Usuário(a):Denise Pedreira/Pulmonary sequestration

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O sequestro pulmonar é uma mal-formação congênita em que parte do tecido pulmonar, não está ligada as vias aéreas e não é suprido pelas artérias pulmonares, como ocorre no pulmão normal. Ou seja, é como se um pulmão "extra" se formasse, porém sem função respiratória, é apenas uma massa ocupando espaço no tórax ou abdome.

Esta condição é geralmente diagnosticada em crianças e, atualmente, tem sido cada vez mais diagnosticada intra-útero através da ultrassonografia fetal que é realizada rotineiramente durante o pré-natal.

Os sintomas podem variar muito, mas incluem tosse seca persistente ou repetidas infecções respiratórias.

  • Hemorragia grave
  • A criação de um shunt esquerda-direita, onde o sangue flui em um atalho através da aorta
  • Infecção crônica e doenças como:

Causa[editar | editar código-fonte]

Ainda há muito debate sobre se o sequestro pulmonar é um problema congênito ou adquirido por infecção pulmonar recorrente. Acredita-se que o seqüestro pulmonar extralobar seja resultado de malformação pulmonar pré-natal, enquanto sequestros pulmonares intralobares podem se desenvolver devido a infecções pulmonares recorrentes em adolescentes e adultos jovens.

Diagnóstico[editar | editar código-fonte]

O sequestro broncopulmonar (SBP) é uma malformação congênita rara do trato respiratório inferior.

Consiste em uma massa anormal de tecido pulmonar, que não tem comunicação normal com a árvore traqueobrônquica, e que recebe seu suprimento sanguíneo arterial de outras artérias que não as artérias pulmonares.

O SBP representa 0,15-6,4 por cento de todos as malformações pulmonares congênitas.

O sequestro pode ser classificado:

Sequestro intralobar em que a lesão se localiza dentro de um lobo normal e carece da sua própria pleura visceral (membrana que envolve o pulmão).

Seqüestro extralobar em que a massa está localizada fora do pulmão normal e tem sua própria pleura visceral.

O suprimento sanguíneo de 75% dos sequestros pulmonares é derivado da aorta torácica ou abdominal.

Os restantes 25% dos sequestros recebem o fluxo sanguíneo das artérias subclávia, intercostal, pulmonar, pericardiofrênica, inominada, mamária interna, celíaca, esplênica ou renal.

Os sequestros pulmonares geralmente obtêm seu suprimento sanguíneo da aorta torácica (o sequestro intrapulmonar é drenado através das veias pulmonares e o seqüestro extra pulmonar é drenado para a VCI)

Tipos[editar | editar código-fonte]

Sequestro intralobar[editar | editar código-fonte]

  • A variedade intralobar é responsável por 75% de todos os sequestros.
  • Geralmente se apresenta na adolescência ou na idade adulta como pneumonias recorrentes.
  • O tecido pulmonar encontra-se dentro da mesma pleura visceral do lobo em que ocorre.
  • Machos e fêmeas são igualmente afetados com ILS.
  • Na ILS, o suprimento arterial geralmente é derivado da aorta torácica inferior ou abdominal superior.
  • A drenagem venosa é geralmente para o átrio esquerdo através das veias pulmonares, estabelecendo uma derivação da esquerda para a esquerda.
  • Conexões anormais à veia cava, veia ázigo ou átrio direito podem ocorrer.
  • Dois terços dos casos de sequestro está localizado na calha paravertebral no segmento posterior do lobo inferior esquerdo.
  • Ao contrário do sequestro extralobar, raramente está associado a outras anormalidades do desenvolvimento.
  • Os pacientes apresentam sinais e sintomas de infecção pulmonar de massa do lobo inferior.
  • Acredita-se que os sequestros sejam infectados quando as bactérias migram através dos Poros de Kohn ou se o sequestro estiver incompleto.

Seqüestro extralobar[editar | editar código-fonte]

  • A variedade extralobar é responsável por 25% de todos os sequestros.
  • O ELS geralmente se apresenta na infância com comprometimento respiratório.
  • Desenvolve-se como um pulmão acessório contido em sua própria pleura.
  • O ELS tem predomínio do sexo masculino (80%).
  • Relacionado ao hemidiafragma esquerdo em 90% dos casos.
  • O ELS pode se apresentar como uma massa subdiafragmática ou retroperitoneal.
  • Em geral, o suprimento arterial de ELS vem de um vaso aberrante da aorta torácica.
  • Geralmente drena através do sistema venoso sistêmico para o átrio direito, veia cava ou sistemas azígeos.
  • Anomalias congênitas ocorrem mais freqüentemente em pacientes com ELS do que ILS.
  • Anomalias associadas incluem malformação adenomatóide cística congênita (MACC), hérnia diafragmática congênita, anomalias vertebrais, cardiopatia congênita, hipoplasia pulmonar e duplicação colônica.
  • Por estar envolto em seu próprio saco pleural, raramente fica infectado, quase sempre apresentando-se como uma massa de tecido mole homogênea.
  • A massa pode estar intimamente associada ao esôfago, e as fístulas podem se desenvolver.

Diagnóstico por imagem[editar | editar código-fonte]

  • Um arteriograma tem sido considerado vital para documentar o suprimento sangüíneo sistêmico, permitindo o diagnóstico definitivo e o planejamento pré-operatório.
  • O advento de novas técnicas de imagem não invasivas mudou esse pensamento.

Radiografia torácica[editar | editar código-fonte]

  • Os sequestros geralmente aparecem como uma massa uniformemente densa dentro da cavidade torácica ou parênquima pulmonar.
  • Infecção recorrente pode levar ao desenvolvimento de áreas císticas dentro da massa.
  • Níveis de fluido de ar devido a comunicação brônquica podem ser vistos.

Ultra-som[editar | editar código-fonte]

  • A aparência sonográfica típica da SBP é uma massa homogênea ecogênica que pode ser bem definida ou irregular.
  • Algumas lesões têm aparência cística ou mais complexa.
  • Os estudos Doppler são úteis para identificar a característica artéria sistêmica aberrante que surge da aorta e para delinear a drenagem venosa.

Tomografia computadorizada (TC)[editar | editar código-fonte]

TC de tórax mostrando sequestro pulmonar
  • A tomografia computadorizada (TC) tem 90% de acurácia no diagnóstico de sequestro pulmonar.
  • A aparência mais comum é uma massa sólida que pode ser homogênea ou heterogênea, às vezes com alterações císticas.
  • Achados menos frequentes incluem uma grande lesão cavitária com um nível hidroaéreo, uma coleção de muitas pequenas lesões císticas contendo ar ou fluido, ou uma massa cística bem definida.
  • Alterações enfisematosas na margem da lesão são características e podem não ser visíveis na radiografia de tórax.
  • Reconstruções multiplanares e 3D são úteis.

Ressonância magnética (REMA)[editar | editar código-fonte]

  • A ressonância magnética (REMA) com contraste ou mesmo imagens convencionais de spin-eco (SE) ponderadas em T1 podem ajudar no diagnóstico de sequestro pulmonar, demonstrando um suprimento sangüíneo sistêmico, particularmente da aorta, para a massa pulmonar basal.
  • Além disso, a REMA pode demonstrar a drenagem venosa da massa e evitando investigações mais invasivas.
  • No entanto, a TC permite uma delineação mais precisa da massa e de alterações enfisematosas, do que a REMA.

Tratamento[editar | editar código-fonte]

  • Após o nascimento

O tratamento consiste na retirada da massa após o nascimento, quando o diagnostico é feito antes da gravidez.

Em alguns casos, fetos com seqüestros desenvolvem hidrotórax, líquido dentro da cavidade torácica. Nestas situações, um dreno (cateter de Harrison) pode ser usado para drenar o fluido torácico para o líquido amniótico.

Em raros casos em que o feto tem uma lesão muito grande, a ressuscitação após o parto pode levar a riscos. Nestas situações, uma equipe especializada em compressão das vias aéreas pode ser necessaria e o parto precisa ser programado.

Um procedimento chamado de <b>EXIT</b> pode ser realizado, ou um procedimento de ablação por laser no feto pode ser realizado antes do parto.

A ablação por laser é considerada uma intervenção fetal minimamente invasiva, uma pequena agulha é inserida na massa e uma fibra de laser é direcionada ao vaso sanguíneo anormal que vai para o sequestro. O objetivo da cirurgia é usar a energia do laser para interromper o fluxo sanguíneo para o seqüestro, fazendo com que ele pare de crescer. Após a cirurgia, o sequestro rouba menos fluxo sanguíneo do feto, e o coração e os pulmões começam a crescer mais normalmente à medida que o sequestro diminui de tamanho e o/ou derrame pleural desaparece.

Fontes[editar | editar código-fonte]

[[Categoria:Doenças congênitas do sistema respiratório]]