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Como ler uma infocaixa de taxonomiaCryptonanus agricolai[1][2]
[[Imagem:Cryptonanus|280px|]]
Estado de conservação
Espécie deficiente de dados
Dados deficientes (IUCN 3.1) http://www.iucnredlist.org/details/40520/0
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Infraclasse: Marsupialia
Ordem: Didelphimorphia
Família: Didelphidae
Subfamília: Didelphinae
Gênero: Cryptonanus
Espécie: C. agricolai
Nome binomial
Cryptonanus agricolai
(Moojen, 1943)
Distribuição geográfica

Cryptonanus agricolai, conhecido popularmente como cuíca, catita, é uma espécie de marsupial da família Didelphidae. Endêmica do Brasil, onde pode ser encontrado nos biomas da Caatinga e Cerrado.[3][2]

Distribuição[editar | editar código-fonte]

O Cryptonanus agricolai é endêmico do Cerrado e da Caatinga e também foi coletado em zonas de contato entre esses biomas e a Amazônia nos estados do norte do Mato Grosso e sudoeste do Piauí[4]. Registros de C. agricolai na Mata Atlântica foram obtidos a partir de fezes de Tyto alba e podem corresponder a indivíduos capturados no Cerrado, na Caatinga, ou ambos.[5] pois essas corujas podem se alimentar por longas distâncias, até aproximadamente 31 km[6].

A atual distribuição conhecida de Cryptonanus agricolai inclui os estados brasileiros do Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Tocantins (Voss et al. 2005[2], Bezerra et al. 2009[4], 2014[7], Carmignotto e Aires 2011[8], Bonvicino et al. 2012[9], Gómes et al., 2015[10], Gurgel-Filho et al., 2015[11], Hannibal e Neves-Godoi 2015[12], de la Sancha e D'Elía 2015[13]). O registro de um exemplar no estado de São Paulo foi mencionado na literatura por Martin et al. (2012)[14], mas foram feitos com base em animais que foram liberados (ou seja, não há exemplares disponíveis para uma avaliação) e identificados usando critérios não relatados.

Descrição[editar | editar código-fonte]

O Cryptonanus agricolai trata-se de um pequeno marsupial didelfídeo (Moojen, 1943)[15], com comprimento da cabeça e corpo entre 82 e 89 mm, comprimento da cauda entre 104 e 105 mm e massa corporal em torno de 18g. Apresenta uma estreita faixa de pelos escuros ao redor dos olhos, pelagem dorsal marrom-acinzada e ventral, em geral, homogeneamente esbranquiçada, sem base cinza.[2] Sua cauda é preênsil, coberta por diminutos pelos quase invisíveis a olho nu. O dorso do focinho entre os olhos é bem mais claro que o dorso do corpo, apresentando a região periocular escura pouco desenvolvida. A região subocular é mais clara. As orelhas são curtas e apresentam a região externa do pavilhão de coloração castanho clara. A pelagem na base do lado externo da orelha é levemente alaranjada[2]. Os pés são pequenos[15] com garras pouco desenvolvidas. As fêmeas ão possuem marsúpio.

O cariótipo de C. agricolai inclui 14 cromossomos com 24 braços principais (2n = 14, FN = 24)[2][16].

Comparações[editar | editar código-fonte]

C. agricolai e Gracilinanus agilis são muito semelhantes externamente. C. agricolai possui a região escura periocular menos desenvolvida que em G. agilis e Marmosa murina. A região interorbital é mais clara que nas duas últimas espécies. C. agricolai não apresenta aberturas laterais no palato nem forame oval secundário como em G. agilis.

Habitat e Comportamento[editar | editar código-fonte]

Animal noturno e semi-arborícola. No Ceará, foi registrado próximo a brejo de altitude no Crato. Registrado também na Serra de Baturité, a 300 Km do Crato, também é em um brejo de altitude.[2] Lopes (2009)[17] afirma que os espécimes de Cryptonanus agricolai utilizam principalmente o solo e o sub-bosque ocorrendo eventualmente no subdossel.

Ecologia[editar | editar código-fonte]

Dieta[editar | editar código-fonte]

Os animais do gênero Cryptonanus ocupam um nicho oportunista, e a dieta do Cryptonanus agricolai é baseada em folhas, frutos e artrópodes.[2]

Predadores[editar | editar código-fonte]

Foi constatada a predação de indivíduos de Cryptonanus agricolai por indivíduos de Tyto alba[5] e Tyto furcata[18].

Estado de Conservação[editar | editar código-fonte]

A lista vermelha da IUCN. Ver. 3.1 atribuiu a categoria “Dados Deficientes” a Cryptonanus agricolai[19].  A espécie não foi incluída na lista oficial de espécies ameaçadas do Brasil (ICMBio-MMA 2016)[20].

Referências Bibliográficas[editar | editar código-fonte]

  1. Gardner, A.L. (2005). «Order Didelphimorphia». In: Wilson, D.E.; Reeder, D.M. Mammal Species of the World 3º ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494 
  2. a b c d e f g h Voss, R.S.; Lunde, D.; Jansa, S.A. (2005). «On the contents of Gracilinanus Gardner & Creighton, 1989, with the description of a previously unrecognized clade of small didelphid marsupials». American Museum Novitates. 3482: 1–34 
  3. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome IUCN
  4. a b Bezerra AMR, Carmignotto AP, Rodrigues FHG. (2009) Small non-volant mammals of an ecotone region between the Cerrado hotspot and the Amazonian rainforest, with comments on their taxonomy and distribution. Zoological Studies 48: 861–874.
  5. a b Souza DP, Asfora PH, Lira TC, Astúa D. (2010) Small mammals in Barn Owl (Tyto alba–Aves, Strigiformes) pellets from Northeastern Brazil, with new records of Gracilinanus and Cryptonanus(Didelphimorphia, Didelphidae). Mammalian Biology 75: 370–374. https://doi.org/10.1016/j.mambio.2009.08.003
  6. Hegdal PL, Blaskiewicz RW. (1984) Evaluation of the potential hazard to Barn Owls of Talon (brodifacoum bait) used to control rats and house mice. Environmental Toxicology and Chemistry 3: 167–179.
  7. Bezerra, Alexandra M R; Lazar, Ana; Bonvicino, Cibele R; Cunha, Adriano S (2014). «Subsidies for a poorly known endemic semiarid biome of Brazil: non-volant mammals of an eastern region of Caatinga». Zoological Studies (em inglês). 53 (1). 16 páginas. ISSN 1810-522X. doi:10.1186/1810-522x-53-16 
  8. Gurgel-Filho NM, Feijó A, Langguth A. (2015) Pequenos mamíferos do Ceará (marsupiais, morcegos e roedores sigmodontíneos) com discussão taxonômica de algumas espécies. Revista Nordestina de Biologia 23(2): 3–150.
  9. Bonvicino CR, Lindbergh SM, Faria MB, Bezerra AMR. (2012) The eastern boundary of the Brazilian Cerrado: a hotspot region. Zoological Studies 51: 1207–1218.
  10. Gomes, Leonardo de Paula; Rocha, Clarisse Rezende; Brandão, Reuber Albuquerque; Marinho-Filho, Jader; Gomes, Leonardo de Paula; Rocha, Clarisse Rezende; Brandão, Reuber Albuquerque; Marinho-Filho, Jader (00/2015). «Mammal richness and diversity in Serra do Facão region, Southeastern Goiás state, central Brazil». Biota Neotropica. 15 (4). ISSN 1676-0603. doi:10.1590/1676-0611-BN-2015-0033  Verifique data em: |data= (ajuda)
  11. Gurgel-Filho NM, Feijó A, Langguth A. (2015) Pequenos mamíferos do Ceará (marsupiais, morcegos e roedores sigmodontíneos) com discussão taxonômica de algumas espécies. Revista Nordestina de Biologia 23(2): 3–150.
  12. Hannibal, Wellington; Neves-Godoi, Maurício (março de 2015). «Non-volant mammals of the Maracaju Mountains, southwestern Brazil: Composition, richness and conservation». Revista Mexicana de Biodiversidad. 86 (1): 217–225. ISSN 1870-3453. doi:10.7550/rmb.48618 
  13. de la Sancha, Noé U.; D’Elía, Guillermo (1 de janeiro de 2015). «Additions to the Paraguayan mammal fauna: the first records of two marsupials (Didelphimorphia, Didelphidae) with comments on the alpha taxonomy of Cryptonanus and Philander». Mammalia (em inglês). 79 (3). ISSN 1864-1547. doi:10.1515/mammalia-2013-0176 
  14. Martin, Paula S.; Gheler-Costa, Carla; Lopes, Paula C.; Rosalino, Luís M.; Verdade, Luciano M. (outubro de 2012). «Terrestrial non-volant small mammals in agro-silvicultural landscapes of Southeastern Brazil». Forest Ecology and Management. 282: 185–195. ISSN 0378-1127. doi:10.1016/j.foreco.2012.07.002 
  15. a b MOOJEN, J. 1943 - Alguns mamíferos coletados no Nordeste do Brasil, com a descrição de duas espécies novas e notas de campo. Boletim do Museu Nacional, Nova Série Zoologia 5: 1-1.
  16. A., Carvalho, Bianca de; B., Oliveira, Luiz Flamarion; P., Nunes, Andréa; S., Mattevi, Margarete (1 de fevereiro de 2002). «Karyotypes of Nineteen Marsupial Species from Brazil». Journal of Mammalogy (em inglês). 83 (1). ISSN 0022-2372. doi:10.1644/1545-1542(2002)083%3C0058:konmsf%3E2.0.co;2 
  17. LOPES, Wellington Hannibal. USE OF VERTICAL STRATUM OF SMALL MAMMALS IN GALLERY FOREST AND CERRADÃO SOUTH-WESTERN OF THE BRAZIL. 2009. 42 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2009.
  18. Fonseca, Pedro Henrique; Martinelli, Agustin; Facure, Katia; Teixeira, Vicente; Marinho, Thiago; Lúcia da Fonseca Ferraz, Mara (1 de dezembro de 2017). «Variação Sazonal na dieta de Tyto furcata (Temminck, 1827) (Aves : Strigiformes) em Uberaba, Estado de Minas Gerais, Brasil» 
  19. «Cryptonanus agricolai (Agricola's Gracile Opossum)». www.iucnredlist.org. Consultado em 4 de julho de 2018 
  20. ICMBio-MMA (Instituto Chico Mendes, Ministério do Meio Ambiemte) (2016) Executive summary of Brazil red book of threatened species of fauna. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

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