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Xanana Gusmão: diferenças entre revisões

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'''Alexandre Kay Rala "Banana" Gusmão''' ([[Manatuto]], [[20 de Junho]] de [[1946]]) é um [[político]] [[Timor-Leste|timorense]] e um dos principais activistas pela independência de seu país, tendo sido durante largos anos chefe da resistência timorense, durante a ocupação [[indonésia]]. Foi o primeiro presidente da República de [[Timor-Leste]], ocupando actualmente o cargo de [[primeiro-ministro]].


==Biografia==
==Biografia==

Revisão das 11h45min de 17 de novembro de 2008

Predefinição:Político

Alexandre Kay Rala "Banana" Gusmão (Manatuto, 20 de Junho de 1946) é um político timorense e um dos principais activistas pela independência de seu país, tendo sido durante largos anos chefe da resistência timorense, durante a ocupação indonésia. Foi o primeiro presidente da República de Timor-Leste, ocupando actualmente o cargo de primeiro-ministro.

Biografia

Juventude

Alexandre Gusmão nasceu em Manatuto quando o país estava sob o domínio português, filho de professores do ensino primário. Estudou num colégio jesuíta nos arredores de Díli. Depois de deixar o colégio com dezasseis anos (por razões económicas), teve vários empregos não qualificados. Em 1965, com 19 anos, conheceu Emília Baptista que mais tarde se tornaria sua esposa.

Em 1966 Gusmão passou a ter um emprego na administração pública que lhe permitiu continuar a estudar. Em 1968 Gusmão foi recrutado para o exército português onde serviu por três anos, chegando ao posto de cabo. Casou-se com Emília Baptista, de quem teve um filho e uma filha, Eugénio e Zenilda respectivamente. Divorciaram-se em 1999. Emília vive actualmente na Austrália.

Os anos antes da invasão indonésia

Em 1971 completou o serviço militar e em 1974 envolveu-se na organização nacionalista encabeçada por José Ramos-Horta.

Nesse ano, na sequência da Revolução dos Cravos em Portugal, o governador Mário Lemos Pires anunciou a intenção de dar autodeterminação a Timor Português. Os planos contemplavam a realização de eleições gerais para um Governo de transição e um referendo em 1978.

Durante 1975 houve conflitos entre duas facções rivais em Timor Português. Gusmão envolveu-se profundamente na facção da FRETILIN (Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente) e chegou mesmo a ser encarcerado pela facção rival, a UDT (União Democrática Timorense), em meados desse ano.

Tirando partido da desordem interna, e desejosa por absorver a Província, a Indonésia começou uma campanha de desestabilização, fazendo incursões no território a partir da parte ocidental da ilha de Timor.

Em fins de 1975, a FRETILIN ganhou o controlo de Timor Português e Gusmão foi libertado. Ocupou a posição de secretário de imprensa da FRETILIN. A 28 de Novembro de 1975, a FRETILIN declarou a independência de Timor Português como República Democrática de Timor-Leste e Gusmão foi responsável por filmar a cerimónia.

Invasão indonésia, resistência e prisão

Nove dias depois a Indonésia invadiu Timor-Leste. Nesse momento, Gusmão estava a visitar uns amigos nos arredores de Díli e pôde observar a invasão das colinas. Nos dias seguintes buscou refúgio junto da família.

Depois da formação do "Governo Provisório de Timor-Leste", Gusmão envolveu-se totalmente nas actividades da resistência. Gusmão foi responsável pela organização da resistência, indo de aldeia em aldeia em busca de apoio popular e recrutas. Em meados da década de 1980 passa a ser o grande líder da resistência.

Durante o início da década de 1990, Gusmão envolveu-se na diplomacia e na utilização dos meios de comunicação, instrumento utilizado para alertar o mundo do massacre ocorrido no cemitério de Santa Cruz em 12 de Novembro de 1991. Gusmão foi entrevistado pelos media internacionais e chamou a atenção do mundo inteiro.

Com o seu alto perfil, Gusmão converte-se em objectivo principal do governo indonésio. Uma campanha para capturá-lo finalmente ocorre em Novembro de 1992. Em Novembro de 1992 foi preso, submetido à tortura do sono, julgado e condenado a prisão perpétua pelo governo indonésio. Foi-lhe negado o direito a se defender. Passou sete anos na prisão de Cipinang em Jacarta. A sua libertação, no entanto, ocorreria em fins de 1999. Durante o cativeiro foi visitado por representantes das Nações Unidas e altos dignitários como Nelson Mandela.

Referendo e administração das Nações Unidas

Em 30 de Agosto de 1999 é realizado um referendo em Timor-Leste com a esmagadora maioria da população a votar pela independência do território. Perante isso, os militares indonésios começaram uma campanha de terror que trouxe consequências terríveis. Apesar do governo indonésio negar estar por detrás desta ofensiva, foi condenado internacionalmente por não evitar a acção. Como resultado da pressão diplomática internacional, uma força de pacificação da ONU constituída maioritariamente por soldados australianos entrou em Timor-Leste e Gusmão foi libertado. Com o seu regresso a Díli começou uma campanha de reconciliação e de reconstrução.

Gusmão foi convidado para governar junto com a administração da ONU até 2002. Durante este tempo promoveu continuamente campanhas para a unidade e a paz dentro de Timor-Leste e assumiu-se como o líder de facto na nova nação.

Eleição como presidente (2002) até a actualidade

As eleições presidenciais em Abril de 2002, deram-lhe a vitória de forma retumbante, convertendo-o no primeiro presidente de Timor-Leste quando o país se tornou formalmente independente em 20 de Maio de 2002.

No início de 2007 anuncia que não é candidato à reeleição. Funda, com o objectivo de concorrer às eleições legislativas de 30 de Junho, um novo partido político cuja sigla é CNRT, a mesma do antigo Conselho Nacional de Resistência Timorense, o que causa polémica. Acto eleitoral do qual sai indigitado como novo primeiro-ministro do país fruto de coligações pós-eleitorais com outras forças políticas da oposição.

Vida privada

Gusmão publicou uma autobiografia chamada Resistir é Vencer. Está casado actualmente com Kirsty Sword Gusmão, uma australiana que conheceu na prisão e de quem tem três filhos: Alexandre, Kay Olok e Daniel.

Prémios e homenagens

Em 1999, foi outorgado com o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento e em 2000 com o Prémio da Paz de Sydney pela sua "Coragem e Liderança para a Independência do povo de Timor-Leste". Também em 2000 foi investido, juntamente com D. Ximenes Belo e José Ramos-Horta, como doutor «honoris causa» pela Universidade do Porto (por proposta da respectiva Faculdade de Letras).

Ligações externas

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Xanana Gusmão

Precedido por
Francisco Xavier do Amaral
Presidente de Timor-Leste
2002 - 2007
Sucedido por
José Ramos-Horta
Precedido por
Estanislau da Silva
Primeiro-ministro de Timor-Leste
2007 - presente
Sucedido por
no cargo