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Theodor Nöldeke

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Theodor Nöldeke
Theodor Nöldeke
Nöldeke, 1907
Nascimento 2 de março de 1836
Harburgo
Morte 2 de março de 1836 (-95 anos)
Karlsruhe
Ocupação Orientalista
Principais trabalhos Geschichte Qorâns, Das Leben Mohammeds

Theodor Nöldeke (alemão: [ˈteːodoːɐ̯ ˈnœldəkə], Harburgo, 2 de março de 1836 – Karlsruhe, 25 de dezembro de 1930) foi um orientalista e acadêmico alemão, sendo originalmente um pupilo de Heinrich Ewald. Ele é um dos fundadores do campo dos estudos corânicos. Seus estudos abrangeram o Antigo Testamento, línguas semíticas e árabe, e literatura persa e siríaca. Nöldeke traduziu muitos textos importantes da literatura oriental e durante sua vida foi considerado um importante orientalista. Ele escreveu diversos estudos (incluindo sobre o Alcorão) e contribuiu em artigos para a Encyclopædia Britannica.[1]

Entre os projetos onde Nöldeke contribuiu, está a edição publicada por Michael Jan de Goeje de Tarikh ("História Universal"), de Atabari, onde foi responsável pela tradução da seção da Era Sassânida. Esta tradução é considerada de grande valor, principalmente pelos extensivos comentários complementares. Entre seus inúmeros estudantes, estão Charles Cutler Torrey, Louis Ginzberg e Friedrich Schwally. Ele confiou a Schwally a continuação de seu escrito "A História do Alcorão".

Nöldeke nasceu em Harburgo (hoje chamado de Hamburgo). Em 1853, graduou-se no Ginásio Georgiano de Lingen, Emsland, e ingressou na Universidade de Göttingen sob a tutela de Heinrich Ewald. Também estudou nas Universidades de Viena, Leiden e Humboldt de Berlim.

Em 1864, tornou-se professor na Universidade de Quiel, e em 1872, na Universidade de Estrasburgo, onde permaneceu até sua aposentadoria, aos 70 anos.

Nöldeke teve dez filhos, dos quais seis morreram antes dele. Seu filho Arnold Nöldeke tornou-se um juiz e foi senador por Hamburgo durante a República de Weimar.

Morreu em Karlsruhe em 1930.

Caligrafia de Nöldeke em um cartão postal, 1905.

Geschichte des Qorâns

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A Geschichte, um trabalho principalmente filológico escrito em alemão, surgiu de sua dissertação que começou a escrever durante seus estudos na universidade, e foi completa em 1856 sob o título De origine et compositione surarum qoranicarum ipsiusque Qorani.[2] Quando comparado com os escritos ocidentais anteriores sobre o Alcorão, Nöldeke desacoplou seus estudos das pesquisas sobre a vida de Maomé e, diferente de seus predecessores, como William Muir, não possuia um zelo missionário. Isso porque Nöldeke estudou o Alcorão por conta própria. Um dos aspectos mais importantes do argumento de Nöldeke é a periodização das suras corânicas em três períodos de Meca seguidas por um período de Medina (uma ideia que há havia sido concebida por seu predecessor, Gustav Weil). Nela, Nöldeke não seguiu exatamente a cronologia tradicional das suras. Ele considerava que esta divisão era maleável.[3][4]

Apesar de seu trabalho ter sido muito popular com alguns e rejeitado por outros,[5] ele foi tão influente que ao menos um acadêmico chamou seu trabalho de "a pedra de nossa igreja".[6] Em 2013, foi publicada uma tradução completa para o inglês.[7]

A cronologia Nöldeke é a "ordem canônica" das 114 suras do Alcorão de acordo com a sequência de revelação. Ela foi criada para auxiliar o estudo teológico, literário e histórico da exegese do Alcorão ao aumentar sua coerência estrutural.[8] A cronologia foi adotada como um guia geral por algumas correntes de pensamento.[9] Nöldeke considerou as suras da perspectiva do desenvolvimento do conteúdo e estilístico para reordená-las na sequência histórica de revelação. Por exemplo, de acordo com este sistema, a Sura 21: "Os Profetas" torna-se a 65. O sistema divide ainda as suras em dois períodos: Meca e Medina.

Ordem cronológica de Nöldeke: Quatro grupos de 114 suras:

Em 1875, no início dos estudos acadêmicos sobre mandeísmo, Nöldeke publicou a Mandäische grammatik,[10] um trabalho monumental sobre a gramática mandeiana, que possui tamanho valor filosófico que é usada como referência até os dias de hoje. O trabalho também serviu de base para o Mandadic Dictionary, de E. S. Drower.[11]

Alexandre o Grande

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Em 1890, Nöldeke iniciou o estudo das lendas alexandrinas na tradição arábica com a publicação de Beiträge zur geschichte des Alexanderromans.[12]

  1. Arjomand, Said Amir (2022). Messianism and sociopolitical revolution in medieval Islam (em inglês). Oakland, Califórnia: University of California Press. p. 16. ISBN 9780520387591 
  2. Nöldeke, Theodor (1856). De origine et compositione surarum Qoranicarum ipsiusque Qorani (em latim). Cambridge, Massachusetts: Officina academica Dieterichiana 
  3. Stefanidis, Emmanuelle (2008). «The Qur'an Made Linear: A Study of the Geschichte des Qorâns' Chronological Reordering / ‮دراسة لإعادة الترتيب التاريخي لنزول القرآن في کتاب نولدکة "تاريخ القرآن"‬». Edinburgh University Press. Journal of Qur'anic Studies (em inglês) (2): 1–22. ISSN 1465-3591. Consultado em 25 de abril de 2024 
  4. Reynolds, Gabriel Said (1 de janeiro de 2011). «Le problème de la chronologie du Coran1». Editora Brill. Arabica (em inglês) (6): 477–502. ISSN 1570-0585. doi:10.1163/157005811X587903. Consultado em 25 de abril de 2024 
  5. Shoemaker, Stephen (2023). «Method and Theory in the Study of Early Islam». Early Islam: The Sectarian Milieu of Late Antiquity? (em inglês). [S.l.]: Editions de l'Université de Bruxelles. ISBN 978-2-8004-1815-5 
  6. Andrew Higgins. «The Lost Archive». The Wall Street Journal (em inglês). Consultado em 25 de abril de 2024. Cópia arquivada em 25 de abril de 2024 
  7. Nöldeke, Theodor; Schwally, Friedrich; Bergsträßer, Gotthelf; Pretzl, Otto (10 de maio de 2013). «The History of the Qurʾān: By Theodor Nöldeke». Brill (em inglês). ISBN 978-90-04-22879-5. Consultado em 25 de abril de 2024 
  8. Ernst, Carl W. (2011). How to Read the Qur'an: A New Guide, with Select Translations (em inglês). [S.l.]: University of North Carolina Press. p. 43. ISBN 978-0-8078-6907-9 
  9. Böwering, Gerhard (2008). The Qurʼān in its historical context (em inglês). Londres, Nova Iorque: Routledge. p. 73. ISBN 978-0-203-93960-4 
  10. Nöldeke, Theodor (2005). Mandäische Grammatik (em inglês). [S.l.]: Wissenschaftliche Buchgesellschaft. ISBN 978-1-59752-238-0 
  11. Meeks, Wayne A. (1967). The prophet-king. Moses traditions and the Johannine Christology (em inglês). [S.l.]: Wipf and Stock. pp. 258–259 
  12. Aerts, Faustina Clara Wilhelmina (2010). Alexander Magnus Arabicus: A Survey of the Alexander Tradition Through Seven Centuries : from Pseudo-Callisthenes to Ṣūrī (em inglês). 3. [S.l.]: Peeters Publishers. ISBN 978-90-429-2183-2 
  13. «Th. Nöldeke (1836 - 1930)». Academia Real das Artes e Ciências dos Países Baixos (em inglês). Consultado em 25 de abril de 2024. Arquivado do original em 13 de julho de 2020 
  14. «Theodor Noldeke». American Philosophical Society (em inglês). Consultado em 25 de abril de 2024. Cópia arquivada em 25 de abril de 2024 
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