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Surena Corcorúnio

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 Nota: Para outros significados, veja Surena.
Surena Corcorúnio
Nacionalidade Reino da Armênia
Etnia Armênia
Ocupação General

Surena (em latim: Surena; em grego: Σουρήνᾱς; romaniz.: Sourénās; em armênio: Սուրեն; romaniz.: Surе̄n) foi um nobre armênio (nacarar) do século IV da família Corcorúnio, ativo no correinado de Ársaces III (r. 378–387) e Cosroes IV (r. 385–389).

Nome[editar | editar código-fonte]

Surena é a forma latina do parta, persa médio e siríaco Surém (Sūrēn), que derivou do iraniano antigo Suraina (*Sūr-aina-; de *sūra-, "forte, heroico"). Essas formas podem ter se originado da junção de *sūra- com a partícula sufixal -ēn.[1] Foi registrado em bactrio como Soreno (Σορηνο), em grego como Surenas (Σουρήνᾱς; Sourénās) e em armênio como Surém (Սուրեն, Surēn).[2] Nos Períodos Arsácida e Sassânida, em geral tratava-se de um sobrenome de uma das grandes famílias de origem parta que governavam o planalto Iraniano.[3]

Contexto[editar | editar código-fonte]

Dinar de Sapor III (r. 373–378)
Soldo de Teodósio I (r. 378–395)

Em 387 foi firmada a Paz de Acilisena entre o imperador Teodósio I (r. 378–395) e o xainxá Sapor III (r. 373–378) que dividiu o Reino da Armênia em duas zonas de influência, a romana (ocidental) e a sassânida (oriental). Na porção ocidental, governou Ársaces III (r. 378–387), enquanto na oriental, Cosroes IV (r. 385–389).[4] Parte da nobreza armênia decidiu permanecer junto de Ársaces, enquanto outros optaram por permanecer com Cosroes.[5]

Vida[editar | editar código-fonte]

A parentela de Surena é desconhecida, excedo que pertenceu à família Corcorúnio. Quando ocorreu a divisão da Armênia, Isaque I optou pelo primeiro, mas ao ser falsamente acusado por seus parentes de Sispiritis perante o rei, quis fugir à Armênia Oriental e recebeu ajuda de Surena, Vaanes e Axídares.[5] Durante a tentativa de fuga, foram impedidos pelo exército de Ársaces e foram obrigados a esperar um momento mais oportuno.[5] Isaque conseguiria fugir primeiro, mas os demais continuaram esperando. Quando Ársaces começou a transferir seu tesouro da fortaleza de Ani (atual Quema, na Turquia) para Sofena, os três o roubaram e fugiram sob perseguição de Samuel Mamicônio. Esconderam-se numa caverna e foram sitiados pelas forças de Samuel até que foram resgatados por Isaque acompanhado do exército de Cosroes. Depois, foram escoltados à corte de Cosroes, que os recebeu com louvor pelo feito.[6]

Referências

  1. Ačaṙyan 1942–1962, p. 588.
  2. Martirosyan 2021, p. 14.
  3. Fausto, o Bizantino 1989, p. 409-410.
  4. Chaumont 1986.
  5. a b c Moisés de Corene 1978, p. 306 (IV.43).
  6. Moisés de Corene 1978, p. 307-308 (IV.45).

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Սուրեն». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã 
  • Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachusetts: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvard 
  • Martirosyan, Hrach (2021). «Faszikel 3: Iranian Personal Names in Armenian Collateral Tradition». In: Schmitt, Rudiger; Eichner, Heiner; Fragner, Bert G.; Sadovski, Velizar. Iranisches Personennamenbuch. Iranische namen in nebenüberlieferungen indogermanischer sprachen. Viena: Academia Austríaca de Ciências 
  • Moisés de Corene (1978). Thomson, Robert W., ed. History of the Armenians. Cambrígia, Massachusetts; Londres: Harvard University Press