Usuário(a):Manoela Ferraz/Testes/Q62064740, Obra de arte

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Dante e Virgílio ascendendo ao Paraíso
Manoela Ferraz/Testes/Q62064740, Obra de arte
Autor Eliseu Visconti
Data 1908
Técnica tinta a óleo, tela
Dimensões 100 centímetro x 60 centímetro

[1][2] A obra Dante e Virgílio ascendendo ao Paraíso, de 1908.[3],é uma pintura de Eliseu Visconti (1866-1944), um pintor, desenhista e designer ítalo-brasileiro, que produziu entre os séculos XIX e XX.

Eliseu é considerado um dos artistas mais importantes do período, sendo o mais expressivo representante da pintura impressionista no Brasil.

Descrição[editar | editar código-fonte]

 A obra Dante e Virgílio ascendendo ao Paraíso foi produzida com tinta a óleo, sobre tela. Suas medidas são: 100 centímetros de altura e 60 centímetros de largura.[3] A obra possui uma assinatura, ao lado da data, 1908, no canto inferior esquerdo. Atualmente, a tela faz parte de uma coleção particular, de Edson Motta.

Contexto[editar | editar código-fonte]

1901 A 1912 - Estabilidade (BRASIL-FRANÇA-BRASIL)

Durante a época, Eliseu alternou de moradia entre o Rio de Janeiro e Paris por duas vezes, a procura de estabilidade financeira e familiar. Em Paris o artista fez um estágio, que lhe possibilitou criar a obra Dante e Virgílio ascendendo ao Paraíso (1908) enquanto o mesmo cumpria suas obrigações de pensionista, mas só em 1908 Eliseu alcançou a estabilidade que vinha construindo para poder trazer Louise (esposa) e Yvonne (filha), de Paris. Além de um magistério, que lhe garantia a segurança de um salário mensal, Visconti mandou construir seu atelier sobre um terreno situado à Rua Mem de Sá, no Rio de Janeiro, próximo aos Arcos da Lapa, adquirido da escultora Nicolina Vaz de Assis. O atelier ficava no segundo pavimento do edifício que tinha, ainda, no primeiro andar, um apartamento, e no térreo, duas salas para alugar. Assim, terminado o ano letivo, Visconti volta à Paris, onde oficializa a união com Louise Palombe, no dia 14 de janeiro de 1909. Voltando em seguida com ela e Yvonne, instala-se com a família no apartamento sob o atelier. Neste momento, inicia-se um novo tema para as pinturas de Visconti, provavelmente o mais constante até o final de sua carreira.

Também em 1908, ano de criação da obra, na 15ª EGBA (Empresa Gráfica da Bahia), Visconti apresentou diversas obras que trouxe de Paris: aquarelas, óleos – entre eles Maternidade e os estudos para os painéis do Teatro Municipal – e ainda os cartões para essas decorações, num total de 40 desenhos.

Análise[editar | editar código-fonte]

A obra trata de uma cena de um trecho da obra Divina Comédia, de Dante Alighieri.

A pintura é prioritariamente escura, possui como tons principais o marrom (e suas nuances) e o preto, porém, existem alguns pontos em destaque com tonalidades claras, como o branco e o verde.

A composição da obra é dividida em duas partes. Foram aproximados do espectador, na secção superior, dois peregrinos (Dante e Virgílio) que dirigem-se para o alto e para a esquerda da tela, onde flutuam figuras angelicais, das quais emana um feixe de luz intensa que se destaca contra um fundo rochoso e escuro, estas possuem vestimentas de tons claros e delicados.

Na parte inferior, amontoam-se dezenas de corpos nus, que representam as almas em agonia. Alguns corpos são apenas sugeridos ao fundo, de forma abstrata, mas no primeiro plano, podem-se distinguir diversas posições. Deste modo, também é possível observar essa inspiração no cenário e nas figuras dos dois peregrinos. Na composição final imaginada por Visconti esses nus mais à frente seriam pintados em tamanho natural.

As inscrições sobre a obra, assinatura e data, registradas em catálogo antigo, não podem mais ser vistas a olho nu.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Em 1896, em Paris, o pensionista Eliseu Visconti deveria executar uma grande composição que seria adquirida pela ENBA (Escola Nacional de Belas Artes), caso o Conselho Escolar a aprovasse. Segundo carta ao Ministro dos Negócios do Interior, datada de 29 de maio de 1896, Visconti remetia uma nova pintura "Saída da vida pecaminosa" como esboço para a execução de um grande quadro que pretendia fazer com uma tela de 24 m², através da Legação do Brasil em Paris, e submetia-lhe o orçamento de doze mil francos para as despesas materiais do quadro. Embora a verba pedida por Visconti tenha sido aprovada, ela nunca foi enviada, e assim a obra não saiu do esboço. Esta obra é muito semelhante à Dante e Virgílio ascendendo ao Paraíso (1908) , obra do mesmo tema, que ressurgiu doze anos depois, o que gerou especulações se essa data foi colocada mais tarde ou se, realmente, Visconti teria voltado a trabalhar o mesmo tema, em outra tela, muitos anos depois praticamente com as mesmas dimensões e tonalidades daquela enviada para a ENBA.

[4]

Em outubro de 2005, Tobias Stourdzé Visconti, neto de Eliseu Visconti, lança o site oficial do artista e cria o Projeto Eliseu Visconti, com o objetivo de preservar e divulgar a obra do tão renomado pintor.

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Referências

  1. «Eliseu Visconti». Eliseu Visconti. Consultado em 1 de outubro de 2019 
  2. «P984». Eliseu Visconti. Consultado em 1 de outubro de 2019 
  3. a b https://eliseuvisconti.com.br/obra/P984
  4. «P985». Eliseu Visconti. Consultado em 25 de novembro de 2019 
  5. «Eliseu Visconti». Eliseu Visconti. Consultado em 25 de novembro de 2019 


Categoria:Pinturas de 1908

Categoria:Pinturas de Eliseu Visconti