Usuário(a):Mateus Dias Antunes/Testes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Fisioterapia em reumatologia


  • Doenças Reumáticas

Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia[1], as doenças reumáticas são: Artrite Idiopática Juvenil, Artrite Reumatoide, Doença de Behçet, Esclerodermia, Espondiloartropatias Soronegativas, Fibromialgia, Gota, Lombalgia, Lúpus Eritematoso Sistêmico, Manifestações reumáticas relacionadas ao Vírus da Imunodeficiência Humana (AIDS), Osteoartrite (Artrose), Polimialgia reumática e arterite de células gigantes, Pseudogota, Reumatismo de partes moles, Síndrome Anti-fosfolípide, Síndrome de Sjögren e Vasculites.

  • Impacto das doenças reumáticas na qualidade de vida e os benefícios da fisioterapia

Indivíduos com doenças reumáticas podem apresentar prejuízos em sua qualidade de vida, visto que estas enfermidades podem desencadear desde pequenas deformidades até incapacidade funcional. A qualidade de vida é indicativa de morbidade e mortalidade e apresenta um papel importante nas decisões referentes à destinação de recursos, ao desenvolvimento de intervenções e ao tratamento de indivíduos com doenças reumáticas. Indivíduos com doenças reumáticas apresentam restrições em atividades cotidianas, tornando-se fisicamente inativos, fato que provoca uma perca gradual da qualidade de vida[2]. Em uma entrevista com a fisioterapeuta Lia Mara Wibelinger, ela relata que na reabilitação destes indivíduos, é importante notar que a reabilitação é um processo diário, que não termina simplesmente com um número pequeno de sessões de ­fisioterapia, e necessário envolver intervenção diária e passar por ­diversas etapas, por isto a importância da educação destes indivíduos no sentido de que aprendam a ter autocontrole e a se educarem dentro das limitações impostas pela condição clínica é fundamental[3].

  • Educação do paciente e auto-cuidado.

As escolhas dos indivíduos com doenças reumáticas são decisivas para a definição dos impactos que a doença pode causar em sua vida, bem como de suas capacidades e limitações funcionais futuras. O tratamento deve envolver, além das medidas farmacológicas, estratégias que possibilitem a educação do mesmo. Nesse sentido, ação educativa deve facilitar a adoção voluntária de comportamentos ou crenças favoráveis à saúde. Programas de educação ao paciente têm sido adotados em diversos serviços de reumatologia como um recurso coadjuvante no tratamento dessas doenças[4]. Esses programas têm como objetivo permitir que o paciente participe efetivamente do seu próprio tratamento, desenvolvendo a capacidade de lidar com os problemas, fazendo escolhas conscientes sobre seu tratamento e pensando nas consequências de suas atitudes[4].

Além disso, Noordhoek e Loschiavo[5][4] acreditam que o conhecimento sobre a doença e os medicamentos, orientações sobre proteção articular e sobre a própria postura do indivíduo, proporcionados no trabalho em grupo com os pacientes com doenças reumáticas, fazem com que os indivíduos assumam um papel mais ativo, na medida em que mobilizam a participação e controle diante dos sintomas da doença, atuando, assim, diretamente no incremento da qualidade de vida.

  • Estudos

Atualmente, os fisioterapeutas que estudam as doenças reumáticas contam com uma abordagem baseada em evidências em sua tomada de decisão clínica, que inclui seu próprio julgamento clínico, preferência do paciente e evidências derivadas de resultados de pesquisa cientifica. Diante do grande número de estudos hoje sobre o mesmo tópico, algumas revisões sistemáticas, com ou sem meta-análise,tem aumentado sobre o assunto e são úteis para dar o suporte nas tomadas de decisões[6]. A European League Against Rheumatism (abreviado EULAR ) é uma organização não governamental europeia que representa as pessoas com artrite/reumatismo, profissionais de saúde e sociedades científicas de reumatologia de todas as nações europeias. Os objetivos do EULAR são reduzir o fardo das doenças reumáticas no indivíduo e na sociedade e melhorar o tratamento, a prevenção e a reabilitação das doenças músculo-esqueléticas. O EULAR promove a tradução dos avanços da pesquisa em cuidados diários e luta pelo reconhecimento das necessidades das pessoas com doenças reumáticas pelos órgãos governamentais na Europa[7]. As revistas científicas de reumatologia têm um bom potencial de divulgação científica de estudos de qualidade e a maioria podem ser acessados gratuitamente[8], alem disso,a prática baseada em evidencias é uma abordagem de solução de problemas para a tomada de decisão que incorpora a busca da melhor e mais recente evidência, competência clínica do profissional e os valores e preferências do paciente dentro do contexto do cuidado[9].

  • Futuro da fisioterapia em reumatologia

A área de estudo e de atuação dos fisioterapeutas na reumatologia é promissora[10]. De acordo com o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO)[11] ainda não existe a Especialidade de Fisioterapia em Reumatologia. O CREFITO-8, que é responsável pelos fisioterapeutas do Parana, por meio de seu Grupo de Trabalho de Fisioterapia em Reumatologia, encaminhou em junho de 2017 proposta ao COFFITO de reconhecimento e normatização da Especialidade profissional de Fisioterapia em Reumatologia.  O Grupo de Trabalho de Fisioterapia em Reumatologia era formado por Maria Laura Assunção e Vera Lucia Israel[12].



  1. «Doenças reumáticas». Sociedade Brasileira de Reumatologia. Consultado em 1 de julho de 2019 
  2. Sousa, Milena Nunes Alves de; Souza, Waerson José de; Nogueira, Tiago Bezerra de Sá de Sousa; Rodrigues, Wállane Pinheiro; Rodrigues, Andreza Pinheiro (10 de fevereiro de 2019). «Qualidade de vida em pacientes portadores de doenças reumáticas». Revista Brasileira de Educação e Saúde. 9 (1): 6–13. ISSN 2358-2391. doi:10.18378/rebes.v9i1.6331 
  3. «FISIOTERAPIA NAS DOENÇAS REUMÁTICAS». Revista do Fisioterapeuta. 15 de dezembro de 2014. Consultado em 1 de julho de 2019 
  4. a b c Miyamoto, Samira Tatiyama; Coutinho, Gilma Correa; Gomes, Crystian Moraes Silva (2013). «EFEITOS DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO EM PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE DO SERVIÇO DE REUMATOLOGIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CASSIANO ANTÔNIO DE MORAES (HUCAM) - PROJETO PILOTO». Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo. 24 (3): 250–258. ISSN 2238-6149. doi:10.11606/issn.2238-6149.v24i3p250-258 
  5. Cisneros, Ligia de Loiola; Torquetti, Aline; Silva, Maria Cristina de Oliveira; Noordhoek, Johanna (1 de abril de 2009). «Relato de experiência da atuação da terapia ocupacional em grupo de indivíduos reumáticos». Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo. 20 (1): 13–19. ISSN 2238-6149. doi:10.11606/issn.2238-6149.v20i1p13-19 
  6. Kelley, George A.; Kelley, Kristi S. (17 de maio de 2019). «Systematic reviews and meta-analysis in rheumatology: a gentle introduction for clinicians». Clinical Rheumatology (em inglês). ISSN 1434-9949. doi:10.1007/s10067-019-04590-6 
  7. «EULAR | Welcome». www.eular.org. Consultado em 1 de julho de 2019 
  8. Pineda, Carlos; Pérez-Neri, Iván; Sandoval, Hugo (1 de junho de 2019). «Challenges for social media editors in rheumatology journals: an outlook». Clinical Rheumatology (em inglês). 38 (6): 1785–1789. ISSN 1434-9949. doi:10.1007/s10067-019-04586-2 
  9. Almeida, Marcos Rogério Madeiro de; Vasconcelos, Skarllet da Silva (26 de fevereiro de 2019). «PRÁTICA BASEADA EM EVIDENCIA NA FISIOTERAPIA EM TRAUMATO ORTOPEDIA E REUMATOLOGIA: PESQUISA, ENSINO E ATUAÇÃO PROFISSIONAL». Encontro de Extensão, Docência e Iniciação Científica (EEDIC). 4 (1). ISSN 2446-6042 
  10. «FISIOTERAPIA NAS DOENÇAS REUMÁTICAS». Revista do Fisioterapeuta. 15 de dezembro de 2014. Consultado em 1 de julho de 2019 
  11. «Especialidades». www.coffito.gov.br. Consultado em 1 de julho de 2019 
  12. «CREFITO-8 encaminha proposta de normatização de Fisioterapia em Reumatologia ao COFFITO». www.crefito8.gov.br. Consultado em 1 de julho de 2019