Usuário(a):Camilabibianevitoria/Testes

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de LIMA, Marcelo; BONATELLI, Marina; MIGLINO, Maria Angélica; GOIOZO, Paulo Felipe; MARTINS, Simone Maria; de CARVALHO, Ana Flávia (2008). «Glândula mamária do mocó (Kerodon rupestris - Wied Neuwied):aspectos morfológicos» (PDF). Biblioteca Digital da Produção Intelectual - BDPI, Universidade de São Paulo. Consultado em 12 de dezembro de 2019  Parâmetro desconhecido |ultimo nome do terceiro autor= ignorado (ajuda); line feed character character in |titulo= at position 34 (ajuda); |nome3= sem |sobrenome3= em Authors list (ajuda)


Como ler uma infocaixa de taxonomiaMocó

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1)
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Rodentia
Família: Caviidae
Género: Kerodon
Espécie: K. rupestris
Nome binomial
kerodon rupestris[1]
(Wied-Neuwied, 1820)

O mocó (Kerodon rupestris) é um roedor da família Caviidae, encontrado em áreas descampadas e pedregosas da Caatinga. Tal roedor possui o tamanho pouco maior do que o de um preá (Cavia sp.), cauda ausente ou vestigial e pelagem cinzenta, passando a maior parte do tempo em tocas, locais que abrigam barbeiros (Triatoma sp.), insetos transmissores da Doença de Chagas, que foi um dos motivos na qual alguns indivíduos foram capturados para fins de pesquisa.

Para aproximar-se desse roedor, é preciso se locomover em sentido contrário ao do vento, a fim de não ser denunciado por seu olfato privilegiado. Nos dias nublados, o mocó sai para se alimentar de manhã e à tarde. Nos dias claros, abandona sua toca apenas à noite. Alimenta-se de cascas de árvores, brotos, folhas e frutos. Tal roedor é também domesticável.[2]

Entre os mamíferos dos biomas brasileiros, os roedores do gênero Kerodon, ou mocó, são um dos táxons mais especializados. Uma de suas espécies, o Kerodon rupestris, um dos poucos mamíferos endêmicos do semiárido brasileiro, a caatinga, possui sua distribuição fragmentada devido à descontinuidade dos afloramentos rochosos onde eles vivem, e isso favorece uma variação intraespecífica entre suas populações. A outra espécie do gênero, K. acrobata, vive em uma pequena área do cerrado, entre os estados de Tocantins e Goiás.[3]

No Brasil, o mocó já vem sendo criado em cativeiro, com o intuito de fornecer alimento, preservar a espécie e proporcionar o desenvolvimento de pesquisas nesses animais. Todavia, verifica-se que na literatura há carência de dados referentes à anatomia funcional dos mocós e em especial de trabalhos envolvendo a anatomia do sistema nervoso e em especifico, o nervo femoral. Outros sistemas corpóreos foram estudados no mocó, como rede vascular (Queiroz et al. 2011) e biologia da reprodução (Oliveira et al, 2006, Francioli et al, 2011)[4]

Estes estudos muitas vezes levam em consideração caracteres reprodutivos, alimentares, ritmos biológicos, comportamento social, características fisiológicas e morfológicas que, na grande maioria das vezes, são realizados em função da importância ecológica que a espécie apresenta. Neste último caso enquadram-se os roedores, como as cutias, as capivaras, as pacas e em especial os mocós, dado aos maiores riscos de extinção que a espécie tem apresentado. Os roedores são animais que oferecem extraordinária variedade de adaptações ecológicas, suportando os mais variados tipos de climas e altitudes, podendo manifestar diversas formas de adaptações 89 Braz. J. vet. Res. anim. Sci., São Paulo, v. 45, suplemento, p. 88-93, 2008 fisiológicas. Apresentam tamanhos e formato de dentição características, por serem desprovidos de caninos e possuírem espaços entre incisivos e molares bem definidos. Podem, em função disto, apresentarem-se como arborícolas, rupícolas, terrícolas, mas com capacidade de acomodar-se parcialmente a mais de dois tipos de adaptações características.1 A família Caviidae abrange um grupo de roedores que se difere sob vários aspectos dos Hystrichomorpha, principalmente pela formação da mandíbula. A família Caviidae é pequena, constituída por animais pequenos e adaptada às condições de baixas altitudes. No Brasil é representada basicamente pelos gêneros Kerodon, Cavia e Gálea.2 Os mocós, Kerodon rupestris, são animais que apresentam uma mandíbula alongada, em que os dentes se distribuem de maneira especialmente particular quando comparados a outros tipos de roedores.1 Encontram-se distribuídos, no Brasil, em todos os Estados do Nordeste, especialmente na caatinga do semi-árido, e ao norte do Estado de Minas Gerais, sendo restritos a áreas rochosas, especialmente serrotes e serras, mas algumas vezes podem ser encontrados em lajeiros de planícies.3 Os mocós são poliéstricos e apresentam um ciclo reprodutivo relativamente longo, com maior período de gestação4 (em média 75,9 dias5 ), menor tamanho de ninhadas (um a dois filhotes), menor tamanho ao nascer e menor relação peso ao nascer/peso da mãe. Apresentam ainda, idades ao atingir a maturidade sexual diferenciadas pelo sexo, variando em média em torno de 151 dias.4 A gestação longa e a maturidade sexual-retardada podem ser possivelmente em virtude da especificidade de seu habitat.[5]

A flexibilidade comportamental na distribuição da atividade motora ao longo das 24 horas do dia é uma estratégia adaptativa. O preá da rocha é um animal tímido, com sentidos olfativos e auditivos bem desenvolvidos que fogem a qualquer sinal de risco (Carvalho 1969) Também observamos esse comportamento em laboratório, quando a presença humana parece inibir o animal a sair da toca. Como sua capacidade de escapar é a única defesa contra predadores, a possibilidade de ocupar os dois nichos temporais pode aumentar suas chances de sobrevivência. Além disso, o preá da rocha é um animal rupícola que raramente é visto em áreas abertas. A temperatura das rochas aumenta demais durante o dia e diminui muito rapidamente à noite; pode-se considerar que é mais adequado para esse roedor estar ativo no crepúsculo quando a temperatura é amena.[6]

O Kerodon rupestres tem sido considerada uma espécie monotípica incluída na família Caviidae com a característica exclusiva do pronunciado alongamento rostral. A espécie tem sido encontrada desde o Pleistoceno ocorrendo em ambientes exclusivamente rochosos da região semi-árida brasileira. Caracteres cranianos qualitativos e quantitativos foram investigados ao longo da ontogenia em uma amostra de 188 indivíduos de Kerodon rupestris provenientes de Campos Sales (CE), e em 16 espécies coletados em grutas calcárias do noroeste do Estado da Bahia, encontrados associados a mastofauna pleistocênica. O padrão de fusão das suturas, o desenvolvimento de processos paraoccipitais e o estado dos forâmens foram úteis na definição de cinco classes etárias. Este critério de idade desenvolvido para as espécies recentes foi aplicado com sucesso para estimar as idades relativas dos 16 indivíduos provenientes das grutas da Bahia. Duas classes de idades adultas foram identificadas na amostra das grutas, independente das diferenças de origens geográficas e estratigráficas. Vinte e duas distâncias entre marcos anatômicos cranianos homólogos foram analisadas usando métodos estatísticos descritivo e de variância (ANOVA), além do componente principal, que indicaram separação significativa entre as diferentes classes de idade e, como esperado, um crescente aumento de tamanho entre as classes de um a cinco. Os espécies das grutas, se relacionados com as classes de recentes equivalentes, foram maiores em média em 21 dos 22 caracteres medidos. A análise canônica discriminante independente do tamanho para a variação sexual dentro da população revelou que os indivíduos machos são em média maiores do que as fêmeas, ocorrendo grande área de sobreposição entre os sexos no espaço multivariado de caracteres.[7]

Quanto ao padrão de atividade locomotora, tem sido relatado que nos dias mais escuros o mocó sai para se alimentar pela manhã e à tarde, enquanto que nos dias mais claros sua atividade se concentra no período noturno, podendo também durar o dia inteiro na ocorrência de chuvas . Contudo, estudos mostram que, embora o mocó apresente atividade ao longo de 24 horas, este se concentra nos períodos de transição de fases claro-escuro, sugerindo um comportamento predominantemente crepuscular. [8]

Os roedores são animais que oferecem extraordinárias variedades de adaptações ecológicas, suportando os mais variados tipos de climas e altitudes, podendo com isso apresentar grande número de adaptações funcionais. O estudo destes animais contribui para o avanço das ciências morfológicas, ampliando o conhecimento de sua biologia, além disso, vem revelando a grande importância da fauna silvestre da região, e isso tem favorecido a sua preservação.

Dentre eles encontra-se o mocó (Kerodon rupestris), um mamífero roedor da família dos cavídeos, muito parecido com o preá, sendo, porém, maior e possuindo particularidades morfológicas e comportamentais bem diferentes, como longas pernas propulsoras, unhas rombas sobre coxins espessos que lhes permitem subir com facilidade em pedras e árvores. São desprovidos de clavículas; os pés apresentam três dedos e a cauda é completamente atrofiada.

O mocó adulto mede aproximadamente 410mm e pesa, em média, 800g. Tem habitat muito especial, constituído por afloramento de rochas, onde faz morada nas locas (pequenas grutas). Este roedor não habita regiões planas. É bastante dócil, sendo por isso facilmente caçado. Seus alimentos são folhas, brotos, ramos, frutos, cascas de árvores, raízes e tubérculos de arbustos de árvores da caatinga[9] .

O kerodon rupestres (mocó) é uma espécie muito parecida com o preá, porem, maior e possuindo particularidades morfológicas, fisiológicas e comportamentais bem diferentes. O animal não possui cauda e dentes caninos, apresentam olhos grandes, orelhas curtas, cabeça com focinho longo e estreito, quatro longos dentes incisivos, que são desprovidos de raiz e com crescimento contínuo, possuem longas pernas propulsoras, de unhas rombas sobre coxins espessos que lhe permitem subir com facilidade em pedras e árvores. A superfície dorsal é acinzento-clara, a parte caudal do corpo é avermelhada e a superfície ventral, branco-amarelada apresentando a pelagem de garganta de cor branca viva. [10]

No Brasil, o mocó já vem sendo criado em cativeiro, com o objetivo de fornecer alimento, manter a espécie e proporcionar o desenvolvimento de pesquisas voltados ao conhecimento mais aprofundado desta espécie. Especificamente no que diz respeito ao sistema neural do mocó, é de particular interesse para a anatomia comparativa o estudo da composição do plexo lombossacral, representativo da origem dos nervos que se destinam aos membros pélvicos. A esse segmento anatômico é de considerável importância, uma vez que se relaciona aos aspectos evolutivos de postura e locomoção. O plexo lombossacral é abordado por Tratados de Anatomia como sendo constituído  pelos ramos ventrais dos últimos nervos lombares e primeiros sacrais, tendo este plexo origem nos segmentos da medula espinhal que se distribuem para os membros pélvicos e para as vísceras da região7,8,9. Em algumas espécies de mamíferos, os aspectos referentes às particularidades do plexo já são considerados de acordo com as disposições específicas dos nervos, como o estudo anatômico e eletrofisiológico do nervo genitofemoral em ratos.[11]

Sobre o comportamento materno e paterno de Kerodon rupestris, existe diferenças quantitativas entre pais e mães e entre mães que criam jovens com pais presentes e com pais ausentes. O macho presta cuidados paternais diretos aos jovens, envolvendo-se em cuidar de tudo, cheirar e se aconchegar. Não há diferença significativa entre os sexos na quantidade de comportamentos promotores de contato dados à prole, nem os sexos são significativamente diferentes na quantidade de farejamento exploratório da prole. Quando o homem está ausente, a fêmea passa mais tempo em contato com os jovens. Jovens criados por mulheres solitárias ganharam significativamente mais peso do que os jovens criados por mulheres emparelhadas.

É discutida a sugestão de que o cuidado paterno indireto atue para reduzir a agressão feminina aos jovens e aliviar a carga de gasto energético da mulher. Os resultados indicam que a experiência social é adquirida às custas do cuidado físico quando o homem está presente.[12]

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaMocó

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1)
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Rodentia
Família: Caviidae
Género: Kerodon
Espécie: K. rupestris
Nome binomial
kerodon rupestris[1]
(Wied-Neuwied, 1820)

Mocó, em gíria, também significa esconderijo.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b CATZEFLIS, F.; PATTON, J.; PERCEQUILLO, A.; BONVICINO, C.; WEKSLER, M. (2008). «IUCN Red List of Threatened Species». IUCN. Consultado em 21 de novembro de 2008 
  2. WOODS, C.A.; KILPATRICK, C.W. (2005). Mammal Species of the World: A Taxonomic and Geographic Reference, 3. edition, v. 2. [S.l.]: Johns Hopkins University Press. pp. 1538–1600 
  3. Zappes, Ighor Antunes (12 de dezembro de 2019). Filogeografia e citogenética do gênero Kerodon (CUIVER, 1825) (RODENTIA: CAVIIDAE) (Tese). Universidade Federal de Viçosa. Consultado em 2015-03-26T13:03:06Z  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  4. Oliveira, Gleidson B.; Albuquerque, José F. G.; Rodrigues, Marcio N.; Paiva, A. L. C.; Moura, Carlos E. B.; Miglino, Maria A.; Oliveira, Moacir F. (2011). «Origem e distribuição do nervo femoral do mocó, Kerodon rupestris (Cavidae)». Pesquisa Veterinária Brasileira. 31: 84–88. ISSN 0100-736X. doi:10.1590/S0100-736X2011001300014 
  5. de LIMA, Marcelo; BONATELLI, Marina; MIGLINO, Maria Angélica; GOIOZO, Paulo Felipe; MARTINS, Simone Maria; de CARVALHO, Ana Flávia (2008). «Glândula mamária do mocó (Kerodon rupestris - Wied Neuwied):aspectos morfológicos» (PDF). Biblioteca Digital da Produção Intelectual - BDPI, Universidade de São Paulo. Consultado em 12 de dezembro de 2019  Parâmetro desconhecido |ultimo nome do terceiro autor= ignorado (ajuda); line feed character character in |titulo= at position 34 (ajuda); |nome3= sem |sobrenome3= em Authors list (ajuda)
  6. Sousa, Rute A.; Menezes, Alexandre A. L. (1 de outubro de 2006). «Circadian rhythm of motor activity of the Brazilian rock cavy (Kerodon rupestris) under artificial photoperiod». Biological Rhythm Research. 37 (5): 443–450. ISSN 0929-1016. doi:10.1080/09291010600869836 
  7. lessa, gisele; pessoa, leila maria (2005). «VARIAÇÃO ONTOGENÉTICA E SEXUAL EM CARACTERES CRANIANOS DE KERODON RUPESTRIS WIED, (RODENTIA: CAVIIDAE)». Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro 
  8. cavalcanti, josé rodolfo (27 de outubro de 2011). «Os núcleos dopaminérgicos do mesencéfalo do mocó (kerodon rupestris): caracterização citoarquitetônica e por imunoistoquímica para tirosina-hidroxilase». universidade federal do rio grande do norte. Consultado em 29 de janeiro de 2020 
  9. santana, Jailson José (17 de setembro de 2003). «Origem do plexo braquial de mocós (Kerodon rupestris wied, 1820)». Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science. Consultado em 29 de janeiro de 2020 
  10. da silva santos, suellen (2018). «conhecimento, uso e manejo de galea spixii (wagler, 1831) e kerodon rupestris ( wied-neuwied, 1820) no semi-arido do rio grande do norte (nordeste do brasil).» (PDF). universidade federal da paraiba , programa regional de pós-graduação em desenvolvimento e meio ambiente mestrado. Consultado em 29 de janeiro de 2020 
  11. lacerda, prócassia maria (13 de julho de 2005). «Origem do plexo lombossacral de mocó ( Kerondo rupestris». 1 - Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, São Paulo-SP 2 - Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN 3 - Departamento de Ciência Animal da Escola Superior de Agricultura de Mossoró, Mossoró-RN 
  12. Tasse, Judy (1986). «Maternal and paternal care in the rock cavy, Kerodon rupestris, a South American hystricomorph rodent». Zoo Biology (em inglês). 5 (1): 27–43. ISSN 1098-2361. doi:10.1002/zoo.1430050105