Umberto Ortolani

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Umberto Ortolani
Umberto Ortolani
Nascimento 31 de maio de 1913
Roma
Morte 17 de janeiro de 2002
Roma
Cidadania Itália, Reino de Itália, Brasil
Ocupação empreendedor

Umberto Ortolani (Roma, 31 de maio de 1913 - Roma, 17 de janeiro de 2002) foi um empresário italiano. É considerado como o verdadeiro "autor intelectual" da Loja P2, tendo fomentado o desenvolvimento dos negócios de Licio Gelli na América do Sul e no Vaticano, através do Instituto para as Obras de Religião (IOR) de Mons. Paul Marcinkus.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Formou-se em direito após a Segunda Guerra Mundial, tornando-se diretor executivo da Ducati. Introduzido pelo cardeal de Bolonha, Giacomo Lercaro, nos círculos do Vaticano (tanto que em 1963 foi-lhe concedido o título de "Cavalheiro de Sua Santidade" pelo Papa Paulo VI[1], mas que depois é suspenso em 1983), ele constrói amizades eclesiásticas e nas relações com do mundo político e industrial, um trampolim sólido, preferindo, no entanto, permanecer nas sombras.

Foi presidente da agência jornalística "Italia", mas venderia logo para a ENI de Enrico Mattei.[1] No início dos anos setenta, reforça a associação com Licio Gelli.[1] Em 1974 teria a sua entrada para a Loja P2.

Seu império financeiro está especialmente no exterior: em setembro de 1983, quando a Guardia di Finanza bloqueia-o no Brasil, administra um banco (o "Bafisud", Banco Financiero Sudamericano), possuía trinta grandes fazendas no Uruguai, uma editora, três arranha-céus e milhares de hectares na Argentina, Paraguai e Brasil.[1] Acusado de ser o centro das intrigas financeiras da Loja P2 (do "caso Rizzoli" pela falência fraudulenta do Banco Ambrosiano), Ortolani se torna um fugitivo, perseguido por dois mandados de detenção internacionais.

Também é acusado, mas, em seguida, será absolvido, pelo envolvimento no massacre de Bolonha. Ele refugiou-se em São Paulo; o Brasil se recusou a prendê-lo, porque, desde 1978, tinha tomado a cidadania brasileira.[2][3] Em 21 de junho de 1989, Ortolani voltou para a Itália. No Aeroporto de Malpensa, a Guardia di Finanza o notifica sobre dois mandados de prisão por falência fraudulenta. Seria preso em Opera, mas mediante o pagamento de uma caução de 600 milhões de libras, depois de uma semana estará livre novamente. Em 28 de janeiro de 1994, foi condenado a quatro anos de prisão por cumplicidade na bancarrota sob a administração Rizzoli, da qual foi diretor.[1]

Em 1996, no julgamento da Loja P2, foi absolvido da acusação de conspiração contra os poderes políticos do Estado.[1] Em abril de 1998, o Tribunal de Cassação confirma e torna a sentença final a 12 anos pela falência do Banco Ambrosiano.[1] Ortolani, não ficaria preso por causa de sua saúde precária. Faleceu em Roma em 17 de janeiro de 2002.[4]

Referências

  1. a b c d e f g «Morto Ortolani, fu il braccio destro di Gelli». Corriere della Sera. 18 de Janeiro 2002 
  2. «Banqueiros de Deus e do diabo». Gazeta de Alagoas 
  3. Wálter Maierovitch. «Fato consumado». CartaCapital 
  4. «Morto il finanziere Umberto Ortolani». Corriere della Sera