Thomaz Pompeu Gomes de Matos

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Thomaz Pompeu Gomes de Matos
Nascimento 24 de outubro de 1918
Fortaleza
Morte 21 de março de 2015
Fortaleza
Cidadania Brasil
Progenitores
Alma mater
Ocupação advogado, escritor, historiador
Empregador(a) Banco do Brasil

Thomaz Pompeu Gomes de Matos (Fortaleza, 24 de outubro de 1918 - Fortaleza, 21 de março de 2015), foi um advogado, escritor e historiador brasileiro.[1][2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filho do político, advogado e professor Raimundo Gomes de Matos, um dos fundadores da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC), e de Léa Pompeu de Sousa Brasil, neta do Senador Pompeu e sobrinha de Nogueira Aciolly, governador do Ceará. Com tal ascendência familiar, Thomaz Pompeu vivenciou importantes episódios da política local e regional. Seus primeiros anos foram vividos em um palacete chamado Solar Rouge, onde além da vasta biblioteca de seu pai, desfrutava do intenso frenesi político e cultural que caracterizavam o local.[3][4]

Memorialista[editar | editar código-fonte]

Milhares de livros, recortes de jornais e revistas, além de cartas e obras de arte fizeram parte de seu acervo cultural.[5] Parte dessa coleção foi doado para a Universidade de Fortaleza na década de 1970, e constitui parte de diversas exposições.[6] Outra parte do material está sob os cuidados de seu filho, o médico Sérgio Gomes de Matos.[7][8]

Quebra-Quebra de 1942[editar | editar código-fonte]

Em 18 de agosto de 1942, sob o regime do Estado Novo, O Brasil assistia, sem maior envolvimento, à Segunda Guerra Mundial. O afundamento de seis navios brasileiros por submarinos alemães não havia gerado ainda nenhuma reposta do governo de Getúlio Vargas às forças do Eixo (formado por Alemanha, Itália e Japão). A população, inconformada com tamanha afronta dos alemães, toma suas próprias providências e sai às ruas para quebrar todos os estabelecimentos comerciais que tivessem alguma ligação com os países que passara a considerar inimigos. Acontece, então, o Quebra-Quebra de 42.[9]

Em meio àquela confusão, estava Thomaz Pompeu Gomes de Matos, que fez várias fotografias do movimento popular. O fato não foi muito comentado pelos jornais da época, que preferiram não dar repercussão a um caso de desordem pública em plena ditadura. Assim, os principais registros da revolta, acontecida dois dias antes de o Brasil entrar oficialmente na Segunda Guerra, foram as imagens feitas pelo jovem. Para não ir contra os interesses do governo ditatorial, Thomaz Pompeu negou por muito tempo a autoria das fotos, que só foram divulgadas na década de 1980, na coluna de Miguel Ângelo de Azevedo (Nirez) no jornal O Povo.[10]

Quase 70 anos depois do Quebra-Quebra, as fotografias foram, pela primeira vez, publicadas integralmente, com os comentários do autor. A publicação “Quebra-Quebra de 1942 em Fortaleza” é do Núcleo de Pesquisa Cultura e Memória, vinculado ao Memorial da Cultura Cearense do Centro Dragão do Mar.[11][12]

Obra[editar | editar código-fonte]

  • Gomes de Matos; Itinerário de uma Vida, (1986).[13]
  • Quebra-Quebra de 1942 em Fortaleza, (2009),

Homenagens[editar | editar código-fonte]

  • Jader Santana escreveu um livro sobre o historiador.[14]
  • Diversos estudos acadêmicos foram baseados nos registros fotográficos.[15][16]

Referências

  1. «Nota de Pesar – THOMAZ POMPEU GOMES DE MATOS – OAB-CE – Ordem dos Advogados do Estado do Ceará». Consultado em 21 de dezembro de 2018 
  2. «Provinciana e elegante». Diário do Nordeste. Consultado em 21 de dezembro de 2018 
  3. «Os Pompeu, Família Ilustre - Raimundo Girão» (PDF). www.academiacearensedeletras.org.br. Consultado em 21 de dezembro de 2018 
  4. «Conhecendo o senador Pompeu». Diário do Nordeste. Consultado em 21 de dezembro de 2018 
  5. «Arte e história em livros raros». Diário do Nordeste. Consultado em 21 de dezembro de 2018 
  6. «Biblioteca Acervos Especiais da Unifor possui roteiro de visitação para todas as áreas de conhecimento». www.unifor.br. Consultado em 21 de dezembro de 2018 
  7. disse, Maurício Cruz (5 de outubro de 2012). «Eleitor de 94 anos vai às urnas em Fortaleza». Blog do Eliomar. Consultado em 21 de dezembro de 2018 
  8. Garcia, Postado por Fátima. «Avenida Gomes de Matos a Antiga Estrada do Gado». Consultado em 21 de dezembro de 2018 
  9. «Memória: Universitário registrou revolta cearense contra Hitler - Portal Vermelho». www.vermelho.org.br. Consultado em 21 de dezembro de 2018 
  10. O Ceará na Segunda Grande Guerra. [S.l.]: ABC Fortaleza. 1998 
  11. «Núcleo de Pesquisa Cultura e Memória lança álbum fotográfico de Thomaz Pompeu». Jusbrasil. Consultado em 21 de dezembro de 2018 
  12. «EVENTO REÚNE APAIXONADOS POR FOTOGRAFIA». Editora Dummar. 10 de abril de 2018. Consultado em 21 de dezembro de 2018 
  13. Gomes de Matos: itinerário de uma vida. [S.l.]: Universidade do Ceara. 1986 
  14. Santana, Jáder (6 de novembro de 2017). Thomaz Pompeu. [S.l.]: Fundação Demócrito Rocha. ISBN 9788575298077 
  15. Freire, Carlos Renato Araújo (2014). «Quebra-quebra de 1942: um dia para lembrar» 
  16. Freire, Carlos Renato Araújo (2014). «Quebra-quebra de 1942: um dia para lembrar». bdtd.ibict.br. Consultado em 21 de dezembro de 2018