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O mundo dos Mortos[editar | editar código-fonte]

Os sumérios acreditavam na vida após a morte. Na mitologia suméria, os mortos eram enviados para um mundo subterrâneo do qual não havia retorno. Os vivos reverenciavam os mortos, pois acreditavam que assim garantiriam o bom andamento das coisas no mundo dos vivos. Não existia concepção de julgamento pós-morte entre os mesopotâmicos. Acreditava-se que o "espírito" dos mortos atravessava um rio até o "sombrio" mundo dos mortos, onde permaneceria pela eternidade. Essa visão era muito semelhante àquela que os antigos hebreus reproduziram por muito tempo, na qual os homens mortos eram encaminhados para Sheol, uma espécie de submundo sombrio. Em ambas, não há julgamento e a vida na terra é mais valorizada do que a vida pós-morte, onde não se faz distinção entre um "céu" e um "inferno", ou uma eternidade de danação e outra paradisíaca.


O mundo dos Mortos

A morte era um fato aceito pelos sumérios, que encaravam como se fosse seu destino. Entretanto, apesar de não acreditarem na ressurreição[1], os sumérios acreditavam na vida após a morte. Na antiga Mesopotâmia não existia céu e inferno, não existia um julgamento a respeito de suas atitudes em vida, porém, a vida após a morte era uma crença que só poderia ser levada adiante se os ritos fúnebres fossem bem executados por aqueles que ainda vivessem[1]. Na mitologia suméria, os mortos eram enviados para um mundo subterrâneo, o submundo, do qual não havia retorno. Ele fica na direção oposta ao céu mas não é, como nas crenças atuais, o inferno[2]. O submundo possui sete portões, onde a cada portão o espírito vai se despindo de seus pertences e suas roupas, podendo entrar apenas quando estiver nu. Muitos deuses já passaram e foram os únicos a conseguirem fugir dessa terra, assim, são adorados nos ritos fúnebres e enterrados com os mortos em forma de iconografias com a intenção de protegê-los e evitar os desprazeres que esse lugar possa causar[2]. Os mortos continuam sua existência na forma de espírito ou alma, designado pelo termo sumério gidin ou seu equivalente acadiano, etemmu, que pode ser entendido como um fantasma[3]. Eles pensavam que os humanos eram compostos de um corpo corpóreo e algum tipo de percepção divina. Além disso, o etemmu reteve algumas das funções do corpo em vida, como fome e sede, que por conta disso, tem de ser oferecido comida e bebida em sua lápide para que possa viver em conforto no submundo[4]. Quanto mais descendentes, mais privilegiada a existência do eṭemmu no submundo, pois havia mais parentes para garantir a realização do ritual. Por conta disso, é presumivelmente o motivo pelo qual o filho mais velho também costumava receber uma parte extra da herança[5].


  1. a b SASSON, Jack M. (1995). «Death and The Afterlife in Ancient Mesopotamian Thought». Civilizations of the ancient Near East. Nova Iorque: Charles Scribner's Sons. p. 1883. 1 páginas. For the ancient Mesopotamians, there were no messiahs, no new ages at the end of this world, no ressurrection of the body and Last Judgment, no heaven or hell. Still, there was a sort of existence after death, although if one wished to participate in it, it was absolutely necessary that certain burial and mourning rites be properly performed 
  2. a b «Ancient Mesopotamian Beliefs in the Afterlife». World History Encyclopedia (em inglês). Consultado em 3 de agosto de 2022 
  3. Scurlock, Joann (2013). The Intersection of Death, Divinity, and Royal Authority in Ancient Mesopotamia. [S.l.: s.n.] p. 151. When mortals died in ancient mesopotamia, two souls, the 'ghost' (etemmu) and the 'spirit' (zaqiqu) separeted form the body 
  4. Laneri, Nicola (2007). Performing Death. Chicago: MacNaughton & Gunn 
  5. Scurlock, Joann (1995). The intersection of Death, Divinity, and Royal Authority in Ancient Mesopotamia. [S.l.: s.n.]