Bifidobacterium adolescentis

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Bifidobacterium adolescentis são bactérias presentes no trato intestinal humano e de animais saudáveis. A colonização de B. adolescentis no intestino ocorre logo após o nascimento. Sua população no intestino tende a se manter relativamente estável até o final da idade adulta, onde fatores como dieta, estresse e antibióticos podem causar seu declínio.

Descoberta[editar | editar código-fonte]

Esta espécie foi isolada pela primeira vez por Henry Tissier em 1899 nas fezes de recém-nascidos amamentados.Talvez Tissier foi o primeiro a promover o uso terapêutico de bifidobactérias para o tratamento de diarreia infantil, dando-lhes grandes doses de bifidobactérias por via oral. Desde então, sua presença no intestino tem sido associada a uma microbiota saudável. A correlação entre a presença de bifidobactérias e a saúde gastrointestinal produziu numerosos estudos enfocando a ecologia gastrointestinal e os aspectos promotores da saúde nos quais as bifidobactérias estão envolvidas. A obtenção de mais informações sobre cepas específicas de bifidobactérias e seus papéis no trato gastrointestinal têm aumentado, uma vez que esses organismos probióticos estão sendo usados ​​como aditivos alimentares, por exemplo laticínios ou suplementação de probióticos.[1] Seu nome é derivado da observação de que essas bactérias geralmente existem na forma em forma de Y[2]

Estrutura celular e metabolismo[editar | editar código-fonte]

B. adolescentis é um organismo gram-positivo, contendo uma membrana celular, e não é móvel. Cada espécie de bifidobactéria contém diferentes componentes em suas paredes celulares; B. adolescentisparede celular é feita principalmente de mureína, contendo Lys- ou Orn-D-Asp dentro de suas cadeias peptídicas. Seus componentes polissacarídicos incluem glicose e galactose. Mirístico, palmítico são os principais oleicos ácidos graxos dentro da parede celular. Ácidos leipoteicoicos na superfície da parede celular funcionam para ajudar o organismo a aderir à parede intestinal. As bifidobactérias são anaeróbias (embora algumas possam tolerar o oxigênio, usando as enzimas superóxido dismutase e catalase em sua defesa contra os efeitos tóxicos do superóxido e do peróxido de hidrogênio)[2]. As principais fontes de carbono usadas para energia pelas bifidobactérias são açúcares simples que são prontamente usados ​​pelo trato intestinal superior, bem como carboidratos complexos como amidos, celulose, hemicelulose, xilana, pectinas e gomas que não são digeridas pelo intestino humano.B. adolescentis, como todas as espécies de Bifidobacteria, pode fermentar a lactose e crescer bem no leite, assim como usar muitos carboidratos. A glicose é fermentada usando a frutose-6-fosfato ()que requer a enzima frutose-6-fosfoquetolase (F6PPK).[3] Como resultado da metabolização de vários carboidratos, as bifidobactérias produzem ácidos graxos de cadeia curta, como propionato, butirato e acetato, para serem usados ​​como fontes de energia.

O metabolismo do nitrogênio também é observado em bifidobactérias, usando sulfato de amônio como fonte de nitrogênio. Como resultado, a capacidade das bifidobactérias de usar amônia como fonte de nitrogênio pode diminuir essa quantidade de amônia no cólon.[4]

As bifidobactérias também para sintetizam vitaminas do complexo b.

B. adolescentis sintetiza predominantemente cianocobalamina bem como tiamina, ácido fólico e piridoxina. A capacidade do B. adolescentis em produzir vitaminas desempenha um papel benéfico no aumento da qualidade nutricional de produtos lácteos fermentados aos quais é adicionado[5]

Efeito Imunomodulador[editar | editar código-fonte]

O intestino representa o maior órgão linfóide do corpo humano e representa importante palco de reações imunológicas, incluindo a presença de anticorpos, como a imunoglobulina A secretora de várias células imunocompetentes dispersas na lâmina própria e epitélio ou organizadas em estruturas bem definidas, que exercem papel fundamental na apresentação antigênica e elaboração da resposta imune a microorganismos e proteínas da dieta.

Os efeitos imunológicos dos probióticos que têm sido observados incluem aumento da secreção de interferon-g em pacientes com alergia a leite de vaca e dermatite atópica, provavelmente em decorrência do desvio da resposta imunológica para um perfil TH1[6]. Assim, a presença desses agentes no trato gastrintestinal poderia auxiliar no desenvolvimento de uma resposta tolerogênica.

Células precursoras hematopoéticas CD34+ têm sido detectadas em número aumentado no sangue periférico de pacientes atópicos. Um estudo mostrou uma redução dessas células, além de melhora clínica dos sintomas nesses pacientes, após o uso de probióticos.[5]

Referências

  1. Souza, Jean Clóvis Bertuol De (2010). «VIABILIDADE DA ADIÇÃO DE LACTOBACILLUS CASEI COM PROTEÇÃO CELULAR EM SORVETES» 
  2. a b «Role of Bifidobacteria in Nutrition, Medicine and Technology - 图文 - 百度文库». wenku.baidu.com. Consultado em 28 de agosto de 2019 
  3. Labbafi, Mohsen; Razavi, Seyed Hadi; Ehsani, Mohammad Reza; Daneshi, Mohammad (setembro de 2013). «Effect of refrigerated storage on the probiotic survival and sensory properties of milk/carrot juice mix drink». Electronic Journal of Biotechnology. 16 (5): 5–5. ISSN 0717-3458. doi:10.2225/vol16-issue5-fulltext-2 
  4. Burini, Roberto Carlos; Trindade, Erasmo Benício Santos de Moraes; Denipote, Fabiana Gouveia (março de 2010). «Probióticos e prebióticos na atenção primária ao câncer de cólon». Arquivos de Gastroenterologia. 47 (1): 93–98. ISSN 0004-2803. doi:10.1590/S0004-28032010000100016 
  5. a b Rossi, Maddalena; Matteuzzi, Diego; Zanoni, Simona; Amaretti, Alberto; Cordisco, Lisa; Pompei, Anna (1 de janeiro de 2007). «Folate Production by Bifidobacteria as a Potential Probiotic Property». Applied and Environmental Microbiology (em inglês). 73 (1): 179–185. ISSN 0099-2240. PMID 17071792. doi:10.1128/AEM.01763-06 
  6. Pohjavuori, Emma; Viljanen, Mirva; Korpela, Riitta; Kuitunen, Mikael; Tiittanen, Minna; Vaarala, Outi; Savilahti, Erkki (julho de 2004). «Lactobacillus GG effect in increasing IFN-gamma production in infants with cow's milk allergy». The Journal of Allergy and Clinical Immunology. 114 (1): 131–136. ISSN 0091-6749. PMID 15241356. doi:10.1016/j.jaci.2004.03.036