Formiga-cabo-verde

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaParaponera clavata
Paraponera clavata com 22 milímetros de comprimento perto da Estação Biológica "La Selva", na Costa Rica.
Paraponera clavata com 22 milímetros de comprimento perto da Estação Biológica "La Selva", na Costa Rica.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Hymenoptera
Família: Formicidae
Subfamília: Paraponerinae
Género: Paraponera
F. Smith, 1858
Espécie: P. clavata
Nome binomial
Paraponera clavata
(Fabricius, 1775)
Paraponera clavata - Espécime de museu

A formiga Paraponera clavata é muito conhecida por seu tamanho gigante e sua picada severa. As operárias apresentam entre 18 a 25 mm, coloração avermelhada-escura, guardando diversas semelhanças com as vespas. Apresenta os mais variados nomes vernaculares, de acordo com a região: tocandira, tocanera, tocantera, tocainará, tocanguira, tocanquibira, saracutinga, tracutinga, tracuxinga, formigão, formigão-preto, tucandeira,[1] tocandera, formiga-cabo-verde[2], chia-chia, naná, tec-tec. Em inglês, é conhecida como Bullet Ant ("Formiga Bala").

Etimologia[editar | editar código-fonte]

"Tocandira", "tocanera", "tocantera", "tocanguira" e "tocanquibira" vêm do tupi tukã'di, que significa "fere muito"[1]. "Tracutinga" e "saracutinga" vêm do tupi taraku'ting[3].

Nomes vernáculos[editar | editar código-fonte]

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

O gênero Paraponera F. Smith pertecence à recente subfamília Paraponerinae (antigamente pertencia à subfamília Ponerinae (Bolton 1994)), que contém uma única espécie: P. clavata. Já foi denominada Formica clavata Fabricius, 1775.

Biogeografia[editar | editar código-fonte]

A ocorrência de P. clavata é Neotropical, ou seja, endêmica na costa do Atlântico, desde as florestas tropicais do sul da Nicarágua até a Amazônia; na Costa Rica, é encontrada em áreas elevadas com mais de 500 metros de altitude.

Organização Social[editar | editar código-fonte]

Paraponera é eusocial, embora relativamente primitiva. A rainha é ligeiramente mais larga que as operárias (modificação para produção de ovos). As colônias maduras são pequenas e contém alguns milhares de formigas. As operárias apresentam tamanhos baseados na divisão de trabalho: as menores cuidam dos ovos e larvas e as maiores atuam como soldados protegendo o ninho, ou fazem os forrageios. Novas colonizações são iniciadas por rainhas solitárias, o que faz com que as colônias, depois de estabilizadas, apresentem monoginia, ou seja, uma única rainha acasalada produz todos os ovos.

Picada[editar | editar código-fonte]

A picada da Formiga-cabo-verde é extremamente severa, tendo sido classificada por Justin Schmidt, um renomado entomologista americano, com um "4.0+" em sua tabela de classificação de dor causada por insetos, que vai de 1.0 a 4.0. A dor sentida é descrita como "estar andando sobre carvão em chamas com um prego enferrujado de 3 polegadas fincado no seu calcanhar".

Referências

  1. a b FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 684
  2. Infopédia. «formiga-cabo-verde | Definição ou significado de formiga-cabo-verde no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 25 de junho de 2021 
  3. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 552
  4. Martins, Valteir. 2005. Reconstrução Fonológica do Protomaku Oriental. LOT Dissertation Series. 104. Utrecht: LOT Netherlands Graduate School of Linguistics. (Doctoral dissertation, Vrije Universiteit Amsterdam).
  5. Dixon, R. M. W. 2004. Proto-Arawá Phonology. Anthropological Linguistics 46: 1-83.
  6. Jolkesky, Marcelo Pinho de Valhery. 2016. Estudo arqueo-ecolinguístico das terras tropicais sul-americanas. Doutorado em Linguística. Universidade de Brasília.
  7. Chacon, Thiago (2013). On Proto-Languages and Archaeological Cultures: pre-history and material culture in the Tukanoan Family. In Revista Brasileira de Linguística Antropológica. Vol. 5, No. 1, pp. 217-245.
  8. Manso, Laura Vicuña Pereira. 2013. Dicionário da língua Kwazá. Dissertação de mestrado. Guajará-Mirim: Universidade Federal de Rondônia.
  9. Jolkesky, Marcelo Pinho De Valhery. 2010. Reconstrução fonológica e lexical do Proto-Jê Meridional. Dissertação (mestrado), Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem.