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Usuário(a):Kaosorio/Testes

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Francisco Oliveira
Kaosorio/Testes
Francisco Oliveira, fotografia de Vitor Tempera
Nascimento 25 de julho de 1918
Estômbar
Morte {{}}
[[]]
Nacionalidade Portugal Português
Ocupação fotógrafo profissional

Francisco Oliveira (Estômbar, 25 de julho de 1918 — [[]]), é um fotógrafo português

Biografia[1][editar | editar código-fonte]

Francisco Oliveira nasceu às 11h00 do dia 25 de julho de 1918, em Estômbar, uma aldeia do concelho de Lagoa. Seu pai, António Simplício, tinha 39 anos era natural de Palmela, concelho de Setúbal e trabalhava como limpador de máquinas, nos Caminhos de Ferro. Sua mãe chamava-se Maria das Dores, natural de Estômbar, era doméstica e tinha vinte anos. Com apenas um ano de idade, o pequeno Francisco fica órfão de pai, vítima de pneumónica. As grandes dificuldades económicas obrigam a família a procurar oportunidades na florescente Portimão, elevada a cidade em 1924 pelo seu filho ilustre, Manuel Teixeira Gomes.

Em 1922, sua mãe casa de novo com Joaquim de Lagos um trabalhador da Conserveira Bivar & C.ª: A nova família vive precariamente junto à fábrica e, pouco tempo depois, muda-se para uma casa na rua de S. Pedro (antiga estrada de Lagos), ao pé da passagem de nível da CP. Aqui viveu vários anos com o padrasto e a avó materna.Francisco Oliveira conclui o primeiro ciclo estudos em Portimão, na escola particular da professora Glória Barbudo, em 1931.Realizou os exames do 5.º ano em 1931, nos quais obteve a classificação de 15 valores, na "escola régia" que funcionava nas traseiras do Palacete Sárrea Garfias, em Portimão. As dificuldades económicas impediram que o jovem Francisco prosseguisse os seus estudos de 2.º ciclo só possíveis no Liceu Nacional João de Deus, em Faro, já que em Portimão a frequência da escola pública terminava aos 13 anos (Ensino Primário Complementar).

Em 1933, completados os primeiros estudos e na impossibilidade de continuar a estudar, o jovem Francisco Oliveira foi ajudante de um dos mais importantes fotógrafos retratistas de Portimão: o Victorino da Fonseca Dias (1874-1959)[2], cujo estúdio se situava no centro de Portimão. A sua clientela era sobretudo constituída por famílias mais abastadas da sociedade portimonense. Em Outubro de 1913, é premiado na Exposição Nacional das Artes Gráficas, em Lisboa. Dias colaborava pontualmente como correspondente de imagem na Ilustração Portugueza e na Revista ABC e a ele se devem raras imagens fotográficas do I Congresso Regional Algarvio de 1915, na Praia da Rocha, assim como a construção da ponte e ramal ferroviário Parchal-Lagos. Esteve ligado aos negócios da restauração, hotelaria e mobiliário. Na política destacou-se como ativo membro do Partido Republicano, chegando a ser vereador municipal pela maioria liberal em 1922, e em 1924 ocupou o cargo de vice-presidente do executivo camarário. A demolição do seu estúdio em 1945 vai dar lugar a uma moderna estação dos CTT, inaugurada em 1946. No opúsculo Fonseca Dias Um fotógrafo de Vila Nova de Portimão é possível conhecer melhor este pioneiro da fotografia no Algarve. Oliveira trabalhou com o Dias numa passagem breve de cerca de meio ano, tendo sido este um dos seus primeiros contactos com o ofício da fotografia.

Desde 1907, na rua Miguel Bombarda, n.º 119, (atualmente rua Dr. João Vitorino Mealha) existiu a Fotografia Santos, propriedade da família Santos. Luís Urbano dos Santos, conhecido fotógrafo e editor de postais de Portimão, Praia da Rocha e Loulé nos anos 20-30 do séc. XX, era igualmente proprietário de dois estúdios fotográficos e de uma mercearia com torrefação de café, a "Pérola de Portimão", situada ao lado do Palácio Sárrea Garfias, hoje edifício do TEMPO (Teatro Municipal de Portimão).

Da sua primeira mulher, Carolina Oliveira, teve três filhos: o Urbano Oliveira dos Santos, o Luís Urbano Oliveira dos Santos e a Julieta Oliveira dos Santos. O primeiro continuou o negócio ligado à fotografia e manteve aberto muitos anos e no mesmo edifício esta atividade como retratista, chegando a abrir uma sucursal em Silves. Urbano de Sousa Santos, seu filho, dará continuidade ao negócio ao lado da sua mulher, Leonor Santos, a primeira fotógrafa profissional de Portimão. Ainda é possível ver, na calçada do passeio os vestígios do nome da loja e estúdio fotográfico. Na rua 5 de outubro n.º 29 (antiga rua da Guarda), funcionou durante vários anos um outro estúdio de fotografia num primeiro andar, o "Foto-Cinema", propriedade de Francisco Santos, irmão de Carolina de Oliveira, a primeira mulher de Luis Urbano dos Santos. Com ele trabalhava Francina Santos, sua esposa, que se encarregava especialmente do trabalho de retoque. Neste estúdio também Oliveira fez grande parte da sua aprendizagem como empregado até se estabelecer por conta própria em 1940. Francisco Oliveira trabalhou cerca de sete anos com os Santos e com eles aprendeu as técnicas de iluminação, revelação e impressão de retratos.

Primeiro estúdio

Após a experiência de cerca de sete anos com os seus mestres, Francisco Oliveira estabeleceu-se por conta própria com apenas 22 anos, na rua da Igreja, n.º 23, 1.º andar, em 1940. Era um estúdio bem situado por detrás da igreja matriz de Portimão e tinha boas condições para o sucesso do negócio. A câmara escura era ampla e apesar de não possuir a iluminação ideal, ali se manteve durante nove anos a fazer retratos de estúdio e reportagens de casamentos.Nesta fase de arranque, Oliveira conseguia cumprir com os seus clientes sem a colaboração de nenhum empregado. Fazia sobretudo retratos, chegando os noivos a ir ao estúdio. Mais tarde vai fazer dezenas de casamentos na igreja matriz em frente.

Fotografia Oliveira

Na rua 5 de outubro, n.º 18 em Portimão, Francisco Oliveira vai estabelecer-se em 1949 até aos nossos dias, embora tenha deixado de realizar trabalhos fotográficos a partir de 2003, após um assalto. Esta importante artéria da cidade que liga a igreja matriz à Praça Manuel Teixeira Gomes, atraiu vários ramos de negócio: ourivesaria, restauração, penhores, cafetaria, automóveis, papelaria, livraria, belas artes, tipografia, advocacia e sobretudo fotografia (Oliveira, Borlinha, Francisco Santos e Fotografia Santos e Dias. A oferta de alojamento na Pensão (mais tarde estalagem e atualmente hotel) Globo e na Pensão Algarve/Enxerto, e serviços públicos como os CTT e Caixa Geral de Depósitos garantiam um movimento de gentes fundamental para o comércio durante mais de meio século. Foi neste seu novo estúdio que Francisco Oliveira passou a ser o mestre Oliveira. Por ali passaram milhares de clientes, ali se revelaram milhares de negativos. Neste estúdio onde trabalharam três empregados, Oliveira vendia máquinas fotográficas, variados acessórios, postais, molduras e filmes; fazia serviço de laboratório a cores e p/b. Continuou a realizar reportagens de casamentos, baptismos, comunhões, publicidade, inaugurações, etc., para além dos retratos de pose e tipo-passe.

Depois de 2003, profundamente abalado com o assalto ao estúdio e sem as suas preciosas ferramentas de trabalho, Oliveira passou a aceitar apenas encomendas de impressões de fotografias de paisagem e de Portimão que fez ao longo dos anos 40-60. Os trabalhos vão sendo realizados pelo seu amigo de confiança Vitor Tempera, proprietário da FotoTempera.


Homenagens[editar | editar código-fonte]

Memórias do Passado (Portimão, 1945-1970)

EMARP - Empresa Municipal de Água e Resíduos de Portimão (16.11.2006)

"Nesta exposição, está documentada muita da vida de Portimão, entre os anos de 1945 e 1970. São pessoas, paisagens, o pulsar de uma terra sujeita a muitas transformações e de que resta a memória, que homens como Francisco Oliveira, o “Oliveira Fotógrafo”, souberam preservar.É Portimão onde os prédios mais alto são as igrejas, a descarga do peixe na muralha, a Praia da Rocha com as falésias iluminadas, a Fortaleza com apenas quatro carros estacionados, a sociedade a banhos na praia, a capela da Quinta do Amparo no meio do campo, os carros alegóricos do Carnaval, o insólito de um nevão no Algarve, os estaleiros, as traineiras e as enviadas, a muralha, o Cine-Teatro, os chalets e a carrinha para a praia, o trabalho nas fábricas de conserva, a Praia do Vau, o “Annalisa” naufragado na Rocha, a inauguração da Central Eléctrica, a procissão de Santa Catarina...Esta exposição também é possível graças ao advogado Carlos Bicheiro, que gentilmente cedeu as fotos pertencentes à sua colecção particular."[3] 

Portimão sob o olhar de um fotógrafo, por Oliveira Fotógrafo

Casa Manuel Teixeira Gomes (01.09.2010)

Exposição de fotografia a preto e branco dos anos 1945 a 1970.

Câmara Municipal de Portimão – Divisão de Acção Cultural


Uma Cidade, 2 Fotógrafos

Museu de Portimão (17.12.2011)

"Através da fotografia, Júlio Bernardo e Francisco Oliveira, revelam-nos os seus diversos modos de olhar Portimão, durante a década de 50 até aos finais dos anos 70 do século XX. Instantes da vida quotidiana da cidade, pormenores dos espaços e formas da paisagem humana, testemunhos do constante movimento de uma época, que agora são devolvidos à cidade. A importância dos trabalhos destes fotógrafos, é revelada na presente exposição, a qual nos permite apropriar de um outro tempo, perceber melhor a identidade de Portimão e tornar visíveis referências desaparecidas da nossa memória colectiva.Esta exposição na qual se reúne uma parte do vasto espólio fotográfico adquirido pelo Município de Portimão, e conservado no Museu de Portimão, mostra-nos igualmente o estúdio de Francisco Oliveira e excertos do filme "Há peixe no Cais " de Júlio Bernardo, bem como os aspectos que caracterizam e diferenciam estes dois fotógrafos que escolheram Portimão para viver e trabalhar. Patente na Sala de Exposições Temporárias do Museu de Portimão e com entrada livre (...), numa organização da Câmara Municipal, através do Museu de Portimão."

(Câmara Municipal de Portimão, Nota à Imprensa, 13.12.2011)

Projeto "A Arte Como Libertação do Espírito”

Exposição coletiva, conversas, música, artes performativas com o denominador comum de que todos os contributos pertencem a artistas portimonenses.

Casa Manuel Teixeira Gomes (agosto/setembro de 2013)

Câmara Municipal de Portimão – Divisão de Acção Cultural

Medalha de “Mérito Municipal, Grau Prata”.

Câmara Municipal de Portimão (11.12.2005)

O Clube Boa Esperança convidou o seu sócio honorário n.º 1 para soprar as velas na comemoração dos 80 anos de existência da coletividade (09.05.2009)

O Clube ROTARY (17.10.2005) oferece ao fotógrafo uma salva de prata num jantar no Hotel da Penina em onde pode ler-se: "Homenagem ao Sr. Francisco Oliveira Pelo seu sentido de ética e pelos serviços profissionais prestados à comunidade. Rotary Clube de Portimão".

A homenagem foi organizada por alguns comerciantes estabelecidos na rua 5 de outubro, segundo a versão do sr. Carlos, dono do café Xanadu, ali estabelecido desde 1987.

Acervo[editar | editar código-fonte]

No ano de 2009, a Câmara Municipal de Portimão adquiriu uma parte considerável dos trabalhos fotográficos de Francisco Oliveira, constituída por cerca de 29.000 negativos. Este vasto conjunto encontra-se no Museu de Portimão em fase de conservação, restauro e está organizado pelos seguintes temas: casamentos (1958 a 1981); batizados (1964 a 1976); paisagens e foto-reportagem (1945 a 1978) ; retratos (1950 a 1982); vários (s/d). Fazem igualmente parte da coleção equipamentos vários de estúdio tais como projetores de luz, máquinas de impressão, secagem e vincagem, máquinas fotográficas, suportes publicitários, couvetes, cenários, etc.

Segundo depoimento de José Gameiro, diretor científico do Museu de Portimão, a colecção Francisco Oliveira é, por vários motivos, fulcral para o discurso patrimonial que o Museu de Portimão desenvolve, pois a partir dela e da recolha imaterial que a acompanha (entrevistas realizadas a Francisco Oliveira) é possível comporem-se várias narrativas relevantes para a história e identidades locais. Esta colecção revela-nos também o percurso evolutivo, desde o início do século XX, da fotografia de estúdio e exterior, quer a nível tecnológico, de estilo e técnica. Por outro lado, a colecção de Francisco Oliveira abrange um considerável período temporal, o que possibilita através dela uma leitura histórico-evolutiva dos usos e costumes da comunidade, das paisagens naturais e arquitectónicas locais. . Estas fotografias revelam a par e par elementos importantes quer da evolução da fotografia, através das diferentes técnicas que explorava, quer da evolução arquitectónica, paisagística e humana da cidade, colocando Francisco Oliveira a par de fotógrafos locais de grande interesse como o Júlio Bernardo.


Referências

  1. «Notícias... - ENFOLA 2018 - Fotógrafos de Portimão». ENFOLA 2018 (em inglês). Consultado em 21 de fevereiro de 2019 
  2. «Notícias... - ENFOLA 2018 - Fotógrafos de Portimão». ENFOLA 2018 (em inglês). Consultado em 21 de fevereiro de 2019 
  3. Madeira, Vitor. «Empresa Municipal de Águas e Resíduos de Portimão». Consultado em 21 de fevereiro de 2019