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Investigação[editar | editar código-fonte]

Nos últimos anos têm sido aprovados medicamentos de ponta e estão atualmente a ser investigados novos métodos de diagnóstico e tratamento para o cancro da mama.[1] Entre os novos meios de rastreio e diagnóstico estão a tomossíntese mamária, uma técnica que capta imagens de vários ângulos em redor da mama e as sintestiza num modelo tridimensional. Estão também a ser investigadas formas de personalizar o rastreio de acordo com o risco de cada mulher, com o objetivo de diminuir o número de falsos positivos.[1] A análise genómica tem permitido aprofundar o estudo da diversidade molecular do cancro da mama e pode permitir identificar ainda mais subtipos de cancro, o que poderá levar ao desenvolvimento de terapias que têm como alvo as alterações genéticas desses subtipos.[1]

Entre as novas opções de medicamentos recentemente aprovados que podem ser usados com o tratamento hormonal de cancros do tipo ER+ e PR+ em estado avançado ou metastático estão o palbociclib, ribociclib e everolimus.[1] O abemaciclib pode ser administrado em conjunto com terapia hormonal ou de forma isolada após o tratamento com terapia horminal em mulheres com canco ER+ HER- avançado ou metastático.[1][2] O alpelisib pode ser usado em conjunto com terapia hormonal no tratamento de cancros HR+ e HER- com origem em mutações do gene PIK3CA.[1][3][4]

Estão também disponíveis novas opções de tratamento para os cancros HER+. O trastuzumab e o pertuzumab podem ser usados em conjunto com quimioterapia tanto em estádios iniciais como avançados.[1][5] O trastuzumab pode também ser usado para prevenir uma recidiva em pessoas com cancro HER+ em estádio inicial.[1] O trastuzumab emtansina pode ser usado em cancros HER+ em estádio avançado.[1] O lapatinib pode ser usado no tratamento de cancro HER+ metastático.[1][6][7] O maleato de neratinib pode ser administrado em estádios iniciais de cancros HER+ e também em associação com capecitabina em alguns pacientes com doença avançada ou metastática.[1][8] Em 2020 foi aprovado o uso de tucatinib em associação com trastuzumab e capecitabina para o tratamento de cancro HER+ metastático ou que não possa ser removido com cirurgia.[1] Estão também a ser estudados vários medicamentos que consigam penetrar a barreira hematoencefálica para o tratamento de metástases no cérebro de cancros HER+.[1][9]

Estão também a ser estudados vários tratamentos para o cancro da mama triplo negativo, o tipo mais difícil de tratar por não responder a terapias hormonais.[1] Em 2020 foi aprovado o uso de sacituzumab govitecan-zhiy (Trodelvy) para o tratamento de cancro triplo negativo metastático.[1][10] Os inibidores PARP bloqueiam uma proteína usada parar reparar danos ao AN durante a divisão celular. Estes medicamentos, que incluem o olaparib (Lynparza) e o talazoparib (Talzenna), atuam no cancro triplo negativo causado por determinadas mutações do gene BRCA ou outras alterações que causam defeitos na reparação do ADN.[1][11][12]

Os medicamentos imunoterapêuticos têm demonstrado ser promissores num pequeno número de cancros da mama, em particular nos triplo negativos. Alguns dados sugerem que os pacientes podem ter maior probabilidade de responder de forma positiva à imunoterapia quando os tumores expressam a proteína PD-L1 ou apresentam elevado número de mutações.[1] Os cientistas têm também estudado se a associação de vários medicamentos com imunoterapia é mais eficaz do que apenas a imunoterapia.[1] O atezolizumab (Tecentriq) foi aprovado para uso em associação com quimioterapia em pacientes com cancro triplo negativo metastático que expressam a proteína PD-L1.[1][13] Estão também a ser estudados medicamentos que bloqueiam os receptores de androgénio ou que previnam a produção de androgénio em cancros triplo negativos que expressem esses receptores.[1]

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t «Advances in Breast Cancer Research». National Cancer Institute. 18 de junho de 2020. Consultado em 21 de dezembro de 2020 
  2. Lu J (Agosto de 2015). «Palbociclib: a first-in-class CDK4/CDK6 inhibitor for the treatment of hormone-receptor positive advanced breast cancer». Journal of Hematology & Oncology. 8 (1). 98 páginas. PMC 4534142Acessível livremente. PMID 26264704. doi:10.1186/s13045-015-0194-5 
  3. «FDA approves first PI3K inhibitor for breast cancer». Food and Drug Administration (FDA). 24 de maio de 2019. Consultado em 21 de dezembro de 2020 
  4. André F, Ciruelos E, Rubovszky G, Campone M, Loibl S, Rugo HS, et al. (maio de 2019). «PIK3CA-Mutated, Hormone Receptor-Positive Advanced Breast Cancer». The New England Journal of Medicine. 380 (20): 1929–1940. PMID 31091374. doi:10.1056/NEJMoa1813904 
  5. «FDA approves combination of pertuzumab, trastuzumab, and hyaluronidase-zzxf for HER2-positive breast cancer». Food and Drug Administration. 29 de junho de 2020. Consultado em 21 de dezembro de 2020 
  6. Teicher BA, Doroshow JH (novembro de 2012). «The promise of antibody-drug conjugates». N. Engl. J. Med. 367 (19): 1847–8. PMID 23134386. doi:10.1056/NEJMe1211736 
  7. Pazdur, Richard (14 de janeiro de 2011). «FDA Approval for Lapatinib Ditosylate». Cancer.gov. Womens Health (Lond Engl). 6 (2). 173 páginas. PMID 20187722. doi:10.2217/whe.10.11 
  8. «Neratinib Maleate». National Cancer Institute. 2 de novembro de 2020. Consultado em 21 de dezembro de 2020 
  9. Rashmi K. Murthy, Sherene Loi, Alicia Okines, Elisavet Paplomata, Erika Hamilton, Sara A. Hurvitz, Nancy U. Lin, Virginia Borges, Vandana Abramson, Carey Anders, Philippe L. Bedard, Mafalda Oliveira; et al. (13 de fevereiro de 2020). «Tucatinib, Trastuzumab, and Capecitabine for HER2-Positive Metastatic Breast Cancer». N Engl J Med (382): 597-609. doi:10.1056/NEJMoa1914609 
  10. John M. Seligson, Alexandra M. Patron, Michael J. Berger (17 de outubro de 2020). «Sacituzumab Govitecan-hziy: An Antibody-Drug Conjugate for the Treatment of Refractory, Metastatic, Triple-Negative Breast Cancer». Annals of Pharmacotherapy (Revisão). doi:10.1177/1060028020966548 
  11. «Olaparib». National Cancer Institute. 6 de agosto de 2020. Consultado em 21 de dezembro de 2020 
  12. «Talazoparib Tosylate». National Cancer Institute. 15 de julho de 2020. Consultado em 21 de dezembro de 2020 
  13. Peter Schmid, Sylvia Adams, Hope S. Rugo, Andreas Schneeweiss, Carlos H. Barrios, Hiroji Iwata, Véronique Diéras, Roberto Hegg, Seock-Ah Im, Gail Shaw Wright, Volkmar Henschel, Luciana Molinero; et al. (29 de novembro de 2018). «Atezolizumab and Nab-Paclitaxel in Advanced Triple-Negative Breast Cancer». N Engl J Med (379): 2108-2121. doi:10.1056/NEJMoa1809615