Terreiro do Alaketu
Religiões afro-brasileiras
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Terreiro do Alaketu |
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O Terreiro do Alaketu, Ilé Axé Mariolajé, Ilê Maroiá Lájié, é um terreiro de Candomblé, foi fundado por Maria do Rosário, Otampê Ojaro, descendente da Familia Real de Ketu. Também conhecido como Casa de Mãe Olga do Alaketu. É um dos terreiros mais antigos do Brasil, havendo relatos orais que apontem sua fundação no século XVII, e documentos formais de 1858.[1]
O Alaketu é uma comunidade que a sucessão do sacerdócio se processa sempre dentro da línhagem de descendência direta de sua fundadora.
A quarta sacerdotisa a ocupar o trono desta casa dedicada a conservar a tradicão mais pura do candomblé foi a iyalorixá dona Olga Francisca Regis (Oyáfúnmi), conhecida internacionalmente por ter filhos de santo em outros países da América do Sul e na Europa.
- Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN),
- Processo nº 1484=T-01, 2005.
História[editar | editar código-fonte]
Terreiro do Alaketu ou Ilé Maroialaji Alaketu, Iyalorixá Olga de Alaketu, localizado à Rua Luiz Anselmo, 67 – Matatu, foi fundado em Salvador, Brasil, em 1636. Existem ainda todos os documentos.
As primeiras donas do Alaketu eram gémeas e foram capturadas na beira do rio de Minas Santé, que eram fundos do reinado do Ketu. Vieram para o Brasil não como escravas e ali foram criadas até a idade de dezesseis anos, quando voltaram para a África.
Casaram com 22 anos de idade e voltaram para o Brasil abrindo então o terreiro do Alaketu no dia 8 de Maio de 1616. A dona do Alaketu, que fundou o terreiro, chamava-se Iyá Otampé Ojarô, e a irmã chamava-se Iyá Gogorisa. Sua filha chamou-se Iya Acobiodé. Esse é o primeiro nome que tem qualquer pessoa que seja a primeira filha de um reinado em Ketu.
Depois de Acobiodé vieram dois filhos homens de nome Babá Aboré e Bábá Olaxedom. Baba Aboré foi pai de Obá Oindá, que quer dizer “mulher de rei”, Todas as mulheres desta família tem nomes de Iyaba e os homens de Obas, pertencentes ao reinado de Ketu. Informação dada por D. Olga de Alaketu
Tradição[editar | editar código-fonte]
Vivaldo da Costa Lima "A tradição oral da casa sugere sua fundação no fim do sec.XVIII. O documento oficial mais antigo ligado à casa é a escritura do terreno da roça extraída por ocasião do inventário do neto da fundadora da casa em 1867.
A tradição diz que o terreiro foi fundado por uma africana originária de ketu, no Daome, que veio para o Brasil com a idade de 9 anos, recebeu o nome de Maria do Rosário. Seu nome africano era Otampé Ojaro. A roça foi consagrada a Oxossi – um dos antigos e principais orixas de Ketu – e a casa de culto construída na roça foi dedicada a Osumare.
Otampe Ojaro a fundadora e primeira mãe do Alaketu era filha de Osumare, orisa nago intimamente associado ao arco-íris. Conta a tradição da casa que foi este orisa quem se apresentou no mercado de escravos “na figura de um senhor de posses, alto e simpático” e comprou Otampe Ojaro e sua irmã gémea que com ela viera, alforriando-se em seguida. Otampe Ojaro voltou mais tarde para África onde se casou com Baba Laji em nome de branco “Porfírio Regis”.
Voltou então Otampe Ojaro á Bahia onde comprou o terreno da roça – “por seis patacas” – e fundou o terreiro a que deu o nome de Ilé Maroialaji. A tradição da casa fala no rapto das duas irmãs “em um riacho perto de ketu” pelos daomeanos numa das suas incursões predatórias."
A genealogia de Olga Francisca Regis remonta a cinco gerações, e os claros na sua diagramação foram explicados por se referirem “a pessoas que não tiveram muita obrigação na casa”.
O nome Ojarô, uma abreviatura de Ojá Aro, é o nome de uma das cinco famílias reais conhecidas em Ketu e de onde ainda são escolhidos os Alaketu, num sistema rotativo.
Sacerdotes[editar | editar código-fonte]
Nome - período que exerceu o cargo
- Otampê Ojá Arô e Babá Alaji
- Odé Akobi
- Babá Aboré
- Dionísia Francisca Régis
- Olga de Alaketu - 2005
- Jocelina Barbosa Bispo, mãe Jojó de Alaketu - 2005