Termas da Fonte Santa da Fornalha
Termas da Fonte Santa da Fornalha | |
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Construção | Século XIX |
Geografia | |
País | Portugal |
Coordenadas | |
Localização das termas em mapa dinâmico |
As Termas da Fonte Santa da Fornalha, igualmente conhecidas como Águas Santas da Fornalha, são uma antiga estância termal no concelho de Monchique, na região do Algarve, em Portugal.
Descrição[editar | editar código-fonte]
As termas das Águas Santas da Fornalha situam-se na freguesia de Alferce,[1] num vale na vertente Sul do monte da Picota.[2] Localizam-se junto do local onde se cruzam as ribeiras de Monchique e de Odelouca,[3] nas proximidades da Barragem de Odelouca.[2] As águas, do tipo sulfuroso, correm a uma temperatura de 27º, sendo indicadas para aliviar os efeitos de problemas de pele, reumatismo e dores nas articulações.[2] São um das várias estâncias termais no concelho de Monchique, incluindo as famosas Caldas de Monchique, e a antiga fonte da Malhada Quente.[4] O autor A. J. Magalhães Barros descreveu as Águas Santas da Fornalha como estando situadas «ao nascente das Caldas e a 10 kilometros da vila».[4] Nas imediações das Águas Santas da Fornalha existe um outro manancial de águas fulfurosas, a Fonte das Chagas.[2] A curta distância das termas corre um lanço da Via Algarviana.[2]
A estância termal é composta por três captações de água e quatro edifícios,[3] de um só piso e cobertos por telha vã, com vários tanques para banhos no seu interior.[5] Possuíam também alguns quartos para alojar os banhistas durante o processo de cura, que podia durar vários dias.[5] O complexo inclui pelo menos um forno exterior.[2]
História[editar | editar código-fonte]
Estas fontes são conhecidas pelo menos desde a Idade Média, tendo sido supostamente frequentadas pelos monarcas D. Sancho II e D. João I.[6] Porém, os balneários em si só terão sido construídos no século XIX.[3]
O historiador Pinho Leal refere na sua obra Portugal antigo e moderno, publicada em 1875, que «Na Malhada-Quente, 3 kilometros a E. de Monchique, ha uma nascente de agua tépida, efficaz para a cura de chagas e moléstias cutâneas. No sitio da Fornalha, 6 kilometros a E., ha outra nascente, da mesma qualidade, e applicada com bom resultado para as mesmas moléstias. Esta é quente».[7]
Em Março de 2012, a Câmara Municipal de Monchique concluiu o processo para a compra das Termas da Fonte Santa da Fornalha,[3] por um valor de 30 mil Euros, tendo o presidente do município, Rui André, afirmado que esta aquisição foi «baseada no simbolismo deste espaço, que tem uma aura de termalismo e é um património que não pode ser deixado perder».[5] Segundo o autarca, «Os prédios sitos em Fonte Santa da Fornalha são um considerável bem cultural e histórico porque representam o testemunho da criação humana de uma técnica de aproveitamento das características medicinais de águas, através da construção de um conjunto de balneários que remontam ao século XIX».[3] Apesar do avançado estado de degradação dos edifícios,[3] não estavam previstas obras de monta na antiga estância termal, sendo a principal finalidade a preservação do complexo e a sua integração numa rota temática, no sentido de melhorar os acessos.[5] De acordo com o autarca, a ideia era «criar outro espaço de acesso, mas mantendo alguma dificuldade no percurso para que o espaço possa ser preservado como ele é. Para chegar ao local é preciso caminhar por um trilho bonito, que passa por uma pequena cascata e não há o objetivo abrir demasiado ao acesso a automóveis, para que ele não se altere».[5] Estava igualmente programada a instalação de um painel infomativo, onde seriam explicadas as propriedades das águas aos visitantes.[5] Segundo Rui André, «O espaço era de um privado, mas as pessoas continuaram a ir lá ao longo dos anos por acreditarem nos poderes curativos daquelas águas. A nossa intenção é que o público possa continuar a aceder àquele local de forma aberta».[5]
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Património edificado no concelho de Monchique
- Caldas de Monchique
- Centro de Saúde de Monchique
- Fonte da Amoreira
- Parque da Mina
- Termas de São João do Deserto
Referências
- ↑ «Junta de Freguesia de Alferce». Câmara Municipal de Monchique. Consultado em 4 de Março de 2021
- ↑ a b c d e f RADFORD, Suzanne (Março de 2021). «Waters run deep». Tomorrow Algarve (em inglês). Lagos. p. 42. Consultado em 4 de Março de 2021 – via Isuu
- ↑ a b c d e f COUTO, Nuno (28 de Março de 2012). «Câmara de Monchique compra fonte de "água milagrosa"». Jornal do Algarve. Consultado em 4 de Março de 2021
- ↑ a b BARROS, A. J. Magalhães (5 de Julho de 1931). «Caldas de Monchique» (PDF). O Algarve. Ano 24 (1213). Faro. p. 1. Consultado em 4 de Março de 2021 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ a b c d e f g COSTA, Nuno (9 de Abril de 2012). «Um passeio pela «Sintra do Algarve», com quem a conhece». Sul Informação. Consultado em 4 de Março de 2021
- ↑ MOTA, Nuno (3 de Julho de 2018). «Um passeio pela «Sintra do Algarve», com quem a conhece». Evasões. Consultado em 4 de Março de 2021
- ↑ LEAL, 1875:379
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- LEAL, Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho (1875). Portugal Antigo e Moderno: Diccionario Geographico, Estatistico, Chorographico, Heraldico, Archeologico, Historico, Biographico e Etymologico de todas as cidades, villas e freguezias de Portugal e de grande numero de aldeias. Volume V. Lisboa: Livraria Editora de Mattos Moreira Companhia. 596 páginas. Consultado em 25 de Fevereiro de 2022 – via Archive.org
Ligações externas[editar | editar código-fonte]