Folha de pagamento

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Folha de pagamento é uma lista da remuneração paga aos trabalhadores de uma instituição,[1] ou ainda do conjunto de procedimentos trabalhistas efetuado pela empresa para fazer o pagamento ao empregado.[2][3] É também conhecido como holerite. No Brasil, as empresas tem a obrigação legal de prepará-la.[1]

Importância[editar | editar código-fonte]

A folha de pagamento, por sua vez, tem função operacional, contábil e fiscal, devendo ser constituída com base em todas as ocorrências mensais do empregado. É a descrição dos fatos que envolveram a relação de trabalho, de maneira simples e transparente, transformado em valores numéricos, através de códigos, quantidade, referências, percentagens e valores, em resultados que formarão a folha de pagamento.[4]

Desoneração[editar | editar código-fonte]

A desoneração da folha de pagamento, no contexto brasileiro, consiste na substituição da contribuição previdenciária da empresa sobre a folha de pagamento - no valor de 20% da mesma[5] - pela incidência sobre o faturamento da mesma,[6] com alíquotas de 2 a 4%, dependendo do setor.[5]

A desoneração foi estabelecida em 2011 a partir da lei nº 12.546/2011,[6] como parte do projeto Plano Brasil Maior e com o objetivo de aumentar a oferta de emprego à medida em que reduz os gastos das empresas com contratações.[7] Em empresas de TI brasileiras, um dos setores beneficiados pela lei, com uma alíquota de 2,5%, a folha de pagamentos representa cerca de 60% das despesas, de acordo com o IBGE.[7] Em empresas cujo custo da folha seja inferior a 15%, a desoneração seria desvantajosa, segundo Ian Campos Martins, presidente da Assespro-MG.[7]

Essas desonerações do Plano Brasil Maior fizeram parte da nova matriz econômica do governo Dilma Rousseff. Elas foram apontadas como uma das causas da crise econômica brasileira de 2014.[8] A própria presidente afirmou diversas vezes que seu maior erro foi ter feito as desonerações.[9]

Em 2018, através da lei 13.670/2018, a desoneração, que abrangia então 56 setores, passou a abranger apenas 17, sendo que em 2020 o incentivo seria completamente extinto.[5][10][11]

Referências

  1. a b «Você entende a importância da folha de pagamento para a sua empresa com o eSocial?». LG. 26 de junho de 2018 
  2. Paulo Henrique Bastos dos Santos - Contador, Especialista em Planejamento Estratégico pela FGV, Gerente de Planejamento, Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental do Governo do Distrito Federal.
  3. Bragg, Steven M. (2003). Essentials of Payroll: Management and Accounting. [S.l.]: John Wiley & Sons. ISBN 0471456144. Consultado em 4 de novembro de 2017 
  4. Serson, José. Livro Curso de Rotinas Trabalhistas, 1997, pg.95 a 311.
  5. a b c «Governo reduz de 28 para 17 o número de setores da economia que seguirão com desoneração da folha de pagamento». G1. 31 de maio de 2018 
  6. a b «Desoneração da Folha de Pagamento». Ministério da Fazenda. 19 de maio de 2017 
  7. a b c «Desoneração da folha de pagamento começa a vigorar hoje». Jornal do Comércio. 1 de dezembro de 2011 
  8. Carvalho, Laura (2018). Valsa brasileira: Do boom ao caos econômico 1ª ed. São Paulo: Editora Todavia. 193 páginas. ISBN 9788593828638 
  9. «Desoneração da folha de pagamento não gerou empregos, diz Ipea». Exame. Consultado em 25 de maio de 2020 
  10. «Receita regulamenta mudanças na Lei da Desoneração da Folha de Pagamento». IstoÉ. 2 de julho de 2018 
  11. «MP 1.202/2023 – Fim da Desoneração da Folha de Pagamento – Escritório de Contabilidade – Organização Contábil Abreu S/S Ltda LTDA – EPP». Consultado em 29 de janeiro de 2024 

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]