William Grover-Williams

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William Grover-Williams
William Grover-Williams
Nascimento 16 de janeiro de 1903
Montrouge
Morte 18 de março de 1945
campo de concentração de Sachsenhausen
Cidadania França
Ocupação piloto, piloto de mota, SOE agent
Prêmios

William Charles Frederick Grover, conhecido como William Grover-Williams (Montrouge, França, 16 de janeiro de 1903 - Sachsenhausen, Alemanha, 23 de março de 1945), foi um automobilista francês e um participante ativo da Resistência Francesa, como membro das Special Operations Executive (SOE) do Reino Unido, condição que o levou à prisão e posterior execução pelas SS alemãs.[1] É considerado, por isso, um herói da Segunda Guerra Mundial.

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Grover-Williams nasceu em Montrouge, região de Hauts-de-Seine, na França, filho de Frederick Grover e de Hermance Dagan. Seu pai, inglês, era criador de cavalos. Aos 11 anos de idade, foi enviado para a Inglaterra, onde passou alguns anos vivendo com parentes na região de Hertfordshire. Depois do término da Primeira Guerra Mundial, Charles voltou com seus pais, e a família mudou-se para Mônaco, local em que desenvolveu sua paixão por automóveis. Aos 15 anos obteve licença para dirigir e comprou uma motocicleta Indian, com a qual passou a disputar corridas locais, sem, contudo, revelar tal fato a seus pais. Adotou o pseudônimo W Williams para continuar a correr de forma anônima. Em 1919, Grover-Williams foi contratado como motorista particular pelo pintor irlandês William Orpen. Ao mesmo tempo, desenvolveu uma amizade com a então namorada de Orpen, Yvonne Aupicq. Quando Yvonne se separou de Orpen, passou a namorar Grover-Williams, com quem se casou em 1929.

Carreira nas pistas[editar | editar código-fonte]

Após alguns anos disputando corridas de moto, Grover-Williams passou a disputar corridas automobilísticas na França, ao volante de uma Bugatti. Ainda com o pseudônimo W Williams, disputou o Grand Prix de Provence, em Miramas, e o Rali de Monte Carlo. Em 1928, obteve sua primeira vitória importante, no Grande Prêmio da França. O ano seguinte veria um sucesso ainda maior. Sempre ao volante da Bugatti, Grover-Williams repetiu a vitória no Grande Prêmio da França, e venceu a primeira edição do Grande Prêmio de Mônaco, batendo a favorita equipe da Mercedes-Benz do campeão alemão, Rudolf Caracciola. Nesta ocasião, tornou-se o primeiro piloto a utilizar o British Racing Greeen em seu carro. Grover-Williams venceu, ainda, o Grande Prêmio da Bélgica de 1931, e o Grand Prix de la Baule por três vezes seguidas, em 1931, 1932 e 1933. Obteve, ainda, o sexto lugar no Grande Prêmio da França de 1932 e o nono lugar o Grande Prêmio de Mônaco de 1936.[2]

Segunda Guerra Mundial[editar | editar código-fonte]

Após a ocupação nazista da França, Grover-Williams foi à Inglaterra para se alistar, como cidadão britânico, em uma das divisões do Exército Britânico, conhecida como RASC (Royal Arms Service Corps). O fato de ser fluente em inglês e francês o levou a ser recrutado pela Executiva de Operações Especiais, divisão criada pelo primeiro ministro inglês, Winston Churchill, para facilitar o tráfego de informações nas linhas inimigas, bem como para fomentar os movimentos de resistência ao nazismo, especialmente a Resistência Francesa.[3] Grover-Williams foi enviado de volta à França e alocado na Seção F da SOE, passando a integrar uma das networks estabelecidas no território francês, mantidas pelo Serviço Secreto Britânico, denominada Chestnut Network. Grover-Williams foi enviado a Paris, juntamente com outros dois automobilistas, os franceses Robert Benoist e Jean-Pierre Wimille, também integrantes das networks da SOE, para trabalhar na elaboração de células de sabotagem e no desenvolvimento de operações de paraquedistas, voltadas aos preparos do Dia D.[4] Em 2 de agosto de 1943, contudo, Grover-Williams foi preso pelas SS, sendo deportado primeiramente para Berlin e, depois, para o campo de concentração de Sachsenhausen.

Finalmente, em 23 de março de 1945, Grover-Williams foi executado pelo exército alemão.

Legado[editar | editar código-fonte]

A história de Grover-Williams foi contada no livro The Grand Prix Saboteurs, do jornalista inglês Joe Saward, que retrata, ainda, as histórias de Benoist, que também foi executado pelas tropas alemãs, e Wimille, os pilotos que participaram da Resistência Francesa. O jogo The Saboteur, lançado em 2009 pela Eletronic Arts para XBox 360, PlayStation 3 e Microsoft Windows, tem seu personagem principal, Sean Devlin, baseado em Grover-Williams.

Referências

  1. Fabio Penna (25 de maio de 2023). «80º GP de Mônaco». globoesporte.com. Globo Esporte. Consultado em 25 de maio de 2023 
  2. Joe Saward. «"Williams" - The Forgotten Hero». Consultado em 1 de agosto de 2013. Arquivado do original em 31 de agosto de 2011 
  3. John Robertson. «Special Forces - Roll of Honour». Consultado em 1 de agosto de 2013 
  4. Richard Armstrong. «A Different Danger - Three Champions at War». Consultado em 1 de agosto de 2013