Vladislav Volkovich e Volodymyr Kondratenko

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Vladislav Volkovich e Volodymyr Kondratenko (ambos nascidos em 1967 em Kiev, Ucrânia) formaram uma dupla de assassinos em série (serial killers) que mataram ao menos 16 pessoas em Kiev, na Ucrânia, entre 1991 e 1997.[1][2]

Eles eram também chamados de os Assassinos Noturnos (em inglês, Nighttime Killers) e em ao menos dois crimes tiveram a ajuda de Andriy Tymoshyn e Serhiy Tretiachenko.[1][3]

Kondratenko cometeu suicídio após o julgamento começar e Volkovich cumpre prisão perpétua desde 2000.[2]

"A maioria delas [das vítimas] morreu devido a tiros de espingarda 22, se bem que todas foram brutalmente golpeadas antes", escreveu o NVI Notícias do México em em junho de 2019.[3]

Os crimes[editar | editar código-fonte]

Em 18 de junho de 1996, um operário de 44 anos chamado Yevheniy Osechkin foi encontrado morto perto da estação ferroviária Karavaevi Dachi em Kiev. Um informante anônimo chamou a polícia e alegou que alguém havia acabado de ser baleado com uma pistola com silenciador. No entanto, a investigação forense descobriu que a vítima foi realmente atingida por um rifle 22 (um único invólucro foi recuperado) e esfaqueada várias vezes. O informante nunca foi localizado. A investigação rapidamente determinou que Osechkin, um operário de fábrica, não tinha inimigos e o roubo foi descartado como motivo, pois a vítima ainda tinha na carteira o salário que havia recebido.[1][2][3]

A polícia começou a investigar outros assassinatos na área e descobriu que alguns meses antes, um morador de rua havia sido baleado com uma espingarda de calibre 22 e esfaqueado a apenas 100 metros do local onde Osechkin foi assassinado. Os investigadores começaram a vasculhar e vigiar a área próxima à estação de trem e algumas pessoas que levantaram suspeitas foram presas, mas todas tinham álibis.

Duas semanas depois, um conhecido médico local, chamado Oleksandr Yehorov, foi morto a tiros em seu carro em plena luz do dia. Algumas testemunhas do assassinato descreveram o suspeito como um homem de cerca de 30 anos de idade. Menos de uma hora após o assassinato de Yehorov, outra vítima masculina foi encontrada a vários quarteirões de distância, novamente baleada com um rifle 22 e esfaqueada. A descrição de um homem que foi visto perambulando na área combinava com o suspeito dos assassinatos de Yehorov e Osechkin. Impressões digitais também foram recuperadas nas duas cenas.[1][2][3]

No entanto, nenhuma digital compatível foi encontrada no bando de dados da polícia e como a descrição dava poucas pistas, a investigação parou até que outro assassinato ocorresse duas semanas depois.

A nova vítima era um homem chamado Oleksandr Shpack. Antes de ser morto, Shpack havia estado numa festa de aniversário com a namorada, onde teve uma desavença com dois homens. Os três foram expulsos da festa. Shpack foi encontrado baleado e esfaqueado pouco tempo depois e sua namorada forneceu uma descrição dos dois homens, que correspondiam com as descrições anteriores. Ela também lembrou que um dos homens se chamava Volodymyr.[1][2][3]

Em 4 de setembro, outra vítima do sexo masculino foi encontrada esfaqueada e baleada na cabeça e no peito por um rifle 22 e os cartuchos encontrados na cena do crime acabaram criando um vínculo com os assassinatos anteriores. No entanto, a vítima nunca foi identificada e nenhuma testemunha se apresentou e a investigação parou novamente.[1][2]

No dia 28 de setembro, por volta das 22h30, um homem chamado Petr Gromov foi encontrado baleado em seu veículo. Ele havia levado dois tiros na cabeça e também havia sido esfaqueado. Desta vez, os assassinos empurraram o corpo para fora do carro e tentaram levar o carro, mas os tiros haviam quebrado uma janela e furado o teto, o que os fez abandonarem o veículo a menos de um quarteirão de distância do local do crime, aparentemente preocupados que os danos causados ao carro pudessem ajudar a identificá-los.[1][2]

A esta altura, os investigadores já estavam convencidos de que estavam lidando com uma dupla de assassinos em série que tinham como alvo homens de cerca de 30-35 anos de idade.[1][2][3]

Motivação[editar | editar código-fonte]

Com o objetivo de lucro (ganhos financeiros), Volkovich e Kondratenko decidiram se tornar assassinos contratados (de aluguel). Eles também chegaram a discutir a possibilidade de matar conhecidos para conseguir recursos financeiros mais imediatos, uma vez que não sabiam a quem procurar para conseguir trabalho como assassinos contratados. Durante um de seus depoimentos, Volkovich afirmou que "elas [as vítimas] não eram nada para mim, não pessoas, apenas itens de uma lista. Elas [as mortes das vítimas] me fizeram sentir como um super-homem".[1][2]

Kondratenko também tinha um caso com a esposa de Bykov, de quem era conhecido. Bykov também possuía uma pistola que Kondratenko queria para si e após o assassinato, continuou a ver a esposa da vítima, chegando a levá-la ao necrotério e à polícia para acompanhar o caso do assassino do marido, tudo para continuar o caso com a mulher.

"Em sua declaração, alegaram que começaram a matar com a intenção de fazer uma espécie de "treinamento" para começar a trabalhar como assassinos contratados. Eles disseram que começaram essa preparação com vagabundos, mas depois começaram a fazer isso por diversão", escreveu o NVI Notícias do México em em junho de 2019.[3]

Perfil das vítimas[editar | editar código-fonte]

Homens entre 30 e 40 anos de idade. Começaram a matar moradores de rua como uma espécie de "treinamento", tendo depois "evoluído" para outros "perfis", como o de proprietários de carros - visavam o veículo como a possibilidade de ganho financeiro. Também mataram acidentalmente uma mulher, ao bater no carro da vítima enquanto dirigiam alcoolizados.[1]

Modus operandi[editar | editar código-fonte]

Matavam com tiros de uma espingarda 22, esfaqueavam e batiam nas vítimas usando uma grande variedade de armas, como tesouras, tijolos e barras de ferro.[2]

Investigações e captura[editar | editar código-fonte]

No final de setembro de 1996, após a morte de Petr Gromov, mais cinco crimes haviam sido vinculados aos assassinatos, incluindo o de Bykov. Uma testemunha deste caso, disposta a ajudar, deu aos policiais o nome de Volodymyr Dmitrievich Kondratenko, mas os policiais não tinham seu endereço. Os investigadores então passaram a vigiar a rua Sotzialistichna, local do assassinato de Bykov e Gromov, e uma mulher moradora da área deu o nome de Volodymyr aos policiais após ver a descrição dos assassinos. Ela também disse que ele morava nas proximidades. Entrando num dos prédios, num apartamento que estava com a porta destrancada, a polícia chegou a encontrar o cadáver de um homem morto a tiros e por esfaqueamento.[1][3]

A vigilância do prédio foi intensificada e dias depois a polícia localizou Kondratenko perambulando no local com outro homem, que correspondia à descrição do outro suspeito. O segundo homem foi identificado como Vladislav Volkovich.[2]

Ambos foram presos após confessarem os crimes e, durante os depoimentos, outros dois homens acabaram envolvidos em dois crimes: Andriy Tymoshyn, ex-Inspetor Aduaneiro Sênior, e Serhiy Tretiachenko, um motorista de entregas, foram acusados de terem participado de um crime de roubo de carro e assassinato cada.[2][1][3]

Julgamento e penas[editar | editar código-fonte]

O caso foi rapidamente a julgamento e Volkovich e Kondratenko confessaram mais de 20 assassinatos, sendo que muitas de suas vítimas não foram identificadas por serem moradores de rua. Os dois acabaram acusados ​​de apenas 16 dos assassinatos.[1][3]

Dias após o início do julgamento, Kondratenko morreu devido a uma overdose de medicamentos enquanto estava sob custódia policial. Sua morte foi considerada suicídio.[1]

Após sua morte, Volkovich tentou mudar seu depoimento para incriminar apenas Kondratenko como responsável pelos assassinatos.[1]

"Timoshin também disse que não tinha nada a ver com o assassinato, que simplesmente acompanhou Kondratenko quando este assassinou um motorista de táxi para roubá-lo. No entanto, Kondratenko havia dito que havia feito uma oferta a Timoshin para matar o homem por dinheiro, com quem o inspetor aposentado tinha, aparentemente, sérios problemas", escreveu o NVI Notícias do México em junho de 2019.[3]

Após um longo julgamento, todos os três suspeitos vivos (Volkovich, Tymoshyn e Tretiachenko) foram considerados culpados em agosto de 2000, recebendo a pena de prisão de perpétua. Volkovich teria recebido a pena de morte se esta não houvesse sido abolida na Ucrânia.[1][3]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p «Nighttime Killers». Wikipedia (em inglês). 18 de abril de 2020 
  2. a b c d e f g h i j k l «Vladislav Volkovich | Murderpedia, the encyclopedia of murderers». murderpedia.org. Consultado em 30 de julho de 2020 
  3. a b c d e f g h i j k l «Los "Asesinos Nocturnos, Vladislav y Vladimir». www.nvinoticias.com (em espanhol). Consultado em 30 de julho de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O caso no site especializado Murderpedia (em inglês)