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O Edifício[editar | editar código-fonte]

A autorização para a construção da referida casa – inicialmente chamada “Oficina Pró-Arte” e depois “Casa Malhoa” – foi dada pela Câmara Municipal de Lisboa em 1904, tendo a obra ficado ao encargo do construtor Frederico Ribeiro. Tratou-se, assim, da primeira casa-de-artista da capital.

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A Casa Malhoa integrou-se urbanisticamente no plano de crescimento da cidade de Lisboa, o qual não enunciava princípios normativos em matéria de desenho urbano: “cada promotor, construindo para si mesmo, para venda ou arrendamento, pôde optar entre prédio ou moradia, pela ocupação de toda a frente do lote ou não, pelo isolamento do edifício ou pela disposição em banda. As cérceas não foram impostas, muito menos exigências de materiais ou de resoluções estilísticas”. (Silva, 2010)[1] Assim, Norte Júnior projetou um edifício de gaveto, isolado, com uma planta irregular, mas com uma implantação harmónica, distribuído por cave e dois pisos, incluindo espaços ajardinados e muro à volta. A decoração das fachadas assume grande importância, não só pelo cuidado com os pormenores, mas também pelo ritmo empregue, de forma coerente, entre os vários elementos empregues: “eles articulam-se com o jogo de janelas e vazamentos que pululam por todo o edifício entre elementos neo-românicos, persistências da “casa à portuguesa”. (Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, 2014)[2]

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No conjunto dos elementos decorativos da fachada, destacam-se o friso de azulejos que marca a passagem do primeiro para o segundo piso, embora também existam vários outros registos figurativos e florais, com predomínio das cores de fundo azul e branco (embora também exista o amarelo), que se vão articulando com uma fenestração que é irregular e variada: no corpo central do primeiro piso contam-se quatro janelas de vão retangular; no segundo piso observa-se uma ampla janela de sacada sobre mísulas, com guarda de ferro, sendo que todo o vão é preenchido por uma quadrícula de ferro e vidro. (Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, 2014)[3] Em suma, “este edifício, que lembra uma original reinterpretação da Casa Portuguesa, traduz uma síntese das correntes estéticas da época, evidenciando um ecletismo patente na utilização do vitral, do azulejo e do ferro forjado, assim como num gosto neo-românico, visível em alguns vãos, associado a uma estética Arte Nova, nomeadamente ao nível da decoração dos vitrais no interior, do ferro forjado no portão e do luxo no programa ornamental”. (Câmara Municipal de Lisboa, 2014)[4] No período de sucedeu à conclusão das obras de construção, José Malhoa realizou inúmeras viagens, acompanhado pela mulher, exibindo as suas obras nas mais conceituadas exposições de todo o mundo. Contudo, em 1917 verifica-se a morte do seu irmão, seguida pela da sua mulher em 1919, o que, segundo os historiadores, o fez mergulhar numa depressão. Ainda em 1919, o pintor resolve vender a sua casa, instalando o seu atelier na Rua do Rosário, também em Lisboa, já a partir de 1920. A Casa Malhoa foi então adquirida pelo comerciante Dionísio Vasques. Em 1932, por aquisição em hasta pública, a mesma foi comprada pelo médico oftalmologista Anastácio Gonçalves, grande colecionador de arte, que nela residiu até à sua morte, em 1965. (Morgado, 2012)[5]

  1. Silva, R. H. (2010). «Das Avenidas Novas à Avenida de Berna» (PDF). Cidadania LX. Consultado em 10 de 04 de 2015  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  2. Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves (2014). «A Casa». Blog da Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves. Consultado em 13 de 04 de 2015  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  3. Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (2014). «Casa do Pintor José Malhoa». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Consultado em 11 de 04 de 2015  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  4. Câmara Municipal de Lisboa (2014). «Casa Malhoa (Casa Museu Dr. Anastácio Gonçalves)». Câmara Municipal de Lisboa. Consultado em 16 de 04 de 2015  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  5. Morgado (2012). «Contributos para um Programa de Interpretação e Comunicação na Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves». Repositório Universidade Nova. Consultado em 14 de 04 de 2015  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)