secreto e com o próprio Pinochet, que teria lhe oferecido uma embaixada, o que Arellano recusara; ele então passou para a iniciativa privada e em 1981 se tornou banqueiro.[1]

Em 1999 foi alvo da ordem de prisão internacional expedida pelo juiz espanhol Baltasar Garzón junto a outros sessenta criminosos e que resultou na prisão de Augusto Pinochet, por genocídio.[1]

No ano 2000, o juiz Juan Guzmán Tapia o tornou réu no caso "Caravana da Morte".[1][3]

Morte[editar | editar código-fonte]

Vítima de mal de Alzheimer, do qual se serviu para livrar-se da ação da justiça, estava internado numa clínica particular quando a 9 de março de 2016 veio a falecer de causas não reveladas; teve um funeral reservado no Cementerio Católico na capital e seus restos mortais foram cremados.[4]

Referências

  1. a b c d e f g h i Paz Rojas; Viviana Uribe; María E. Rojas; Iris Largo; Isabel Ropert; Víctor Espinoza (2003). «Autores y actores». Páginas en blanco: El 11 de septiembre en La Moneda. Páginas en blanco. El 11 de septiembre en La Moneda (em espanhol) Equipo Nizkor y Derechos Human Rights ed. [S.l.: s.n.] ISBN 84-932717-5-6. Consultado em 20 de novembro de 2020 
  2. Javier Saez (9 de março de 2016). «Muere Sergio Arellano Stark, figura emblemática de la Caravana de la Muerte» (em espanhol). T13. Consultado em 20 de novembro de 2020. Cópia arquivada em 9 de março de 2016 
  3. a b ef/cn AFP (10 de dezembro de 2006). «Os horrores da Caravana da Morte». Notícias Terra. Cópia arquivada em 26 de março de 2018 
  4. «Arellano Stark fue cremado en un funeral privado» (em espanhol). SoyChile. 11 de julho de 2016. Consultado em 10 de março de 2016. Cópia arquivada em 18 de novembro de 2018 

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]