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Teorema de Artin-Schreier

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Teorema de Artin-Schreier, em álgebra abstrata, é um teorema a respeito de corpos algebricamente fechados, ou seja, aqueles em que todo polinômio tem uma raiz, que diz que uma grande classe destes corpos podem ser construídos de forma análoga à construção dos números complexos a partir dos números reais.

O conjunto dos números complexos, , é algebricamente fechado, e é uma extensão finita dos números reais ,[1] ou seja, é possível escrever todos elementos de por expressões da forma , em que os elementos são números complexos fixos, e os números são números reais quaisquer.[Nota 1] No caso, é trivial verificar esta propriedade, pois todo número complexo z pode ser escrito como z = a + b i, ou seja, temos que z1 = 1 e z2 = i.[Nota 2]

Outro exemplo de corpo algebricamente fechado que é uma extensão finita é o corpo dos números algébricos: um elemento z deste corpo também pode ser escrito como z = a + b i, em que a e b são números algébricos reais.[1]

O interessante destes dois casos é que eles são típicos,[1] e este é o resultado provado por Emil Artin e Otto Schreier em 1926.[2] Ou seja, sempre que um corpo algebricamente fechado C for a extensão finita própria de um corpo F, então necessariamente os elementos de C podem ser escritos como z = a + b i, em que a e b são elementos de F e i2 = -1.[1]

Enunciado formal

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Seja F um corpo qualquer, que não é algebricamente fechado, seja C o fecho algébrico de F. Então, se C é uma extensão finita de F, então F tem característica zero, C:F = 2 e C = F(i), com i2 = -1.[1][3]

Corolário: nas condições descritas acima, F é um corpo real fechado.[1]

Esboço da demonstração

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Em primeiro lugar, prova-se que C/F é uma extensão de Galois. Isto é feito por redução ao absurdo: supondo-se que F tem característica l > 0, prova-se que F poderia ter extensões algébricas de grau arbitrário, contrariando o fato do seu fecho algébrico ser uma extensão finita.[1][3]

Em seguida, prova-se que [[C:F]] = 2. Prova-se, primeiro, que [[C:F]] não pode ser divisível nem por um primo ímpar p nem por 4, porque, se fosse, então existiria em que [[C:K]] seria igual a p ou igual a 4.[1][3]

O próximo passo é provar que, se [[C:K]] for um primo p, então p = 2, e que [[C:K]] não pode ser quatro.[1][3]

O último passo é mostrar que, se [[C:F]] = 2, então , portanto C = F(i). Isto é feito demonstrando que a e -a não podem, ambos, serem quadrados em F.[1]

Um dos resultados da demonstração é que os quadrados em F são fechados em relação à adição, ou seja, a soma de dois quadrados é um quadrado, o que permite definir, em F, um conjunto de números positivos (os quadrados), de modo que F pode ser ordenado.[1][3]

Notas e referências

Notas

  1. Resumo do blogue extensão algébrica,[carece de fontes?] com aplicação para o caso de e .
  2. Resumo do artigo números complexos.

Referências

  1. a b c d e f g h i j k Keith Conrad, The Artin-Schreier Theorem [em linha]
  2. E. Artin and O. Schreier, Algebraische Konstruktion reeller Körper, pp. 258-272 in: Artin's Collected Papers (Ed. S. Lang and J. Tate), Springer-Verlag, New York, 1965.
  3. a b c d e Silvio Levy, 20. Ordered fields and Real fields [https://web.archive.org/web/20080905022120/http://www.msri.org/people/staff/levy/files/Lorenz/20.pdf Arquivado em 5 de setembro de 2008, no Wayback Machine. [em linha]]